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07/10/2009 - 11:11

Atributos que valorizam imóveis mudam de acordo com a época

Sustentabilidade dos edifícios deverá ser pré-requisito em breve.

O sucesso de vendas de uma casa ou apartamento depende não apenas de critérios técnicos, mas também dos desejos do comprador de cada segmento de renda frente às ofertas disponíveis no mercado. Assim, itens como espaço para acomodação de animais domésticos, closet e banheira são tão importantes quanto a solidez da construção e a localização do imóvel. É o que mostra o estudo “O valor dos imóveis sob a ótica dos consumidores”, de autoria do arquiteto Osvaldo Luiz de Souza Silva, que será apresentado na 9a Conferência Internacional da Sociedade Latino-Americana de Estudos Imobiliários (Lares, na sigla em inglês), que ocorrerá em São Paulo entre os dias 13 e 15 de outubro.

O trabalho do arquiteto e professor da Faculdade de Arquitetura e Urbanismo da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) visa identificar atributos que influenciam na valoração dos imóveis, mas que não fazem parte dos itens normalmente levados em conta na avaliação técnica, como a área construída, localização e estado de conservação. Privacidade e segurança, a apropriação, sonhos e carências, ascensão social, entre outros anseios, afloram na hora da decisão do consumidor.

“A percepção do potencial comprador vai além dos parâmetros técnicos. Ele busca um projeto mais próximo da média dos seus desejos”, explica Silva. Esses atributos variam dependendo da época, classe social e momento histórico e econômico, sendo que alguns deles se mantêm e outros são passageiros.

As características que valorizam os imóveis também obedecem à moda e mudam com o tempo. Entre os atributos valorizados nas pesquisas, nos últimos anos, estão as suítes, que dão maior privacidade ao casal; closet e banheira (preferidos pelas mulheres); quartinho de garagem ou hobby box (preferência dos homens); e área verde no condomínio (para as crianças). Pelo fato de ser grande o número de famílias que têm animal de estimação, muitos compradores reclamam de não haver projetos específicos para acomodação dos pets. Silva ressalta ainda que, em breve, certamente os itens relacionados à sustentabilidade dos edifícios deverão ser objeto de valorização dos imóveis, pois este é um tema que cada vez mais sensibiliza a população.

A pesquisa de Silva, ainda em andamento, ocorre no Rio de Janeiro e resultará em sua tese de doutorado. Determinados elementos têm grande importância na visão do consumidor, tais como quartos arejados e vista livre. Por outro lado, elementos anteriormente valorizados, como as entradas social e de serviço independentes, deixaram de ter relevância. A localização nos diversos blocos, andar baixo, andar alto, frente para o sol nascente ou sol poente, vista livre ou virada para uma parede do prédio vizinho, são fatores que se mantêm constantes em relação à valorização de um imóvel.

Por todas essas razões, o estudo mostra a necessidade de identificação periódica dos desejos do consumidor em cada segmento de renda, nas várias regiões do país, a fim de auxiliar as incorporadoras e os profissionais a tornarem a avaliação imobiliária mais precisa em cada mercado específico. “É preciso equacionar a questão dos desejos do consumidor com os objetivos dos empreendedores. O cliente deve ser a fonte de consulta para o desenvolvimento de novos produtos, pois depende dele o sucesso ou o fracasso dos empreendimentos”, acrescenta Silva.

O arquiteto acredita que os órgãos de normalização regionais devem fomentar a produção em massa de pesquisas que possam dar respostas imediatas ao mercado imobiliário, assim que um atributo sair da moda ou entrar para o rol de quesitos permanentes, como aconteceu com a diferenciação entre unidades em andares baixos e em andares altos. “Desta maneira haverá subsídios, além do conjunto de normas, para a avaliação de um determinado imóvel, cujos itens atualmente não expressam toda a complexidade envolvida numa obra de arquitetura”, complementa Silva.

Sobre a 9a Conferência Internacional da Lares – “Real estate e os efeitos da crise financeira” é o tema do evento, que será realizado em São Paulo entre os dias 13 e 15 de outubro, e que reúne representantes do setor acadêmico – pesquisadores, professores e estudantes de real estate – com empresários e profissionais do setor imobiliário.

A programação conta com uma série de atividades: apresentação de cases de sucesso e de trabalhos acadêmicos, painéis sobre sustentabilidade e sobre educação em real estate e visitas técnicas. As inscrições estão abertas em www.lares.org.br

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