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25/09/2009 - 09:57

Homem ainda é descuidado com a saúde

Sociedade Brasileira de Urologia alerta para a falta de atenção da população masculina com a própria saúde. Urologista do Jayme da Fonte, Renato Leal alerta para a importância dos exames preventivos.

Quando o assunto é saúde, os homens não parecem viver no século XXI. Em razão do lançamento da Campanha Nacional de Combate ao Câncer de Pênis, a Sociedade Brasileira de Urologia (SBU) fez um alerta ao descuido da população masculina do País com a própria saúde. Deixam de lado os exames preventivos que, em grande parte dos casos de doença em estágio avançado, poderiam ter sido o primeiro passo para combater a enfermidade e curar-se.

“De 20 anos para cá essa realidade mudou, as estatísticas de antes eram bem maiores. Mas ainda há muitos tabus e preconceitos, especialmente entre os homens idosos”, afirma o urologista do Hospital Jayme da Fonte, Renato Leal.

O médico comenta que quem já passou dos 60 anos de fato só costuma se lembrar de checar o estado da saúde quando está doente. No caso de exames como o toque retal, de prevenção ao câncer de próstata, há ainda o peso do preconceito nos homens dessa faixa etária.

“Acredito que medidas educativas como mostrar que a doença existe, os problemas que ela ocasiona e como combatê-la são mais eficazes que a pressão de parentes e amigos. Quando se age dessa forma, cria-se uma visão negativa do médico”, complementa Leal.

Hoje a orientação da SBU é realizar um trabalho com todas as faixas etárias. “Crianças e adolescentes precisam se consultar e se prevenirem de doenças como o criptorquidia (ausência de testículo na bolsa escrotal, uni ou bilateral), torções de testículo, varicocele e outros que afetam a fertilidade. Com jovens e adultos há um trabalho mais focado nas Doenças Sexualmente Transmissíveis (DSTs); e com adultos e idosos reforçamos a importância do diagnóstico cedo do câncer de próstata e de outros menos alardeados como o de bexiga”, resume Renato Leal.

As principais doenças: Criptorquidia - é a ausência do testículo na bolsa escrotal. Pode ser uni ou bilateral. Na maioria das vezes, o testículo fica retido na região inguinal ou abdominal, mas pode ocorrer a agenesia (ter nascido sem). Os testículos que permanecem fora do escroto após dois anos, já apresentam lesões irreversíveis, que podem levar a infertilidade (impossibilidade de ter filhos). Infecção Urinária - na criança maior, que já tenha tirado as fraldas, causa dor e ardência ao urinar, aumento de freqüência e indisposição. Nos recém natos ou lactentes, irritação, gemedeira, inapetência ou falta de ganho de peso.

Tumores no Testículo – o câncer de testículo é o tumor mais prevalente nos homens jovens na idade de 15 a 35 anos de idade, apresentando alta possibilidade de cura nos tumores iniciais. São tumores que respondem bem à quimioterapia e alguns, à radioterapia. O auto-exame do testículo é fundamental para o diagnostico precoce.

Torção de Testículo – É o quadro mais importante entre o grupo das chamadas “urgências escrotais”. Trata-se de uma emergência cirúrgica. Tem sua maior incidência entre 13 e 18 anos. Devido a um defeito de implantação testicular, mais especificamente uma anomalia de suspensão de testículo, promove uma instabilidade do órgão que pode promover uma rotação anômala no seu eixo longitudinal. Trata-se de uma urgência porque o tempo é crucial para a recuperação do testículo.

Varicocele – A varicocele consiste em uma dilatação anômala do plexo venoso Pampiniforme (veias do testículo), responsável pela drenagem venosa do testículo. É popularmente chamada de varizes no testículo.

Doenças Sexualmente Transmissíveis – Talvez esse seja o grande desafio do urologista na atualidade, o combate às DSTs. A diversidade das doenças que compõem esse grupo preenche os consultórios urológicos com situações peculiares relacionados ao descuido e falta de orientação dos jovens. O HPV teve um crescimento espantoso de 1000% nas últimas décadas, acometendo hoje mais de 1/3 das jovens americanas. É a doença sexualmente transmissível mais comum no mundo, a sua falta de sintomas e a promiscuidade associada à cultura masculina de desprezar a prevenção tem se mostrado fator crucial no aumento de seus índices. A AIDS, que inicialmente na década de 80 tinha um comportamento de maior incidência entre os homossexuais, politransfundidos e hemofílicos, desde o início dessa década tem demonstrado uma incidência maior entre os casais heterossexuais, inicialmente os homens e agora as mulheres casadas estão sendo mais acometidas. A uretrite, as doenças fúngicas, doenças hepáticas virais e o herpes também têm sua prevalência mantida entre as DSTs.

Trauma Urológico – O trauma renal é o mais comum entre as afecções traumáticas urológicas, responde por cerca de 1-5% de todos os traumas, acomete os homens três vezes mais que as mulheres, e cerca de 90-95% é decorrente de trauma abdominal contuso, evidentemente respeitando peculiaridades regionais.

Prostatite (inflamação ou infecção da próstata) – É uma doença que atinge 2 a 10% dos homens e é causa comum de consulta urológica. Fatores inflamatórios, imunológicos, neuropáticos e infecciosos são implicados como responsáveis pela constelação de sintomas que caracterizam o problema.

Câncer de Próstata – é a neoplasia mais freqüente no sexo masculino, representando mais de 40% dos tumores que atingem os homens acima de 50 anos. É assintomática e o diagnóstico precoce é realizado por meio de exames de sangue periódicos de PSA (Antígeno Prostático Específico) e do toque retal da próstata. Estes exames são complementares e um não substitui o outro. A recomendação é que os homens com casos na família façam os exames a partir de 40 anos, quem não tem histórico familiar pode começar a prevenção aos 45 anos.

Câncer de Pênis – É um dos poucos cânceres evitáveis. A prevenção do tumor é realizada facilmente com a educação da população, com o cuidado de higiene, uso de preservativo nas relações sexuais para se evitar o HPV e a cirurgia de fimose ou exuberância de prepúcio na puberdade. Em casos graves é preciso amputar o órgão.

Câncer de Bexiga – É o segundo tumor urológico maligno mais comum. Sua manifestação mais frequente é sangue na urina (visível a olho nu ou detectado em exame de urina). O principal fator de risco para o desenvolvimento deste tumor é o tabagismo.

Câncer de Rim – É o terceiro tumor urológico mais frequente e sua incidência vem aumentando nas últimas décadas. Comparado a outros tumores urológicos, é o mais letal dentre eles, já que quase 40% dos indivíduos que o apresentam vão morrer em decorrência do mesmo. É mais comum em homens do que em mulheres e é diagnosticado mais frequentemente após os 50 anos de idade. Atualmente, com o uso frequente de ultrassonografias abdominais, há uma tendência a se diagnosticar estes tumores em estágios mais precoces, o que melhora os índices de cura.

Andropausa (DAEM – Deficiência Androgênica do Envelhecimento Masculino) – trata-se de uma diminuição gradual dos níveis sanguíneos da testosterona que acompanha o envelhecimento e que pode estar associada a uma significante diminuição da qualidade de vida dos homens. A queda da testosterona começa em média a partir dos 40 anos. A prevalência deste distúrbio varia de 10% a 30% dos homens a partir dos 60 anos.

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