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16/10/2009 - 13:55

A obra gráfica de Wifredo LAM na Caixa Cultural


© Lam, Wifredo – Apocalypse Centenial Edition, 1964 - Licenciado por AUTVIS, Brasil, 2009

Primeira exposição do artista cubano no Brasil terá 140 gravuras e será a maior mostra já realizada de sua extensa obra gráfica.

A maior mostra de gravuras de Wifredo Lam, o mais importante artista plástico cubano e um dos expoentes da pintura moderna e do movimento surrealista, será exibida na Caixa Cultural do Rio de Janeiro, de 21 de outubro a 3 de janeiro de 2010, com curadoria de Paulo Venancio Filho. Lam: gravuras é a primeira exposição do artista no Brasil, reunindo 140 gravuras e 4 desenhos. A exposição, produzida pela Tisara, percorrerá mais de quarenta anos da obra do pintor e gravador cubano, desde os desenhos que serviram de ilustração para o livro de poemas “Fata Morgana”, do poeta surrealista André Breton, publicado em 1941, até as últimas gravuras realizadas em 1982.

Lam: gravuras irá apresentar os mais importantes conjuntos de gravuras que o artista realizou, além das séries de ilustrações que fez para livros dos poetas e escritores com os quais conviveu como André Breton, Antonin Artaud, Renée Char, Aimé Cesaire, Ghérasim Luca e Gabriel Garcia Márquez, entre outros. Também farão parte da mostra um grupo de gravuras inspiradas na mais famosa pintura de Wifredo Lam, “A Selva”, realizada entre 1942 e 1944, e que pertence ao acervo do Museu de Arte Moderna de Nova Iorque.

Paulo Venancio Filho ressalta que essa exposição irá corrigir uma lacuna da vida cultural e artística brasileiras, que jamais exibiu uma mostra individual do artista no país: “Lam teve participação em duas Bienais de São Paulo e também na exposição “Arte de Cuba”, no Centro Cultural Banco do Brasil, em 2006. Entretanto, uma exposição individual, como mereceria, nunca foi realizada. Felizmente, isso acontece agora”, diz o curador.

Todos os trabalhos da exposição – que formam um dos mais significativos conjuntos da obra do artista – foram selecionados do acervo da Associação de Amigos de Wifredo Lam, com a colaboração do filho do artista, Eskil Lam, que virá ao Brasil na época da abertura da mostra, assim como Jacques Leenhardt, da Associação Internacional de Críticos de Arte, de Paris. A edição de um catálogo bilíngüe, com textos de Paulo Venancio Filho, Jacques Leenhardt, diretor da École des Hautes Études en Sciences Sociales, e Xênia Bergman além de imagens de todas as obras, completa a exposição.

Lam: gravuras tem o objetivo de aprofundar o caráter surrealista manifesto na obra do artista, tanto no registro da linguagem plástica como no pioneirismo que tanto atraiu a atenção de estudiosos, escritores e artistas do mundo todo. Na obra de Lam é possível reconhecer traços "avant la lettre" da conversão de sincretismos naturalizados no modelo picassiano ao lado dos códigos já modificados nas Antilhas mestiças, entre outras fontes de apropriação da etnografia do pintor cubano.

O artista - Wifredo Lam foi o mais importante pintor cubano e um dos expoentes da pintura moderna e do movimento surrealista. É o artista cubano que maior reconhecimento internacional obteve em vida. Seu contato na Europa com a arte africana, com os cubistas e, de modo mais definitivo, com os surrealistas, o fez voltar os olhos à sua terra na busca das expressões autênticas da ilha.

O "criollismo" de Lam, interessado em temas rurais, se orienta em outras direções do afrocubanismo vanguardista, expressado na representação de cenas vernáculas, de música e dança, criando novas iconografias, distante de visões pitorescas ou bucólicas. Suas obras estão nas melhores coleções de arte contemporânea do mundo, como é o caso da obra "A Selva", pertencente à coleção do MoMA, considerada como um dos mais emblemáticos trabalhos do artista.

Wilfredo Lam foi o mais importante pintor cubano e um dos expoentes da pintura moderna, tendo obras vendidas na casa dos US$ 2 milhões. Nasceu em Sagua La Grande, Cuba, em 1902. Filho de um chinês e de uma mulata cubana, a sua infância foi marcada por sua madrinha, Mantonica Wilson, destacada sacerdotisa afro-cubana. Em 1923 formou-se no curso da Academia de Bellas Artes San Alejandro, em Havana. Durante os primeiros anos da década de 20, Lam exibiu seus trabalhos no Salão da Associação de Pintores e Escultores, de Havana. Em 1923, foi para a Espanha, em busca de horizontes artísticos mais alargados. Estudou no atelier de Alvarez de Sottomayor - pintor acadêmico (mestre de Dali) e Diretor do Museu do Prado, em Madri -, onde tomou contacto com as obras de El Bosco, Brueghel e Goya.

Em 1938, viajou para Paris, onde conheceu Picasso; no ano seguinte, expôs na galeria de Pierre Loeb. Com o início da 2ª Guerra Mundial, e a invasão alemã de Paris, Lam foi obrigado a deixar Paris, em função das suas convicções anti-fascistas e da sua origem cubana, refugiando-se em Marselha, onde conviveu com com a vanguarda francesa, em especial com André Breton e o surrealismo. André Breton, impressionado com as pinturas de Lam, pediu-lhe para ilustrar o seu poema “Fata Morgana”. De Marselha, Lam seguiu para Martinica, juntamente com outros artistas. Chegou a Cuba em 1941. O seu regresso foi marcado pela constatação das difíceis condições em que os seus conterrâneos se encontravam. Nesse ambiente Lam pintou uma das suas mais importantes obras, A Selva (1943), exposta no Museu de Arte Moderna (MoMA), em Nova Iorque.

Os anos 40 foram de constantes viagens entre Cuba, Paris e Nova Iorque, onde fez várias exposições na galeria Pierre Matisse. Em 1952, Lam foi viver em Nova Iorque. Em 1964, instalou-se em Albisola Mare, próximo de Genova, na Itália, e lá conheceu Asger Jorn, um dos fundadores do grupo COBRA, que o iniciou na arte da cerâmica. Neste mesmo ano, recebeu o prêmio Guggenheim International Award. Wifredo Lam morreu em 11 de Setembro de 1982, em Paris.

Lam: gravuras, de 22 de outubro a 3 de janeiro 2010,, de terça a sábado, das 10h às 22h, domingo das 10h às 21h, Caixa Cultural Rio de Janeiro, Avenida Almirante Barroso, 25 Centro, Rio de Janeiro – Cep 20031-003 | Tel: (21) 2544-4080 / 2544-7666| [email protected] | www.caixa.gov.br / caixacultural | Entrada franca.

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