“A Pintura e Lugar-Paisagem”

Exposição de Fabiano Gonper, Parede Gentil por Guga Ferraz com apoio do colecionador Felipe Wright, Camisa Educação por Simone Michelin, de 30 de abril até 26 de maio, 2007, de terça à sexta das 12pm às 7pm; sábados das 12pm às 5pm, na Rua Gonçalves Lêdo, 17 - sobrado- Rio de Janeiro | Telefones: (55 21) 22221-651| www.agentilcarioca.com.br

Em sua segunda mostra solo na Gentil, Gonper divide a exposição em duas partes: a primeira chama-se A Pintura. Imagens de ambientes como: museus, ateliers e galerias, retratando a presença da pintura e do público. Ambientes que inspiram e questionam a si mesmos nesses novos trabalhos. Os Desenhos (da série A Pintura , 2007) são representações de cenas da arte e têm a pintura como tema, espectadores apreciando pinturas em exposições.

A segunda parte da exposição chama-se Lugar-Paisagem. São territórios-ambientes desenvolvidos a partir de pedaços de concreto e ferro que representam/sugerem estados de fuga, solidão, contemplação, construção, desconstrução. Cinco objetos formam a segunda parte da exposição, são: O Deserto, A Paisagem, O Território, A Casa e O Quarto, desenvolvidos entre 2003 e 2005. São objetos feitos em concreto, ferro, vidro, chumbo, plástico e caneta permanente.

Outro território-ambiente dessa série, chamado O Muro, trata mais precisamente das relações entre os indivíduos.

Artista cuja exposição inaugurou o espaço da galeria A Gentil Carioca em 2003, o paraibano Fabiano Gonper, que havia concluído residência na Fundação Pro Helvetia Suisse pour la Culture/ Suiça, e participara dos projetos Rumos da Nova Arte Contemporânea Brasileira - Palácio das Artes / Belo Horizonte MG, e do 9º Salão da Bahia - Museu de Arte Moderna da Bahia / Salvador BA, ambos em 2002, veio a ser convidado para representar o Brasil durante a VIII Bienal de Cuenca, Equador.

Em 2005, Gonper teve seus trabalhos exibidos na exposição “Gonper Museum - Work in progress”, na Universidade de Purdue/ West Lafayette, EUA e na Galeria Baró Cruz, São Paulo, SP, e no 29º Panorama da Arte Brasileira MAM – São Paulo, SP, Brasil.

Por quê A Pintura e Lugar-Paisagem? Nesta exposição na Gentil Carioca apresento duas séries independentes de trabalhos. Enquanto uma é um comentário sobre a pintura na arte (série A Pintura), e parte da própria arte para ilustrá-la , a outra fala da vida fora desse ambiente da arte, de outras paisagens (Lugar-Paisagem). Esse ultimo narra um percurso, um tempo. Existe um sujeito-espectador que se transporta para o universo-conceito de cada trabalho. Cada lugar e cada paisagem servem como ponto para tomadas de (auto)conhecimento.Nas duas séries existe o sujeito como agente, e são esses sujeitos e o universo da arte e da vida que se complementam e se justificam, a arte da vida e a vida da arte.

A Pintura é uma serie de desenhos que tem a pintura enquanto tema, não como meio apenas. São cenas de museus, galerias, de exposições e vernissages. Existe uma certa relação entre os projects do Gonper Museum e essas novas cenas nestes desenhos, posso dizer até, que essa série pertence a seção de Pintura do Gonper Museum – work in progress.

Dentro da minhas ações/pesquisa com a escultura, com o desenho, a pintura também tem me interessado enquanto categoria artistica. Históricos, imagens, referências tornam essas categorias outra coisa além de um simples meio. A pintura neste caso está representada em 10 desenhos desenvolvidos através do uso do decalque e ampliação ,com transparência, de desenhos advindos de revistas de arte, fotografias, livros e revistas. Os desenhos têm em seus conteúdos cenas do universo da arte, onde pintura(s) e espectador(es) estão representadas através da linha do desenho. A arte é um sistema criado e agora manten-se alimentando-se de tudo, como toda a humanidade. Quem tem o direito? quem já sabe do por vir?

A pintura segue seu caminho, vitalícia e com o respaldo do tempo e da tinta óleo, entre outros. Então: A História da Pintura – investimentos, negociações e sigamos...no meio da estética e do conceito.

Tem também objetos que são propostas para pinturas, assim como são as Pinturas Variáveis. Imagems de museus e do cirtcuito da arte são distorcidas através de um vidro que funciona como anteparo formal para criar uma sensação de estranhamento, de não reconhecimento, de anonimato, conceitos destes trabalhos.

Em ambas as séries a ideia de anonimato, de identidade coletiva, de individuo, de relação espectador-obra, obra-espectador, da pintura representada , tudo isso são bases e fundamentos em A Pintura.

Lugar-Paisagem é formado por territórios-ambientes desenvolvidos a partir de pedaços de concreto e ferro que representam/sugerem estados de solidão, contemplação, construção, desconstrução, fuga. A matéria para a construção destes objetos foi coletada em canteiros de obras e demolições, em épocas diferentes, e que agora dentro do territorio da arte tornam-se outros territórios e assumem outras funções. São pontos ativadores para refletir conceitos e significados possibilitando imersões imediatas.

O Lugar-Paisagem como idéia de espaço fisico e/ou psicológico. São sugestões de lugares, de ambientes, de paisagem, carregadas de significados e símbolos. Cinco objetos formam a segunda parte da exposição, são eles: O Deserto, A Paisagem, O Território, A Casa e O Quarto desenvolvidos entre 2003 e 2007.

O circuito da arte e a arte dos circuitos nos levam ao fantástico mundo das...das Artes. Essa exposição não deve ser levada a sério, ela não pretende mudar o mundo, a não ser esse mundo que você está dentro, agora. | Por: Fabiano Gonper