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01/10/2009 - 11:25

Restaurantes e bares da Vila Madalena se tornam “points” do aproveitamento integral dos alimentos

- A ONG Banco de Alimentos e a Associação de Gastronomia, Entretenimento, Arte e Cultura da Vila Madalena (AGEAC) estão unidas no combate à fome e ao desperdício, propagando os conceitos de aproveitamento integral dos alimentos. De 16 de outubro a 16 de novembro, os restaurantes e bares que integram a ação Vila Integral: Uma experiência gastronômica sustentável – Santa Gula, Santa Pizza, Bar do Santa, Iemanjá, Quitandinha, Tanger, Zeppelin, Botequim da Vila e Camará – vão incorporar em seus cardápios deliciosas receitas produzidas com partes não convencionais dos alimentos: cascas, talos, folhas e sementes.

São Paulo – O Dia Mundial da Alimentação, comemorado em 16 de outubro, marcará o primeiro ano de uma ação de combate à fome e ao desperdício, disseminando os conceitos de aproveitamento integral dos alimentos. Na ação solidária “Vila Integral: Uma experiência gastronômica sustentável”, conduzida pela ONG Banco de Alimentos e pela Associação de Gastronomia, Entretenimento, Arte e Cultura da Vila Madalena (AGEAC), alguns bares e restaurantes que integram a iniciativa irão incorporar em seus cardápios receitas que têm por matéria-prima partes não convencionais de frutas, legumes e verduras. As folhas, talos, cascas e sementes se tornarão prato principal, petiscos e sucos deliciosos. Santa Gula, Santa Pizza, Bar do Santa, Iemanjá, Quitandinha, Tanger, Zeppelin, Botequim da Vila e Camará já confirmaram a adesão ao projeto.

A ONG Banco de Alimentos, pioneira no conceito de colheita urbana no Brasil, acredita que para ampliar a luta contra a fome e o desperdício de alimentos é necessário investir na educação e na consciência social. Estima-se que no País, mais de 60,5 milhões de pessoas estão na linha da pobreza – cidadãos que recebem até meio salário mínimo – e 21,7 milhões são considerados indigentes por receberem menos do equivalente a um quarto do salário mínimo. Ao mesmo tempo, 39 milhões de quilos de alimentos são jogados fora diariamente; alimentos que poderiam alimentar 19 milhões de pessoas por dia. Para combater esse paradoxo e buscar formas para efetivar a mudança, a organização não-governamental empreende diversas iniciativas que visam trazer para primeiro plano um debate construtivo e prático sobre o problema. É nesse contexto que se insere a ação “Vila Integral: Uma experiência gastronômica sustentável”.

Segundo Luciana Chinaglia, presidente-executiva da ONG Banco de Alimentos, a ação Vila Integral é fruto do encontro de objetivos comuns da organização não-governamental e de Maurício Laranjeira, associado da AGEAC. “É uma aliança que se formou em defesa de princípios comuns como o combate à fome e ao desperdício de alimentos. É uma ação prática que traz atenção e conhecimento sobre a questão de qual é a melhor forma de consumir alimentos; da discussão em torno do modelo adotado pela sociedade de consumo e do consumo consciente de modo geral”, afirma Luciana, acrescentando que os parceiros esperam plantar sementes e colher muitos frutos. “Com esse projeto, esperamos disseminar a importância do aproveitamento integral dos alimentos de forma leve e prazerosa”, finaliza.

Com a orientação de nutricionistas da ONG Banco de Alimentos, os profissionais que atuam nos bares e restaurantes que integram a ação solidária contarão com informações precisas sobre as receitas: teor nutricional e particularidades de cada prato oferecido. Entre as delícias incluídas nos cardápios – que devem incorporar uma receita baseada em aproveitamento integral dos alimentos no prato principal, suco ou petisco – estão: churrasco de picanha com farofa de banana e talos de agrião; escondidinho de mandioca com talos gratinados; risoto de camarão com casca de limão siciliano e erva doce; cordeiro com especiarias desfiado sobre purê de abóbora e crispies de casca de batatas; frango ao pesto de talos de agrião; rúcula e manjericão acompanhada suplê de abobrinhas; sofiolle recheado com queijo e manjericão ao molho de talos e folhas de brócolis; parmesão ralado e gratinado; lascas crocantes de casca de parmesão; chips de tubérculos; bolinho de bacalhau com casca de batata.

Nos sucos, destaque para o de casca de abacaxi com hortelã; talos agrião com limão; verde com limão e gengibre; e suco de casca de maça com cravo e canela.

Ong Banco de Alimentos (OBA): A organização não-governamental Banco de Alimentos coleta doações de alimentos que seriam desperdiçados e distribui para mais de 50 instituições beneficentes cadastradas, complementando a alimentação de 22 mil pessoas diariamente. Além disso, a ONG dissemina entre as comunidades carentes informações sobre como manipular, armazenar e aproveitar integralmente os alimentos – evitando sobras e proporcionando refeições com alto valor nutricional. A ONG Banco de Alimentos ministra oficinas culinárias, executa censos antropométricos e organiza ações educativas como cursos, seminários em empresas, aulas e palestras em escolas. Mais saúde, educação, cidadania e futuro para milhares de pessoas.

Na prática, a ONG Banco de Alimentos busca onde sobra e entrega onde falta, recolhendo as sobras de comercialização ou excedente de produção, próprios para o consumo, que teriam o lixo como destino. De janeiro de 1999 a agosto de 2009, esse trabalho evitou que 3.500.000 quilos de alimentos fossem transformados em lixo. Esse combate ao desperdício e à fome resultou em quase 35 milhões de refeições complementadas em aproximadamente sete milhões de atendimentos nas 51 instituições que atendem pessoas em situação de risco social. São doadores da ONG Banco de Alimentos grandes, pequenas e microempresas, além de sacolões, hortifrutis, mercados municipais, fabricantes e distribuidores. Em parceria pioneira, a ONG Banco de Alimentos conta com doações de agricultores de Mogi das Cruzes. Os produtos arrecadados são transportados em veículos adequados para a função e em perfeitas condições de acondicionamento, preconizadas pela ANVISA.

Com criteriosa seleção de produtos, os alimentos são destinados de acordo com a característica das pessoas atendidas: crianças, adolescentes, adultos, idosos, deficientes físicos e mentais, moradores de rua e portadores de patologias como AIDS, câncer e doenças cardiovasculares — pessoas não economicamente ativas, atendidas por instituições idôneas. Doentes que estão acamados, por exemplo, recebem alimentos como aveia, condizentes com a dificuldade de digestão.

A educação nutricional e profilática continua sendo prioridade da organização. Profissionais que atuam nas entidades cadastradas aprendem como manipular, armazenar, consumir e aproveitar integralmente os alimentos por meio de workshops, palestras, treinamentos e oficinas culinárias. O treinamento é baseado em abordagens teóricas e práticas, com noções básicas de alimentação e nutrição. Há, também, o acompanhamento individual destinado a instituições que recebem informações sobre a montagem de um cardápio equilibrado.

A ONG Banco de Alimentos propõe uma atuação mais consciente, não restrita ao assistencialismo. As ações desenvolvidas pela ONG são educativas em todos os níveis, inclusive com projetos para escolas. Em 2008, o Banco de Alimentos potencializou sua operação com o lançamento de um livro de receitas – com dicas para transformar o desperdício em pratos saborosos e altamente nutritivos.

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