Reunião de bancos da América vai acelerar bancarização, integração e crescimento

A 40ª edição da Assembléia de bancos da América Latina está prevista para os dias 12, 13 e 14 de novembro no Rio de Janeiro (Brasil). Trata-se de uma das maiores e mais importantes reuniões de dirigentes e executivos de instituições financeiras de todo o mundo. Organizada pela Felaban (Federación Latinoamericana de Bancos) e Febraban (Federação Brasileira de Bancos), vai contribuir para maior integração entre os bancos da região com seus congêneres em outras localidades, criando as condições para acelerar ainda mais o comércio entre as nações.

O presidente da Felaban, Juan Antonio Niño, entende que o evento deve contribuir para a solução de alguns dos mais inquietantes problemas das regiões Latino Americana e Caribenha: o maior acesso da população aos serviços financeiros, que ainda na sua maioria (considerando todos os países do subcontinente) está fora do sistema; a necessária integração técnica e de operações entre os bancos e a preparação para o crescimento que vem registrando a região. Estes e outros temas estarão em pauta nos três dias de conferências, debates e reuniões de negócios.

Destaque também para a exposição e exportação de modelos de Correspondentes Não Bancários (CNB), ferramenta fundamental para a bancarização: “a implantação do CNB é uma experiência que bancos de toda a América Latina querem seguir”, declara Antonio Niño. “O Brasil e o Peru já mostram resultados muito bons e a Colômbia iniciou a montagem de um sistema regulatório”. O uso de estabelecimentos comerciais encontrados em locais distantes somado a uma rede de informação e legislação adequada constitui a base para incrementar a cobertura dos serviços financeiros a maiores parcelas da população. “O público ausente das grandes cidades e capitais encontra maior familiaridade e proximidade com os CNBs que podem atuar em estabelecimentos como farmácias, armazéns e agências postais. A experiência do Brasil será muito importante, pois seu sistema CNB levou os serviços bancários a 100% dos municípios”, diz o presidente da Felaban.

Comércio latino-americano - O crescimento do comércio entre os países do subcontinente está mais acelerado do que nunca. Ao encerrar o primeiro trimestre desse ano, o Ministério da Indústria e Comércio do Brasil comprovou que esta região é a líder entre os consumidores de produtos brasileiros, desbancando em volume de exportações a União Européia e EUA. A exportação brasileira para a região latino-americana atingiu 31% do volume total comercializado no primeiro semestre desse ano. Ou seja, do movimento diário médio total de US$ 596,3 milhões provenientes de exportações, aproximadamente US$ 184,76 milhões são movimentados entre bancos latinos ao dia. Mas a integração entre essas instituições “ainda é tímida” no entender de Antonio Niño, em função da falta de acordos comerciais mais amplos.

“Os sistemas bancários da região estão avançando, assim como as suas economias, resultando em um cenário não homogêneo. Sem um acordo de integração continental, será difícil alcançar a integração dos sistemas bancários. Existem acordos sub-regionais que trabalham integração de sistemas financeiros, mas com resultados ainda muito tímidos. Este tema tem sido discutido, mas não levado para o terreno da prática, e é isso que queremos reverter na Assembléia 2006”, projeta Antonio Niño.

“Os acordos regionais de comércio de bens e serviços ainda têm muito a caminhar. O processo não é fácil. Pensemos na União Européia com área econômica comum, um banco central e apenas uma moeda e que ainda não alcançou criar um só mercado. Apesar de terem sido retiradas barreiras de entrada a empresas e investidores estrangeiros em cada país da nossa região, os bancos latino-americanos ainda contam com abrangência regional e nichos específicos, de difícil integração”.

Investir e exportar - Para a abertura da Assembléia 2006, está programada a mesa redonda sobre “Integração e desenvolvimento sustentável da América Latina”, com a participação de Antonio Niño. Ele afirma que os resultados atuais mostram que a região necessita crescer de forma mais dinâmica. Para tanto, tem que aplicar “uma fórmula muito simples: investir e exportar”.

“A região necessita de grandes investimentos se quiser manter as taxas de crescimento dos últimos três anos”. Para 2007, o FMI projeta que o PIB da América Latina deve crescer 4,2%, sendo que os principais fatores são os altos preços de commodities e melhor performance da demanda interna., “Antes que se esgote esse ciclo de crescimento é importante aumentar a capacidade do complexo produtivo aliado ao aumento da produtividade. É exatamente nesse ponto que o setor financeiro deve estar em conformidade com estas metas, acompanhando os investimentos empresariais com novos recursos. Seja pela via do crédito ou pela bolsa de valores, às vezes tão subestimadas na América Latina”, alerta Antonio Nino.

Neste cenário, o presidente da Felaban lembra que a integração é fundamental. Pois a teoria mostra que os blocos de países integrados crescem mais rápido porque o comércio interno é mais dinâmico. “Os acordos regionais ainda têm metas de convergir entre si – Mercosul, Caricom, CAN e Centro América deveriam ter um só tipo de acordo a prazos mais razoáveis”, raciocina a se referir ao processo de integração dos países do Cone Sul (Mercosul); da integração de comércio caribenha (Caricom) e da Comunidade Andina. “Maiores fluxos de comércio exterior vão necessitar de mais investimento, melhor competitividade e crescimento econômico. Novamente neste ponto, o banco tem um papel vital em prestar serviços confiáveis e oportunos a quem faz comércio exterior”, conclui.

Inscrições vêm de 30 países - A organização do evento já contabiliza inscritos de 30 países diferentes. Além de latino-americanos, a Assembléia 2006 receberá delegações e representantes de bancos norte-americanos, canadenses e também do bloco europeu. Os banqueiros virão para assistir no congresso temas que contemplam desde bancarização até formas de integração tecnológica.

Entre os temas que serão discutidos, estão “Integração e desenvolvimento sustentado da América Latina”, “Expansão do acesso aos serviços bancários: conceito macro sobre a expansão de serviços financeiros e do crédito”, “Diversificação das formas de captação de recursos para comércio exterior”, “Captação de recursos através do mercado de capitais”, “Recursos Financeiros: mudanças face a negócios em mercados emergentes”, "Créditos e meio ambiente: conceitos aplicados às instituições financeiras", "Reflexos da política e da economia internacional nas relações comerciais dentro da América Latina" e Negociações internacionais do comércio: bilaterais, regionais e multilaterais no comércio entre os países da América Latina".

Esta edição conta com a organização da Febraban e, para os bancos brasileiros em particular, será uma excelente oportunidade de intensificar vínculos com seus parceiros internacionais em operações e financiamento ao comércio exterior. A Assembléia já registra o patrocínio da KPMG, Serasa, Unibanco, Itaú BBA, Bradesco, Banco do Brasil e VISA, além de cerca de 70 instituições financeiras e empresas internacionais (ver lista abaixo).

Felaban - A Federación Latinoamericana de Bancos (Felaban) representa mais de 600 instituições bancárias e financeiras de 19 países da América Latina. Foi fundada em 1965, em Mar del Plata, Argentina. É uma organização sem fins lucrativos que cumpre seus objetivos por conferências e reuniões técnicas e mantém Centro de Documentação, publicações e programas de formação profissional. Para mais informações, visite www.felaban.com

Febraban - Fundada em 1967, a Federação Brasileira de Bancos (Febraban) é a principal entidade representativa do setor bancário brasileiro. Representa 114 associados – de total de 161 instituições bancárias (em 2005) – com 94% do total de ativos do sistema e 95,3% do patrimônio. A entidade busca a melhoria contínua da eficiência do sistema financeiro e de suas relações com a sociedade, contribuindo assim ao desenvolvimento econômico e social do Brasil.

Realiza seus objetivos por conferências e reuniões técnicas, incluindo o Ciab Febraban (Congresso e Exposição de Tecnologia da Informação das Instituições Financeiras), um dos maiores eventos dedicado ao mercado financeiro da América Latina, composto de feira de soluções em tecnologia e congresso para o setor. Mais informações em: www.febraban.org.br.

Participação internacional - A 40ª Assembléia Anual da Felaban contará com a participação de 70 patrocinadores das Américas e Europa. Entre eles, estão Banco do Brasil, Bradesco, Itaú BBA, Unibanco, VISA, KPMG e Serasa. As outras instituições e empresas que apóiam e patrocinam o evento são: Algorithmics, ABN Amro Real, Bahamas Financial Services Board, Banco BBM, Banco Cruzeiro do Sul, Banco Fibra, Banco Interfin, Banco Modal, Banco Santander Brasil, Banco Votorantim, Banco Pine, Bank of America, Bankers Almanac, BPD, Bureau Vandjik Eletronic Publishing, BNP Brasil Banco Múltiplo S.A., Baptist Health International, Bladex (Banco Latinoamericano de Exportaciones S.A.), Citigroup, Clearstrem Banking, Commerce Bank/Banco Mercantil, Credit Suisse, CSI Complex Systems, Datapro, De la Rue Cash Systems, Deutsche Bank, DEG-Deutsche Investition, Dresdner Bank, Economist Intelligence Unit, Fiba, Fitch Ratings, Grupo 1 Software, Haydrian Corporation, Hemisphere National Bank, HSBC USA, HSBC Panamá, International Financial Institutions Zions Bancorporation, Institutional Investor Magazine, IFC (International Finance Corporation), Inter-American Investment Corporation, JP Morgan Chase, Lafintec Consulting, LatinFinance, Moneygram, Netherlands Development Finance Company, Pay Sett, Politec Ltda., Regions Bank, Senior Solutions, Standard Chartered, Surecomp, Societe Generale Brasil, SWIFT, Temenos USA, Tesin SRL, The Bank of New York, USB AG Zurich, XpCapital Inc, Wellls Fargo Bank e Zonamerica Business & Tecnology Park. Além dos meios de comunicação: Agência Estado, América Economia, Banco Hoje, Brasil Marca de Excelência, Bank Technology News, Business Monitor, Estratégia y Negócios, Euromoney Magazine, Executivos Financeiros, ISI Emerging Markets, LatinFinance, Latin Trade, Relatório Bancário, The Banker, Thomson Financial e US Banker.