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01/05/2007 - 05:34

Mr. Ethanol e o álcool do Brasil


A excelente revista UpDate, da Câmara Americana de Comércio (Amcham), em recente edição, estampou na capa, sob foto do presidente George W. Bush, a manchete “Mr. Ethanol, álcool combustível vira peça estratégica para os Estados Unidos”. A matéria, com muita pertinência, indica o potencial do mercado norte-americano e evidencia tratar-se de boa oportunidade para o Brasil avançar em suas relações bilaterais com a maior economia do Planeta.

De fato, a instabilidade do Iraque, o cenário político pessimista de todo o Oriente Médio, a elevação preocupante dos preços internacionais do petróleo, o social, demagógico e estatizante populismo de Hugo Chávez na produtora Venezuela e, o que é mais importante, a inexorável extinção, em cerca de 40 anos, desse combustível fóssil, eleva o etanol à primeira classe da matriz energética mundial. Este é um dos fatores de estímulo à recente visita do presidente George W. Bush ao nosso país. E aí emerge grande vantagem estratégica do Brasil.

Nosso país é o segundo maior produtor mundial, apenas há pouco tempo ultrapassado pelos Estados Unidos. Juntos, ambos respondem por 70% do mercado mundial. Além disto, dentre todas as nações com agricultura estruturada, incluindo os próprios Estados Unidos, o Brasil é a que tem a maior disponibilidade de terras ainda a serem cultivadas: 100 milhões de hectares. Ah, e um detalhe: os investimentos em andamento na instalação de usinas de álcool expandirão a capacidade produtiva nacional dos atuais 18 bilhões de litros/ano para 25 bilhões, em 2010.

Enfim, não foi gratuita ou incidental a visita do presidente George W. Bush ao Brasil. Com um olho em nosso biocombustível e outro na perspectiva política de mostrar que a democracia brasileira e não a fanfarronisse chavista predomina na América do Sul, o presidente dos Estados Unidos abriu boas perspectivas de avanço nas relações bilaterais com o Brasil. Por isso, o etanol deve ser entendido pelos responsáveis por nossa política comercial como importante diferencial competitivo e um cacife extra nas negociações multi e bilaterais, para discutirmos desvantagens como subsídios agrícolas e sobretaxas aduaneiras que prejudicam nossas exportações ao primeiro mundo.

Entendida a premissa, é fundamental, por outro lado, manter e ampliar a produção de alimentos, continuar os investimentos no desenvolvimento da indústria, pesquisa e inovação e promover o fomento equilibrado de todos os segmentos da economia nacional. Produzir etanol em larga escala e utilizá-lo como vantagem competitiva num mundo carente de combustíveis e energia barata e não poluente está corretíssimo, utilizando-o, com bom senso, como importante fator de crescimento econômico.

. Por: João Guilherme Sabino Ometto, engenheiro (EESC/USP), e vice-presidente da Fiesp.

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