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10/09/2009 - 10:06

Acordo com a França trará dividendos

O Brasil teve muito mais a comemorar neste 7 de setembro de 2009 do que os 187 anos de sua independência de Portugal. O governo federal firmou com a França um acordo que prevê a compra de 50 helicópteros de transporte militar, quatro submarinos convencionais e a tecnologia francesa para a construção de um submarino de propulsão nuclear. Também definiu que o avião de combate Rafale, da empresa francesa Dassault, foi o escolhido do Projeto F-X2, destinado à compra de caças militares para renovar a frota da FAB (Força Aérea Brasileira) e ampliar a capacidade de defesa sobre o território nacional.

Com a definição da aquisição de 36 aviões de uso múltiplo da Dassault, o governo federal reforça uma aproximação estratégica com a França na área da indústria de defesa. O grande diferencial oferecido pelos franceses para conquistar a preferência brasileira foi garantir a transferência das tecnologias utilizadas na fabricação e na operação dos equipamentos negociados. Além disso, os franceses se comprometem a produzir parte dos caças supersônicos no Brasil.

É justamente essa garantia de transferência de tecnologia e a oportunidade de fabricação ou montagem dos equipamentos em território nacional que contribuirão consideravelmente com o desenvolvimento da indústria brasileira. Grandes empresas do Brasil deste segmento, como a Embraer e a Helibras, já firmaram compromissos iniciais com os fornecedores da indústria francesa para receber e desenvolver partes dos projetos por aqui.

Já está indicado, por exemplo, que a Helibras deve fazer a montagem de partes dos 50 helicópteros adquiridos pelas Forças Armadas brasileiras no pacote fechado com os franceses.

Com a conclusão dos negócios, e o devido intercâmbio de tecnologias, o Brasil será beneficiado com a criação de milhares de empregos diretos e indiretos ao longo dos 20 anos de duração prevista para a parceria, além de ter acesso a tecnologias que ainda não são por aqui dominadas e que passarão a ser incorporadas à capacidade tecnológica de nosso parque industrial.

É certo, também, que as tecnologias e equipamentos utilizados para fins militares envolvem em seu desenvolvimento uma enorme gama de setores de expertise. Assim, não só a indústria de defesa será beneficiada, mas outros segmentos acabarão recebendo dividendos deste importante investimento, como os setores acadêmico-tecnológicos e as indústrias de segurança, mecânica e eletrônica, por exemplo.

Também a escolha do Rafale como futuro avião de defesa brasileiro foi influenciada pela decisão do governo francês em adquirir 10 aeronaves de transporte militar e reabastecimento aéreo KC-390, cujo projeto vem sendo desenvolvido pela Embraer por encomenda da FAB, sendo que sua conclusão pode ser acelerada a partir do pedido francês.

O Brasil é um país que a cada dia ganha mais destaque no cenário mundial. Além disso, as inúmeras riquezas existentes em seu extenso território são um foco atrativo da atenção global. Investir na modernização e ampliação da capacidade de defesa é uma atitude previdente do governo. Somando a isso os inúmeros benefícios que estes investimentos trarão ao desenvolvimento de nosso país, concluímos que a parceria firmada com a França será extremamente positiva aos brasileiros.

. Por: Marcelo Gonçalves, sócio-diretor da BDO Trevisan.

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