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06/10/2009 - 13:08

Biodiesel: planejamento eficaz garante sucesso

Implantar instalações para armazenamento e distribuição de biodiesel na maioria das regiões brasileiras, num prazo extremamente curto, foi o desafio lançado pela Shell à CH2M Hill, empresa líder global em engenharia, construção, gerenciamento, operações e meio ambiente. O resultado foi o desenvolvimento de soluções de engenharia que permitiram a implantação de terminais muito eficientes, sob todos os pontos de vista - técnico-econômico, ambiental e de segurança para operários e funcionários da Shell - em 14 locais estratégicos para a adição do biodiesel ao óleo diesel convencional, originário do petróleo. A CH2M Hill trabalha no sistema EPCM (engineering, procurement, construction management - engenharia, suprimentos e gerenciamento de construção). A Shell implantou 21 terminais desse tipo no país.

Todos os terminais foram executados com o rigor necessário em obras nessa área nevrálgica, que envolve produtos inflamáveis e, por isso, exigem a obediência a parâmetros internacionais de segurança. Assim, foi realizado um estudo de análise prévia de risco de cada etapa e estabelecidos procedimentos para cada intervenção, como serviços realizados em alturas, espaços confinados ou a quente (solda), visando a garantir tanto a qualidade dos serviços como a segurança dos profissionais que trabalharam nas obras, em todas as suas etapas.

Para atender ao prazo – todas as unidades teriam de ser entregues em janeiro de 2008 – foi feito um cronograma regressivo. O ciclo do projeto, da concepção do projeto à entrega das instalações e testes do produto final, foi de 11 meses. O planejamento começou em fevereiro de 2007. A elaboração do projeto durou quatro meses. Em seguida, foram seis meses de aquisição de equipamentos, contratação de mão de obra e execução das serviços. Um mês foi gasto no teste do produto, que buscou assegurar a qualidade da operação executada pelos equipamentos. As diretrizes gerais que nortearam todos os processos, dos projetos de engenharia à etapa final de obras, foram o respeito e o foco nas pessoas, na preservação do meio ambiente e nos acionistas e ativos da companhia. Essas diretrizes fazem parte das práticas obrigatórias de desenvolvimento de projetos da Shell.

As obras civis incluíram a construção de oito tanques em oito terminais diferentes. As instalações incluem as seguintes áreas: descarga para os caminhões-tanque que carregam o biodiesel; tanques de armazenagem, bombeamento e carregamento, onde o biodiesel puro – chamado de B100 na nomenclatura do setor - é adicionado ao diesel. E, na etapa final, a expedição do caminhão-tanque para os postos de combustível.

Foram realizadas obras civis e eletromecânicas. Os materiais usados foram concreto, metal e tubulações de aço e carbono, que são à prova de fogo e intempéries. Em todas as obras foi aplicado o princípio da eficiência energética por meio da inversão de frequência, que além de economizar energia aumenta a vida útil dos equipamentos, pois sua potência só é ativada na medida da necessidade, à semelhança das modernas escadas rolantes que ganham velocidade quando há usuários.

Foram 250 pessoas envolvidas no processo, de operários a engenheiros. As obras foram realizadas por empresas terceirizadas que seguiam as normas reguladoras do Ministério do Trabalho e também as normas da Shell, que há algum tempo eram consideradas rigorosas, mas atualmente são consideradas saudáveis, porque preveem a máxima preservação ambiental e o respeito às pessoas e à segurança dos procedimentos, desde o início das obras até a posterior operação das instalações. Como resultado desse rigor nos procedimentos, não houve qualquer problema durante todo esse processo, como acidentes com pessoas ou ambientais, vazamento de produto, perdas etc.

As unidades contam com tecnologia de vanguarda desenvolvida pela Shell. Os equipamentos importados dos Estados Unidos adicionam porcentagens do biodiesel puro ao diesel de petróleo. Todo o processo é automático, on-line e inteligente, controlado por um software que faz a gestão da adição do biodiesel no abastecimento dos caminhões-tanque.

A análise de todo o processo de implantação desses terminais, desde os estudos iniciais, ao desenvolvimento dos projetos de engenharia e à execução das obras civis e de montagem eletromecânica, mostra que o planejamento e o know-how da CH2M Hill, em estreita e afinada parceria com o setor de Projetos e Desenvolvimento da Shell, permitiram manter a sustentabilidade econômica do produto final, que permite à distribuidora praticar preços competitivos no mercado de combustíveis. Assim, as palavras-chave que definem esse conjunto de ações de projeto, gerenciamento de obras e execução das instalações são produtividade e competitividade.

Desde o início da operação das unidades, em janeiro de 2008, o Programa Biodiesel continua trazendo retorno positivo. São instalações confiáveis que permitem realizar o blend (a mistura de biodiesel e diesel de petróleo) sem problemas, acidentes humanos ou ambientais nem atrasos. A comparação remete aos pit stops para abastecimento dos carros da Fórmula 1: são 40 mil litros de combustível descarregados em 30 minutos.

O Programa Nacional de Produção e Uso de Biodiesel (PNPB), estabelecido pelo governo brasileiro pela Lei nº 11.097, de 13 de janeiro de 2005, previa a adição de um percentual mínimo de 2% de biodiesel ao óleo diesel comercializado ao consumidor, nos primeiros três anos do programa. O programa, atualmente, está na chamada fase B4 (adição de 4% de biodiesel ao óleo diesel). A Lei prevê que, em 2013, esse percentual alcance 5%. À medida que o governo federal elevar a porcentagem de adição de B100 ao diesel as instalações serão revistas para atender às novas normativas. A Shell e CH2M HILL estão prontas para fazer essa adequação por meio de soluções de engenharia, sempre respeitando todos os requisitos de segurança, ambientais e de eficiência das instalações.

. Por: Alexandre de Aguiar Brantis, engenheiro e responsável pelo departamento de Projetos e Desenvolvimento na América Latina da Shell e Arismario P. Passos é engenheiro e gerente de Projetos da CH2M Hill

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