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11/09/2009 - 10:10

A Administração de Empresas busca por novos horizontes

Há quase 100 anos, mais precisamente em 1916, o engenheiro de minas Jules Henri Fayol lançava um livro que se tornaria um clássico da Administração de Empresas, com o pomposo título de "Administração Industrial e Geral". Contemporâneo de Frederic Taylor, criador da "Administração Científica", que deu a linha de montagem à indústria, Fayol tinha uma visão mais abrangente da administração empresarial e propunha 14 princípios elementares que, segundo ele, eram indispensáveis a uma boa gestão:

1) Especialização no trabalho, o que geraria melhorias contínuas; 2) Autoridade, com linha hierárquica claramente definida; 3) Disciplina, com os subordinado acatando as ordens dos superiores sem questionar; 4) Unidade de comando, como no Exército; 5) Unidade de direção, com planos fáceis de executar, de preferência por comando verbal; 6) Subordinação dos interesses individuais aos interesses da empresa; 7) Remuneração justa; 8) Centralização, com a consolidação das funções de gestão em uma única área; 9) Linha de comando formal, claramente definida; 10) Ordem, com pessoas e materiais em seus devidos lugares; 11) Equidade, com tratamento igual a todos; 12) Manutenção de emprego apenas para os bons trabalhadores; 13) Iniciativa, estimulando aqueles que tinham ideias; 14) Espírito de corpo, a empresa acima de tudo.

Passado quase um século da criação destes "valores", o que resistiu ao tempo? Na verdade, basta uma análise superficial destes princípios para compreendermos que a "Administração Industrial e Geral" de Fayol simplesmente ficou para trás, muito embora ainda seja aplicada, quase que de forma integral, por muitas empresas.

A era dos especialistas, que adveio com a Revolução Industrial, está se tornando passado. Até mesmo em empresas do segmento industrial, como montadoras de automóveis, o trabalhador valioso é aquele que consegue enxergar para muito além de sua atividade, apoiando processos de melhoria contínua que exigem um conhecimento amplo das atividades da empresa.

E se o trabalhador é chamado a contribuir com conhecimento, as mudanças nas estruturas de poder talvez sejam as mais importantes já verificadas, pois aspectos como autoridade, disciplina e unidade de comando exigem grandes transformações em um mundo cada vez mais dinâmico, onde as decisões precisam ser compartilhadas para que sejam implementadas com compromisso.

A proposta de Fayol, que segue sendo um mantra em muitas organizações, faz parte da pré-história da Administração de Empresas. Embora tenha tido um valor inegável, hoje está superada em praticamente todos os seus aspectos e precisa ser repensada à luz das modernas sociedades da informação e comunicação, onde a interação entre pessoas no espaço de trabalho é decisiva para a geração de conhecimento.

Isso implica, por parte do Administrador de Empresas, em uma renovação de valores e princípios que permita enxergar a diversidade e a amplitude das forças que agem ao redor de uma empresa, evidenciando que "verdades" como as de Fayol, hoje, não passam de fósseis no passado da Administração.

. Por: Ralph Arcanjo Chelotti, Ralph Arcanjo Chelotti é Executivo de RH e Relacionamento Institucional, consultor, palestrante, professor acadêmico, presidente da ABRH-Nacional e vice-presidente da Federação Interamericana de Associações de Gestão Humana (FIDAGH).

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