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01/10/2009 - 13:09

Os sonhos de JK e o futuro


Habilidoso, como sempre, o governador Aécio Neves fez um importante discurso em Diamantina, na solenidade em que foram entregues a diversas personalidades as Medalhas do Mérito JK. Mesmo estimulado pela oração anterior do ex-presidente Itamar Franco, que pediu a volta de Minas ao centro do poder, o neto de Tancredo Neves não “mordeu a isca” – e fez um pronunciamento de estadista muito mais do que de um político.

Bastante aplaudido e até saudado por uma curta exibição da Velha Guarda da Mangueira (pela qual desfilou), Aécio preferiu caminhar no sentido de homenagear a memória de Juscelino, “nessa bela Diamantina que tem o poder de nos renovar as forças e indicar as trilhas capazes de nos levar por entre as pedras, as montanhas mais altas e difíceis, para que possamos finalmente fazer a travessia.”

Citou o sentimento da luta incansável pela liberdade e mostrou o JK, desde cedo, em Minas Gerais, comprometido com a defesa da unidade nacional: “Nenhum homem público sonhou tão alto e foi tão longe quanto Juscelino, em sua época.” Para fazer a carreira tão bem sucedida e injustamente interrompida, somou serenidade e equilíbrio, além de ousadia, coragem e audácia. Não fora assim, como construir Brasília – e em tão pouco tempo? Assim, pôde ele mudar a realidade econômica, social e política do nosso país. Para Aécio, JK reinventou o Brasil: “As instituições democráticas ganharam com ele uma consistência que jamais haviam alcançado. O poder político, naqueles cinco anos quase inacreditáveis de JK, deixou de ser propriedade de um grupo, como lamentavelmente acontece hoje, para se tornar parceiro e aliado do desenvolvimento do Brasil.”

Como jornalista da Manchete, que acreditou na necessidade da mudança da Capital, acompanhei muito de perto os fatos da política, ficando na verdade assombrado com o destemor do criador de Brasília. Não foram poucos os obstáculos, nem desprezíveis os poderosos que se opunham à mudança, sob alegações por vezes ridículas, como a de que lá não haveria água para todos ou que os telefones jamais funcionariam no Planalto Central. JK surpreendeu a Nação com a força dos seus argumentos e a determinação patriótica de mudar.

Nessas lembranças, seria injustiça esquecer a presença de Adolpho Bloch ao lado de Juscelino, sobretudo nos seus momentos de tristeza maior. Foi um amigo leal, chamado de “irmão” pelo ex-presidente e que vi chorar copiosamente, na redação da revista, quando a Voz do Brasil anunciou a cassação de JK.

Voltemos a Aécio, em Diamantina. “A semente que JK plantou jamais se perdeu. Hoje, a sua memória nos empurra na direção do futuro, que depende de todos e de cada um de nós.” Concluiu suas belas palavras, mostrando que a pobreza e o subdesenvolvimento não fazem parte do nosso destino... “O Brasil de Juscelino só florescerá novamente se o construirmos juntos.” O governador de Minas foi demoradamente aplaudido – e de pé.

. Por: Arnaldo Niskier da Academia Brasileira de Letras e presidente do CIEE/Rio | Contato: [email protected]

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