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14/10/2009 - 12:46

Apoio do governo brasileiro leva empresa de biotecnologia ao mercado norte-americano

Fabricante de celulose bacteriana, a Bionext firmou parceria estratégica nos Estados Unidos, onde já registrou seu primeiro produto e agora se prepara para vendê-lo.

Brasília– “Somos uma empresa pequena, com limitações de capital, atuando em uma área de desenvolvimento de tecnologias avançadas, na qual os investimentos têm retorno no médio e longo prazo e as barreiras regulatórias são muito grandes”. É assim que o diretor presidente da Bionext Produtos Biotecnológicos, Gerardo Mendoza, define a empresa, que produz celulose bacteriana para fins medicinais (biocurativos, por exemplo). Mesmo com todos esses desafios, no último ano a Bionext firmou uma parceria estratégica com uma empresa norte-americana, já registrou um de seus produtos nos Estados Unidos e agora está planejando o processo de comercialização. “A Bionext é um claro exemplo da importância do apoio governamental para o desenvolvimento industrial”, explica Mendoza.

O processo de inserção internacional da Bionext começou no ano passado, quando participou, ao lado de mais duas empresas brasileiras, do 2008 Life Science Venture Forum, um dos mais importantes encontros mundiais na área de capital de risco, em Santa Clara (Califórnia/EUA). A participação dos brasileiros no evento foi promovida pela Agência Brasileira de Desenvolvimento Industrial (ABDI), órgão ligado ao Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (MDIC), em parceria com a Financiadora de Estudos e Projetos (FINEP), no âmbito do convênio MDIC-DOC Dialogue, firmado entre o MDIC e Departamento de Comércio Americano. “Foi a primeira vez que empresas brasileiras participaram de um evento de venture capital no exterior”, conta Cássio Rabello, responsável pelo projeto de Promoção do Empreendedorismo, Inovação e Venture Capital da ABDI.

Em Santa Clara os representantes da Bionext fizeram o primeiro contato com William Purcell, proprietário da MDI Concert, pequena empresa norte-americana localizada em Memphis (Tennessee/EUA), especializada em desenvolver moléculas para cosméticos e tratamentos de pele. “Três meses depois do evento, assinamos o contrato de parceria com a MDI e, por meio dela, em maio de 2009 obtivemos o registro de um de nossos produtos no US Food and Drug Administration (FDA), órgão responsável pela normatização e controle de produtos farmacêuticos e alimentares nos Estados Unidos”, conta o diretor presidente da Bionext. A parceria funciona assim: a MDI auxilia no processo de registro dos produtos da Bionext no FDA, monta canais de distribuição para esses produtos e tem participação nos lucros da comercialização nos Estados Unidos; a Bionext, por sua vez, faz o mesmo com os produtos e tecnologias da MDI na América Latina.

Na opinião de Mendoza, a parceria já começou a gerar resultados concretos. “Consideramos um grande ganho o fato de termos obtido registro no FDA tão rapidamente e sem custos de viagem ou com profissionais que acompanhassem o processo nos Estados Unidos. Há anos tentávamos entrar no mercado norte-americano, mas o custo e o tempo estimado para isso estavam fora do nosso alcance. Quando participamos do evento em Santa Clara, com o apoio da ABDI e da FINEP, conversamos com mais pessoas, fundos de investimento, multinacionais e agências de governo do que conseguiríamos em vários meses trabalhando sozinhos. Hoje, estamos prontos para iniciar a comercializar nosso produto nos Estados Unidos”.

O trabalho com a MDI também já rendeu à Bionext um primeiro contrato de parceria comercial, com uma empresa certificada para fornecer a entidades do governo, do exército e do VA System (sistema de atendimento a veteranos de guerra) norte-americanos. “Estamos negociando, ainda, um contrato de distribuição com uma empresa especializada em comercializar em redes de farmácia”, finaliza Mendoza.

Apoio no 2008 Life Science Venture Forum - Além das três companhias brasileiras, mais de 100 empresas canadenses e norte-americanas participaram do evento, algumas delas ligadas a grandes centros de pesquisa e agências de inovação. Elas apresentaram seus processos e novas tecnologias a mais de 400 potenciais parceiros e investidores. Entre todas, a Bionext foi eleita a empresa que apresentou maior variedade de novas tecnologias, em diferentes estágios de desenvolvimento, com destaque para o valor da tecnologia que cada inovação oferece. Com isso, recebeu o prêmio “Best of Show” do evento. “Os produtos mostrados foram um curativo de biocelulose que substitui temporariamente a pele, uma endoprotese coberta com celulose biosintética e produtos que substituem ossos, cartilagens e veias do corpo humano. Para que essa apresentação fosse tão bem sucedida, nós contamos com toda a orientação e auxílio da ABDI”, conta Mendoza.

As empresas brasileiras que participaram do 2008 Life Science Venture Forum também tiveram acesso a reuniões e apresentações particulares com grandes multinacionais e investidores. Na ocasião, a Bionext fez contatos com empresas como Johnson & Johnson, Abbott, Procter & Gamble e DuPont, além da MDI Concert. “Tudo isso gerou centenas de novos contatos, o interesse de mais de 20 fundos de investimento e a captação de capital três meses após o evento”, lembra o diretor presidente da Bionext.

Em seu projeto de Empreendedorismo, Inovação e Venture Capital, a ABDI visa intensificar o diálogo público-privado sobre essas modalidades de investimentos. “No Brasil, o Estado é parceiro fundamental para o desenvolvimento deste setor, visto que o programa de Promoção do Empreendedorismo, Inovação e Venture Capital está diretamente ligado à Política de Desenvolvimento Produtivo (PDP) do Governo Federal. A partir das metas da PDP, buscamos aproximar os diversos setores produtivos dos provedores de capital de longo prazo na forma de veículos de private equity e venture capital. Exemplo disso é a construção de uma agenda comum e coordenada de ações com representantes do setor e agências públicas de financiamento, como BNDES, FINEP e Banco do Brasil. Temos ainda uma agenda de atração de investimentos e de colaboração construída com a Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos (APEX-Brasil) e entidades governamentais e não governamentais estrangeiras””, conta Rabello.

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