Segundo a grau gestão de ativos, ações da bovespa encontram-se atualmente sobrevalorizadas

Em setembro a Bovespa superou os 60 mil pontos, voltando ao patamar anterior à crise financeira internacional. O valor de mercado das empresas brasileiras com capital aberto na bolsa já soma mais de US$ 1 trilhão. Para Carlos Levorin, sócio e gestor da Grau Gestão de Ativos, os indicadores econômicos principalmente do exterior indicam uma recuperação lenta e gradual, ao contrário do cenário de recuperação rápida e forte que o mercado está atualmente projetando. “Há hoje no mercado um sentimento de euforia que não pode ser totalmente justificado pelos fundamentos e pelas perspectivas de lucros futuros das empresas”, afirma Levorin, profissional com quase 30 anos de mercado financeiro e passagens pelo Banco Bradesco de Investimentos, Banco Fator, Síntese S/A e Oryx Asset Management.

"A recuperação que está ocorrendo atualmente é em grande parte impulsionada por estímulos governamentais de caráter extraordinário. Nos Estados Unidos assim como no Brasil, os governos desembolsaram bilhões para estimular a economia. À medida que estes estímulos forem retirados a velocidade na retomada da demanda deverá diminuir, pois não haverá aumento suficiente no emprego e na renda capaz de substituir este estímulos", complementa ele. Assim, o gestor recomenda uma postura cautelosa no curto prazo para o investidor. “Algumas ações ainda são atrativas, principalmente no setor de infra-estrutura onde a sensibilidade das receitas e dos lucros ao crescimento econômico é menor. No entanto, empresas mais dependentes de um cenário de crescimento robusto, tanto no exterior quanto internamente, podem passar por um processo de realização mais forte caso os dados econômicos sinalizem um cenário menos otimista”, finaliza.