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16/10/2009 - 12:10

Gagueira tem solução

22 de outubro- Dia Internacional de Combate a Gagueira, fonoaudióloga esclarece as dúvidas e os mitos ensinando a melhor maneira de agir diante do problema.

A gagueira é problema comum, porém preocupante. De acordo com a Classificação Internacional de Doenças (CID-10), a gagueira é caracterizada como um distúrbio ou transtorno da fala, sendo vista desta forma como uma enfermidade que deve ser tratada. Existem várias orientações importantes que ajudam muito no tratamento e tranqüilizam a família. Até porque o problema pode ser solucionado logo após sua manifestação. “Como a gagueira é involuntária, ou seja, não depende da vontade ou do controle da pessoa, e intermitente, pois, vai e volta em diversas situações e pode ficar um período sem aparecer, é importante que os pais fiquem alertas e procurem um especialista para diagnóstico e conduta adequados logo após o aparecimento dos primeiros sintomas a fim de que a gagueira não se intensifique e se torne crônica”, orienta a fonoaudióloga Viviane Fontes da Secretaria Municipal de Saúde do Rio de Janeiro.

Segundo a fonoaudióloga, a gagueira é um distúrbio na fluência da fala e se caracteriza por interrupções atípicas e involuntárias no fluxo da comunicação oral, tais como repetições, hesitações, bloqueios, prolongamento e tensões corporais. “A gagueira também pode ser caracterizada por uma dificuldade que o cérebro tem de organizar e sinalizar o término e o inicio de sons ou sílabas em seqüência, sendo assim, a palavra que será dita, ficara “presa na boca” até que o cérebro processe a mensagem seguinte. A gagueira atinge cerca de 5% da população brasileira, com maior ocorrência no sexo masculino”, explica.

Viviane Fontes diz que existe uma estrutura cerebral que seria responsável pela organização da fala espontânea: os núcleos da base. Esses núcleos têm a função de fazer com que a fala tenha fluência e assim qualquer tipo de desordem ocasionaria uma dificuldade em gerar os comandos para finalizar a palavra que será dita em um determinado tempo, aparecendo assim às repetições de sílabas, sons, bloqueios ao iniciar a fala e prolongamento de sílabas. “Situações onde a pessoa utiliza o processo de fala de forma mais automática, como o cantar, proporciona uma fluência para a pessoa com gagueira, pelo fato de que a participação cerebral dos núcleos da base se dá de forma reduzida, por ser um tipo de comando mais automático do que a organização do discurso de vontade própria”, afirma a especialista.

Causas- Embora não haja uma razão decisiva com relação à causa específica da gagueira, alguns aspectos influenciam o surgimento da gagueira. De acordo com Viviane Fontes, o fator hereditário, ou seja, a herança genética é responsável por cerca de 55% dos casos e 45% como conseqüência de lesões neurológicas. A gagueira tem uma tendência a se concentrar em determinadas famílias pelo fato da transmissão genética da pré-disposição a gaguejar. É claro que o meio também contribui para o desenvolvimento da gagueira. Geralmente, pessoas da mesma família têm o mesmo tipo de comportamento de gagueira, podendo variar o grau de severidade da gagueira. Já as lesões cerebrais, podem ocorrer em na fase durante o nascimento e pós-nascimento, como por exemplo, a falta de oxigenação cerebral, prematuridade, traumatismos e outros, ocasionando assim lesões cerebrais precoces em uma estrutura anatômica cerebral chamada núcleos da base. O dano cerebral também pode ocorrer na fase adulta por lesões decorrentes de acidente vascular cerebral, traumatismo craniano, doenças neurodegenerativas. Também podemos sinalizar que algumas dificuldades e atrasos na aquisição da linguagem contribuem para o surgimento da gagueira. “Vale lembrar que questões psicológicas, traumas, sustos ou ansiedade não causam efetivamente a gagueira. As emoções podem, apenas, desencadeá-la em alguém que já carrega consigo essa predisposição orgânica”, explica.

Sinais da gagueira – Geralmente quando a criança está na faixa etária de 2 a 4 anos, existe um período em que a gagueira tende a se manifestar em algumas crianças. Isso se deve ao fato de que nesta idade a atividade dos núcleos da base está em desenvolvimento e organização, fazendo com que haja uma manifestação de alteração na fluência verbal, já que eles são responsáveis pelo comando da fala espontânea. A criança tem a tendência a fazer prolongamentos, repetir palavras ou silabas, fazer bloqueios antes de falar, dentre outras manifestações. Assim, é importante consultar um fonoaudiólogo ao aparecer esses sinais para que seja feita uma intervenção a nível preventivo com a finalidade de evitar com que a gagueira se instale, ou aumente ou se torne crônica, o que prejudica muito a auto-estima da criança.

Tratamento- Um fonoaudiológico poderá orientar sobre o problema e fazer os encaminhamentos necessários. O acompanhamento de um neurologista e de um psicológico também colabora no tratamento. A família tem um papel de destaque na superação do distúrbio e, por isso, não deve forçar a criança a repetir as frases, pedir para falar “direito” interrompê-la ou completar o que ela quer dizer.

Dicas para ajudar crianças com gagueira: Faça o ambiente de sua casa calmo. | Fale calmamente, devagar e o mais relaxado possível.| Transforme o momento de fala do seu filho em momentos agradáveis. | Olhe para seu filho quando ele estiver falando. Mostre interesse pelos assuntos dele e mostre que você gosta de escutar o que ele tem para dizer. | Espere alguns segundos depois que ele acaba de falar para começar a responder, pois assim ele vai perceber que não precisa ter pressa para falar. | Não deixe seu filho perceber o seu nervosismo, sua ansiedade, sua tensão quando ele tem uma repetição ou bloqueio. Tome cuidado com seus atos que podem estar demonstrando isso, como torcer as mãos, arregalar os olhos, virar o rosto ou franzir a testa.| Faça comentários sobre o que ele fala e não como ele fala. | Mantenha contato natural de olhos quando a criança fala. | Não complete as frases da criança. | Não a apresse para concluir o que está falando. | Leia ou conte histórias para ele antes de dormir. | Nunca chame a criança de gaga e nem deixe os outros chamarem.| Evite fazer perguntas que exijam respostas muito longas quando ele estiver em um momento crítico.| Não peça para seu filho ficar calmo ou parar de respirar antes de falar.| Não ensine truques para ele falar bem. O que funciona com uma criança pode na funcionar com seu filho.| Elogie seu filho sempre que possível! Melhore a auto-estima dele.| Elogie suas qualidades, seus desenhos, suas boas ações seus bons comportamentos! | Nos dias em que ele gagueja muito, faça atividades calmas para que ele fique tranqüilo. | Nos dias em que ele não gagueja ou gagueja pouco, faça atividade como contar estórias, conversar, brincar. Aproveite este período para que ele ouça como está falando bem.

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