Página Inicial
PORTAL MÍDIA KIT BOLETIM TV FATOR BRASIL PageRank
Busca: OK
CANAIS

06/10/2009 - 12:55

Bancos latino-americanos permanecem fortes apesar da recessão global

Miami -Será que o mundo é capaz de aprender lições do sistema bancário latino-americano? Essa pergunta foi feita a Augusto de la Torre, economista-chefe do Banco Mundial para a América Latina e o Caribe, logo após a sua apresentação na Conferência das Américas, em Miami na semana passada. "A América Latina, baseada em seu próprio desenvolvimento e nas lições aprendidas com própria experiência, pode e deve participar na discussão global sobre as lições que podem ser aplicadas ao setor financeiro global", disse de la Torre. "Esta força financeira oferece à América Latina boas oportunidades de investimento estrangeiro. A região se tornou mais atraente."

O economista de la Torre não é o primeiro membro do Banco Mundial a ressaltar a força da América Latina, apesar da crise econômica global. Em uma recente reunião realizada na região, o presidente do Banco Mundial, Robert Zoellick, afirmou que estava particularmente impressionado com a maneira com que as maiores economias da América Latina haviam lidado com o impacto da crise financeira global. "A crise encontrou vários países da América Latina bem posicionados, com orçamentos sólidos, maiores reservas e melhores ambientes de negócios", afirmou Zoellick.

A agradável surpresa de Zoellick está baseada no fato de que a América Latina em geral estava muito melhor preparada para enfrentar esta crise econômica do que em anos anteriores, quando as crises tinham graves efeitos na região. "A crise financeira global não teve origem na América Latina, uma região que se mantém saudável, líquida e solvente", diz Ricardo Marino, presidente da Felaban (Federação Latino-Americana de Bancos), que celebra sua 43ª Assembléia Anual entre os dias 15 e 17 de novembro em Miami, na Flórida. O evento - considerado a maior e mais prestigiosa reunião de banqueiros do hemisfério - espera reunir cerca de 1.500 banqueiros de quase 50 países das Américas, Europa e Ásia.

A Felaban sabe que esta é a oportunidade perfeita para reunir banqueiros e executivos de finanças e discutir questões que afetam diretamente as economias e o desenvolvimento da América Latina e outras regiões do mundo. Durante o auge da crise, os bancos latino-americanos perderam menos valor de mercado que as grandes instituições internacionais. Segundo dados publicados pelo jornal Valor Econômico, o valor de mercado do Citigroup diminuiu 92% em 2008 com relação a 2006; o valor de mercado do Bank of America caiu 84%, e o do Deutsche Bank, 77%. Durante esse mesmo período, a capitalização do crédito do Banco de Chile, 20%; a do Banco de Crédito, 5%, e a do Bancolombia cresceu 3%, de acordo com uma pesquisa realizada pela consultoria McKinsey.

Segundo a opinião do presidente da Associação de Banqueiros Internacionais da Florida (FIBA, por sua sigla em inglês) e vice-presidente sênior para a América Latina do Wells Fargo Bank, John Rodriguez, a América Latina atualmente se encontra em uma posição privilegiada não só para lidar com os efeitos da crise, mas também para aproveitar a oportunidades que surgem neste momento.

Os números confirmam a afirmação de Rodriguez: levantamento realizado pela Valor Data, com dados da Economática, mostra que o valor de mercado dos bancos da América aumentou 23,8% entre agosto 2008 - pouco antes da crise internacional - e meados de setembro de 2009. Os bancos latinos também estavam melhor posicionados em termos de rentabilidade, em comparação com os bancos americanos, que tiveram perdas. O retorno médio dos bancos na região foi de 15,6%, liderados por 27,7% dos bancos peruanos, 16,9% dos bancos chilenos e 15,1% dos bancos brasileiros.

Enviar Imprimir


© Copyright 2006 - 2024 Fator Brasil. Todos os direitos reservados.
Desenvolvido por Tribeira