Governo do Rio de Janeiro e empresários vão discutir melhorias no Galeão

Secretaria estadual de Transportes vai marcar reunião com Infraero, Receita e Polícia Federal

O secretário estadual de Transportes, Júlio Lopes, vai marcar para breve uma reunião com as superintendências regionais da Receita Federal, Infraero e Polícia Federal para discutir reivindicações levadas nesta quarta-feira por uma comitiva de empresários formada por Firjan, Associação Comercial, Fecomércio, concessionários aeroportuários e companhias aéreas. O objetivo é atender melhor à crescente demanda de passageiros e de cargas no Aeroporto Internacional Tom Jobim. O secretário também pretende envolver os prefeitos e secretários da Região Metropolitana na questão.

A comitiva mostrou ao secretário fotos tiradas nas últimas duas semanas. As imagens denunciam as péssimas condições de conservação do prédio e a falta de manutenção de equipamentos como elevadores, esteiras rolantes e bebedouros, além de setores inteiros vazios, como a área comercial no segundo andar do Terminal 2, ou fechados, como a parte vermelha do Terminal 1.

Os empresários destacaram a falta de infra-estrutura e de pessoal para implementar o programa de controle de passaportes. Como está hoje, o serviço pode durar até três minutos por passageiro. Em Guarulhos, onde a Infraero investiu no serviço, o tempo não passa de um minuto. “Estamos às vésperas do Pan e temos que imaginar a espera do turista quando chegarem ao mesmo tempo dois ou três boeings lotados. Isso pode levar horas”, ressaltou o diretor geral da Firjan, Augusto Franco.

Outra questão levantada diz respeito à movimentação de cargas no Tom Jobim. Hoje, as próprias empresas fazem o serviço. Mas a Infraero, seguindo orientação da Receita Federal, está reformando o antigo terminal de importações para concentrar todas as operações e passar a fazer o manuseio, o que pode encarecer as operações e tirar uma vantagem competitiva do Rio. Hoje o Tom Jobim recebe cargas para exportação de vários estados, começando a se recuperar de uma queda no movimento de até 80% nos últimos dez anos.

Os empresários defendem que a movimentação passe para o ambiente controlado pela Receita e pela Infraero, mas querem que as companhias aéreas continuem a fazer os despachos. O secretário Júlio Lopes considerou justas as reivindicações da comitiva. “Tenho certeza de que o governador determinará todos os esforços para recuperar as condições do aeroporto. E a questão das cargas é prioridade total. O regime que os empresários querem já funciona em Cabo Frio, por que não poderia ser assim no Tom Jobim?”, questionou.

A comitiva empresarial incluiu o vice-presidente do Sistema Firjan, João Lagoeiro Bárbara; o diretor-geral da Firjan, Augusto Franco; o presidente do Conselho de Transportes da Associação Comercial do Rio de Janeiro, José Gustavo de Souza Costa; o assessor de ação governamental da Fecomércio, Rodrigo Graça Aranha; e os presidentes da Associação dos Concessionários Aeroportuários (Acap), Modesto Gomes Lopes, e da Junta dos Representantes da Empresas Aéreas Internacionais (Jurcaib), Alfredo Rodriguez.