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16/10/2009 - 14:11

Cooperação entre setores público e privado: um caminho para sair da crise

Conferência da Waipa, que terminou na quarta-feira, em Milão (Itália), destacou que a participação dos governos como incentivadores de investimentos nas empresas é fundamental para a economia mundial entrar nos eixos novamente. Evento reuniu representantes de mais de 90 países

Terminou ontem em Milão, na Itália, a 14ª Conferência Mundial da Waipa, que reuniu acadêmicos, economistas e representantes dos setores público e privado de mais de 90 países. O evento teve como foco principal debater os novos rumos da economia mundial e o papel dos investimentos globais no cenário de recuperação após a crise de 2008. Durantes os três dias de Conferência, os painéis destacaram a importância das parcerias entre os setores público e privado, a remoção de barreiras comerciais, a atuação dos bancos centrais de cada país e a maior relevância de economias emergentes - como a do Brasil - na atualidade. A Waipa (Associação Mundial das Agências de Promoção de Investimentos) é presidida por Alessandro Teixeira, que também ocupa a presidência da Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos (Apex-Brasil).

Durante o painel "A nova onda de estímulos públicos e caminhos para o investimento estrangeiro direto", um grupo de economistas liderou discussão focada na mudança de comportamento dos governos após a crise e destacou as conseqüências de um incentivo público para reconstruir o mapa de investimentos no planeta. Os participantes enfatizaram a necessidade de um envolvimento direto dos governos até que a crise esteja superada, com regulações que estimulem o setor privado. A presidente da ProsperAR - agência de promoção de investimentos da Argentina -, Beatriz Nofal, pediu a criação de um fundo mundial para ajudar as economias emergentes. Segundo Nofal, seriam arrecadados US$ 20 bilhões e 3,6% do montante seria destinado a estes países.

"As oportunidades de negócios só reaparecerão se tivermos uma participação colaborativa", reforçou Alessandro Teixeira. O presidente da Waipa aponta os setores de energia (renovável ou natural), infraestrutura, serviços, turismo, agricultura e tecnologia da informação como os que concentrarão o maior volume de investimentos estrangeiros diretos (IEDs) nos próximos anos.

No segundo painel, "Mudança de rumos: rendimentos decifrados, alianças estratégicas e barreiras de entrada removidas", foi debatida a questão de como a turbulência financeira revelou novas oportunidades de negócios, principalmente nos setores de serviços industriais, saúde e mineração. "Temos grandes oportunidades de superar a crise, mas precisamos pensar sempre em inovação e temos de estar preparados para as novas tecnologias", disse o empresário Marco Stefanini, chefe executivo da Stefanini IT Solutions.

Fundos soberanos - No último dia de Conferência foram realizados mais dois painéis. O primeiro, "Reconstruindo o cenário financeiro: incrementando o fluxo de investimentos", abordou a falta de confiança nos mercados, mecanismos não-tradicionais de financiamento e a necessidade de novas políticas de investimento. "O grande fundo investidor que aparecerá nos próximos anos serão os fundos soberanos", apostou Josep Fontenelles, ex-presidente do Parlamento Europeu.

Durante o debate, as relações comerciais bilaterais foram criticadas pelo diretor de pesquisa do Deutsche Bank, Norbert Walter. Segundo ele, a prática de estabelecer acordos com países individualmente e não com blocos econômicos atrapalha a recuperação da economia mundial. "Os Estados Unidos e alguns países asiáticos agem desta forma e isso não é bom. Espero que o mundo volte a apostar nos acordos multilaterais como exemplo de relação comercial e se mire no Brasil, uma das economias emergentes que vem lidando de forma mais tranqüila com a crise", afirmou.

O último painel da Conferência tratou do tema "Investimentos globais: redesenhando o mapa da recuperação". O papel dos países que formam o BRIC (Brasil, Rússia, Índia e China) foi apontado como exemplo a ser observado pelo professor Changqi Wu, da Escola de Ganghua, em Pequim, na China. Para ele, porém, não é porque estas nações estão caminhando para uma recuperação mais rápida que os investimentos nestas regiões devem parar. "Temos que continuar exportando e investindo de forma global. Mas, fundamentalmente, temos de nos atentar para as necessidades das empresas, que são os clientes finais das agências de promoção de investimentos. São elas que criam um mundo competitivo e têm condições de movimentar a economia novamente", concluiu.

Perfil: A Waipa é uma associação não-governamental criada em 1995,em Genebra (Suíça), e que atua como fórum para agências de promoção de investimentos, estimulando oportunidades de relacionamento e facilitando o intercâmbio de práticas bem-sucedidas e capacitação na promoção de investimentos. Atualmente, a organização conta com 249 agências, que representam 157 países.

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