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01/10/2009 - 13:05

Fabricantes de pneus estimam recuperar mercado doméstico

Aquecimento da economia e medidas antidumping recentemente determinadas pela Câmara de Comércio Exterior sinalizam o resgate dos 20% de espaço perdidos pela indústria brasileira nos últimos cinco anos.

2010 deverá ser um ano promissor para a indústria brasileira de pneus. A curva descendente que ocupou as planilhas dos executivos do setor, nos últimos anos, deverá ser finalmente revertida, tomando um caminho ascendente.

A expectativa favorável é baseada não apenas na conjuntura macroeconômica, que sinaliza recuperação no ritmo de desenvolvimento econômico, como também nas recentes conquistas representadas pelas medidas antidumping contra os pneus chineses importados da China, tanto comerciais como de passeio.

“Nos últimos anos, perdemos mais de 20% do mercado doméstico devido aos preços baixos do custo dos pneus chineses importados”, explica Eugênio Deliberato, presidente da Associação Nacional da Indústria de Pneumáticos (ANIP). Além disso, ele lembra a queda de quase 30% das vendas externas, motivadas pela retração da economia mundial.

A verificação de dumping e o direito de aplicar medidas de proteção contra as vendas de importados chineses abaixo do custo foi requerida pela ANIP junto à Câmara de Comércio Exterior (Camex) no início de 2008. Em junho desse ano, depois de uma ampla pesquisa de mercado, o organismo resolveu pela aplicação do direito antidumping definitivo e por um prazo de até cinco anos, para pneus comerciais, de carga e de passageiros, aros 20”, 22” e 22,5”. O valor fixado pela Camex para a taxa antidumping varia de US$ 1,12 a US$ 2,59 por quilo do produto, conforme o fabricante. Em dezembro de 2008, a Camex já havia aplicado direito antidumping provisório por seis meses, fixando uma taxa de US$ 1,33 por quilo.

No início de setembro, foi a vez dos pneus para veículos de passeio. Por meio da Resolução 49, o organismo brasileiro de comércio exterior estabeleceu a aplicação do mesmo direito antidumping para os pneus importados da China para veículos de passeio. A partir dessa decisão, a importação de pneus radiais, das séries 65 e 70, aros 13" e 14", das bandas 165, 175 e 185, fabricados na China, passaram a pagar uma taxa específica de US$ 0,75 por quilo. “Há quatro anos, a participação dos chineses no mercado de reposição era zero. Agora está em 10%. Acreditamos que em três ou quatro meses deveremos reconquistar essa parcela do mercado", afirmou Deliberato.

Os pneus da China estavam sendo vendidos no Brasil por preços que chegavam a ser 30% inferiores ao preço dos pneus fabricados no País. Para averiguar a pertinência da solicitação da ANIP, e decidir sobre a aplicação do direito antidumping aos importados chineses, a Secretaria de Comércio Exterior (Secex) fez uma pesquisa de mercado, com dados retroativos de cinco anos, concluindo que as importações de pneus chineses realmente causaram dano à indústria local. Conforme o relatório da Camex que integrou as justificativas para a decisão, “as importações chinesas provocaram o deslocamento da parcela de mercado ocupada pela indústria doméstica”. O relatório diz ainda que “a indústria doméstica, buscando evitar perda mais acentuada de sua participação, deprimiu seus preços, o que gerou efeitos negativos em suas margens”.

Além dessas conquistas, a indústria brasileira de pneus também aposta na recuperação econômica do mercado doméstico, a despeito da retração constatada no mercado externo. “Temos assistido a uma recuperação da indústria automotiva nos últimos meses, e a sinalização positiva do retorno da liquidez ao mercado de crédito, o que deverá beneficiar a economia como um todo”, afirma Deliberato.

A participação do setor no Produto Interno Bruto (PIB) da indústria de transformação é de 0,8%, com o valor da produção, em 2008, atingindo R$ 10,6 bilhões, e o volume em 66,4 milhões de unidades, segundo dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) e Secretaria de Comércio Exterior (Secex). Desse total, as vendas internas dos produtos nas principais categorias (automóveis, ônibus e caminhões) chegaram a 60 milhões de unidades, as importações 14 milhões e as exportações totalizaram 20,4 milhões de unidades. No mesmo ano, as exportações ficaram em US$ 1,4 bilhão, sendo que a balança comercial foi positiva em US$ 444 milhões.

O parque fabril brasileiro de pneus é composto por 14 plantas distribuídas pelo País da seguinte forma: sete no Estado de São Paulo; duas no Rio Grande do Sul; duas no Rio de Janeiro, três na Bahia. Ao todo, a indústria é responsável por 21 mil empregos diretos e 100 mil indiretos. O setor é apoiado por uma rede de revendedores, responsável por 4 mil pontos-de-venda autorizados e 40 mil empregos.

ANIP -A Associação Nacional da Indústria de Pneumáticos (ANIP) foi fundada em 1960 para representar os interesses dos fabricantes de pneumáticos novos e câmaras de ar instalados no País.

A ANIP é a responsável pela criação e estruturação do Programa Nacional de Coleta e Destinação de Pneus Inservíveis, em 1999. Desde 2007, o Programa está sob responsabilidade da Reciclanip, entidade sem fins lucrativos mantida pelos fabricantes para viabilizar as operações.

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