Página Inicial
PORTAL MÍDIA KIT BOLETIM TV FATOR BRASIL PageRank
Busca: OK
CANAIS

24/09/2009 - 10:07

Crescimento econômico sustentável passa pela inclusão das mulheres no mercado global

Vice-presidente da Ernst & Young diz que questões femininas são econômicas, e não apenas sociais.

São Paulo – Em apresentação para CEOs em São Paulo, a vice-presidente global de políticas públicas e sustentabilidade Ernst & Young, Beth Brooke, uma das 100 mulheres mais influentes do mundo segundo a revista Forbes, disse hoje, durante o Almoço Empresarial LIDEM (Grupo de Mulheres Líderes Empresariais), promovido pelo Grupo de Líderes Empresariais (LIDE), no hotel Hilton, que o crescimento sustentável da economia mundial no longo prazo passa pelo aumento da participação das mulheres na “equação do desenvolvimento”. “Hoje as questões relacionadas às mulheres são quase todas tratadas no âmbito dos direitos humanos, e não é disso que estamos falando. A inclusão das mulheres nessa equação tem a ver com desenvolvimento econômico”, afirmou Beth.

Para a executiva, esta deveria ser a principal lição a ser tirada da crise financeira internacional, que fez com que o PIB mundial registrasse resultado negativo pela primeira vez desde a Segunda Guerra Mundial. “Tínhamos uma visão diferente do que seria aproveitar oportunidades. Não pensávamos que essas oportunidades teriam de dar a todos a chance de trabalhar, crescer, inovar, desenvolver. E não estamos falando de países ou regiões”, acrescentou a vice-presidente mundial da Ernst &Young.

A estratégia de ampliar a participação feminina no mercado de lideranças é, sim, de interesse das empresas. “Elas serão nossas funcionárias, nossas consumidoras e nossas líderes. Isso faz sentido, é a coisa certa a se fazer, dá retorno financeiro e é inteligente”, explicou Beth Brooke, citando dados de uma pesquisa mundial que afirmam que, quando no mercado de trabalho, as mulheres reinvestem pelo menos 90% de sua renda na família e na comunidade em que vivem. Os homens, diz a pesquisa, reinvestem apenas 30%. Por isso, afirmou Beth, onde há a presença de mulheres líderes, há também a existência de comunidades mais ricas e sustentáveis.

Empresas com maior participação feminina em seus cargos executivos também apresentam melhor desempenho financeiro, disse Brooke. Mas ela fez questão de deixar claro que o segredo do sucesso não está na superioridade feminina, e sim na diversificação. “A mágica está na diferença, nos dois lados como iguais. Grupos heterogêneos conseguem resultados melhores do que os homogêneos”, explicou.

Beth também explicou que o conceito de “lucro” das empresas deve mudar. É preciso que as empresas busquem desempenho com base em um propósito, e não apenas em resultado. “Hoje nós temos de pensar em sucesso de maneira mais holística, com mais significado em tudo, e não apenas em ganhos financeiros”, afirmou. “Passamos os últimos dez anos pensando apenas no desempenho a curto prazo, em resultados rápidos. E hoje, com as nossas experiências, passamos a entender que todas as áreas das nossas vidas precisam estar equilibradas.”

Porém, a presença de mulheres ainda está longe de ser uma realidade corporativa mundial. Nos Estados Unidos, disse Beth, onde há 1,03 mulher para cada homem na sociedade em geral, nos boards das empresas a proporção é de 6,7 homens para cada mulher e 33,3 homens para cada mulher em cargos executivos.

Beth Brooke citou ainda que um dos grandes desafios das mulheres em carreiras executivas está no fato de ainda serem vozes isoladas em um universo masculino. “Na minha primeira reunião de diretoria, eu era a única mulher. Senti-me em outro planeta. É difícil quando não se é massa crítica. Passei um bom tempo dando minha opinião de maneira bonitinha para não ofender, demorei um pouco para recuperar a minha auto-confiança. E quantas vezes você diz algo e ninguém ouve. Dez minutos depois, um homem diz a mesma coisa e é elogiado pela sua grande idéia.”

Perguntada sobre o eterno dilema feminino de escolhas entre a vida profissional e a vida de mãe e esposa, Beth respondeu que é preciso tomar muito cuidado com questões relacionadas à programação mental, ou seja, expectativas sobre comportamentos das pessoas em funções de papéis sociais. “É preciso mudar a programação e entender que os dois – homens e mulheres – carregam o ônus de cuidar das crianças. Hoje elas não só administram essa responsabilidade, como sabe-se que cai sobre as filhas mulheres o dever de cuidar dos pais, que não é dividido com os filhos homens.”

Essa situação incômoda, porém, traz uma vantagem para as mulheres: ao lidar com essas cargas, elas se tornam líderes naturais. E mais: elas convidam o “desacordo” à mesa, ou seja, estão mais abertas a ouvir outras idéias e soluções.

LIDE: Fundado em junho de 2003, o LIDE - Grupo de Líderes Empresariais completou em 2009 seis anos de atuação, registrando crescimento acima de 500%, num total de 580 empresas associadas (com os braços regionais), que representam 44% do PIB privado brasileiro. O objetivo do Grupo é difundir e fortalecer os princípios éticos de governança corporativa no País, promover e incentivar as relações empresariais e sensibilizar o apoio privado para programas comunitários e ambientais.

Perfil da Ernst & Young – A Ernst & Young é líder global em auditoria, assessoria, tributos e transações corporativas. Nos 140 países em que atuamos ajudamos nossos colaboradores e clientes a atingir todo o seu potencial. [ www.ey.com.br]

Enviar Imprimir


© Copyright 2006 - 2024 Fator Brasil. Todos os direitos reservados.
Desenvolvido por Tribeira