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26/09/2009 - 10:30

Brasil precisa mapear 100% de seu território para melhorar sua estratégia no mercado internacional de minérios

Belo Horizonte - Até 2030 o mundo poderá vivenciar três cenários: um de aliança verde, em que o “comércio verde” entre países será evidenciado, com a crescente preocupação com as mudanças climáticas; outro de crescimento reequilibrado, com a ascensão na economia mundial de países em desenvolvimento, como Brasil, China e Índia; ou um terceiro, em que as nações deverão acirrar a disputa por recursos naturais, como minérios. A conclusão é de vários workshops onde é debatida a situação socioeconômica mundial, e foi relatada por Jan Klawitter, Chefe da Divisão de Mineração e Metais do Fórum Econômico Mundial (Davos, Suiça), durante palestra no 13º Congresso Brasileiro de Mineração, evento que será encerrado hoje às 18h.

“Cabe a cada população avaliar como enxerga o seu país diante desses três cenários. O Brasil apareceria em qual deles? Ou em uma mistura deles?”, questionou para a numerosa plateia. Ele defendeu que todos os segmentos promovam ampla discussão a respeito, desde as pequenas comunidades até os governos e grandes corporações.

No cenário mais conturbado, Klawitter disse que o surgimento de focos de nacionalismo exacerbado poderá resultar em focos de conflito, colonialismo e corrupção de forma ascendente, o que ampliará a tensão política mundial, disse. O acesso aos recursos naturais poderá ser facilitado por meio de acordos bi-laterais, que assegurem benefícios econômicos, sociais e ambientais aos países fornecedores de minérios, completou.

Este conjunto de situações futuras apresentado por Klawitter dominará os debates no Fórum Econômico Mundial, a ser realizado nos próximos meses, disse. Isso porque já há sinais evidentes que exigem o diálogo internacional. Um exemplo é o fato de países africanos estarem restringindo o acesso aos recursos naturais, por meio de renegociação de contratos ou pela mudança de regras de exploração. É fato também que países como Venezuela, Bolívia e Equador seguem rumos semelhantes.

Klawitter disse que o Brasil precisa ficar atento ao “comércio verde”, que provocará profundas mudanças em vários níveis, tais como o consumo de produtos e serviços, os transportes, a energia e até a taxação, já que deverão ser incentivadas atividades não poluentes. Isso será motivo, também, de tensão política entre os países.

Segundo Paulo Sergio Moreira da Fonseca, Chefe do Departamento de Indústria de Base na Área de Insumos Básicos do banco, o Brasil poderá se destacar no “comércio verde”, especialmente na compensação da emissão de gases de efeito estufa.

Para Paulo Camillo Penna, Presidente do IBRAM - Instituto Brasileiro de Mineração, o Brasil precisa acelerar e ampliar investimentos em pesquisa geológica para conhecer qual é o seu real potencial mineral, assim como já o fizeram seus principais concorrentes neste setor. “Apenas 30% do território está mapeado pelo governo federal”, afirmou. “Uma vez que o Brasil conheça 100% de seu potencial mineral, informação valiosíssima, é possível traçar estratégias para o País ser inserido adequadamente no cenário socioeconômico”, acrescentou o dirigente do IBRAM.

Além da investigação geológica em maior escala, o IBRAM defende que o Brasil abdique do monopólio – constitucional – que exerce sobre a mineração de minerais nucleares, como o urânio. “O setor privado já deu provas de que tem melhores condições para assumir a mineração desses minérios especiais. Enquanto isso não ocorre, o País se vê tolhido de participar mais ativamente de um atrativo mercado internacional, que é vital para o uso de energia limpa e a consequente redução das emissões de gases que causam o efeito estufa”, diz Camillo Penna.

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