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11/09/2009 - 10:15

Design é mais que tecnologia, é talento.


Os constantes avanços nas áreas tecnológicas e de informática, tão presentes em nossas vidas, têm proporcionado tanto progressos e tantas conquistas inimagináveis há poucas décadas, que já não permitem que percebamos, nem sua onipresença e nem sua importância.

A tecnologia, que basicamente alterou nossa comunicação, altera rapidamente a forma como demonstramos nossos sentimentos. Cartas de amor, que antigamente, eram manuscritas com capricho, afeto e borrões, foram substituídas nos últimos anos por e-mails frios e automaticamente corrigidos. Hoje, o e-mail, que já é tão moderno quanto telex ou fax, tornou-se algo aborrecido e aparentemente útil apenas para o recebimento de lixo sem fim. A comunicação, que agora é ainda mais instantânea e banal, não passa de curtas mensagens mal escritas no SMS ou agora noTwitter.

Por um lado, esta multiplicidade de informações em infinitas multimídias com surpreendentes programas e sistemas deixam nossa vida melhor do que era. Melhor, mais forte e mais rápida. Sua presença maciça vem, entretanto, nos transformando gradativamente, ao ponto de já não sermos mais os mesmos quem costumávamos ser quando toda esta tecnologia não existia.

Na área do design, por exemplo, que vive verdadeiras revoluções diárias, atividades e possibilidades anteriormente difíceis, demoradas e, portanto, caras para serem executadas, são agora facilmente realizadas no computador. A popularização dos programas, contudo, nivelou os profissionais do design por baixo, possibilitando a qualquer um tornar-se, ou pelo menos, considerar-se, um designer do dia para noite em poucos clics. Um profissional que saiba se expressar utilizando lápis, papel e principalmente criatividade tornou-se cada vez mais raro.

Dedos ágeis no teclado e no mouse são tão importantes, quanto falar muito rápido durante uma palestra. É apenas uma habilidade com uma ferramenta de trabalho, mas não fundamental. Os efeitos especiais que novos programas oferecem, fazem com que muita gente se esqueça ou nunca descubra que para ser um bom designer é preciso pesquisa, informação, estudo, conteúdo, dedicação capacidade e acima de tudo, talento.

É comum encontrarmos trabalhos de design para pequenas e médias empresas, apresentando soluções pasteurizadas e banalizadas. Um bom profissional deve saber trabalhar o conceito de uma marca e de um produto. Deve estudar o mercado, o público alvo e encontrar as soluções corretas que venderão a imagem a ser comunicada com força e competitividade.

Assim, fazer uso dos fantásticos recursos da computação gráfica é importante, mas não o suficiente para se intitular um designer. Limitar-se a isto, é fazer parte de uma farsa que pode enganar a poucos e por pouco tempo. Um bom designer é aquele que sabe conceituar, que cria soluções e existe com ou sem computador. É aquele que continua trabalhando normalmente, mesmo quando a luz no estúdio acaba e o computador tem que ficar temporariamente desligado.

. Por: Luiz Renato Roble, designer formado em Comunicação Visual pela UFPR e pós-graduado em Arquitetura de Interiores e Fundamentos da Educação Superior pela Universidade Positivo, é diretor de criação da Datamaker Designers e consultor de identidade estratégica e atua no mercado desde 1986. | email: [email protected]

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