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20/10/2009 - 12:04

1° Fórum de Odontologia do Esporte para Atletas de Alto-Rendimento reúne especialistas em São Paulo

A presença de um cirurgião-dentista nas equipes médicas de clubes e eventos esportivos pode ser a garantia de uma carreira de sucesso para o atleta?

Um pouco de história...

A história da Odontologia do Esporte no Brasil é marcada pela atuação do cirurgião dentista Mário Trigo, falecido em 2008. Pioneiro, acompanhou as seleções brasileiras bicampeãs mundiais de futebol de 58 e 62, além da seleção de 1966. Trigo foi, até hoje, o único cirurgião-dentista a viajar com a delegação brasileira e a receber as faixas de campeão juntamente com os atletas – em 58 e 62.

Na verdade, a presença de Mário Trigo na delegação campeã mundial de 1958 foi o primeiro grande passo para a valorização da Odontologia do Esporte no Brasil. Um eterno apaixonado por futebol, a ponto de jogar algumas partidas pelo Fluminense (como amador), o cirurgião-dentista Mário Trigo chegou à seleção nacional através do médico Hilton Gosling, que conhecera na época da universidade e com quem trabalhara em clubes cariocas. Recém-convocado, Trigo logo viu sua habilidade e senso de oportunismo serem postos à prova: às vésperas da viagem para a Copa da Suécia, em 58, tinha diante de si o desafio de “colocar em dia” a saúde bucal de 33 atletas. Como não havia estrutura de atendimento na CBD (antiga CBF) ele buscou, e conseguiu, o apoio da universidade por onde havia se formado: a UFRJ – à época, Universidade do Brasil. Em seguida, pôs em prática seu “planejamento odontológico”, atendendo os jogadores a partir das instalações da universidade, que ainda cederia seus estudantes de Odontologia. No “time” de Mário Trigo, atuavam 15 estudantes que faziam os exames e encaminhavam ao mestre os casos de cirurgia.

O saldo desse esforço concentrado, embora tenha livrado a seleção das temidas dores de dente, revelou o verdadeiro estado da saúde bucal dos atletas, ao final, tinham sido extraídos nada menos do que 118 dentes – considerando os 33 jogadores, dava uma média de 3,5 dentes para cada um. “Extrações que poderiam ter sido evitadas, se houvesse tempo para o tratamento”, esclareceu Mário Trigo na época. Muitas outras extrações ele conseguiu evitar nos clubes cariocas em que atuou. Trigo notou que os atletas que apresentavam maior demora na recuperação de lesões eram justamente aqueles portadores de focos dentários. A partir daí, desenvolveu a tese que aplicaria na seleção brasileira com sucesso, a do “foco dentário com repercussão à distância”: segundo a qual, a bactéria do foco dentário, após um tempo, entra na circulação sanguínea, espalhando-se como uma metástase e minando o sistema imunológico. Nesse caso, a única forma de acelerar a recuperação do atleta lesionado é tratando o foco dentário.

A repetição de um ciclo - O cirurgião-dentista, Carlos Sérgio, que desde 1991 atende as seleções brasileiras sub-15, 17 e 20 e a principal, não hesita em reconhecer o legado de Mário Trigo. Mas sua atuação reflete a própria evolução da Odontologia, que além de uma técnica mais apurada, conta agora com um suporte tecnológico que não existia décadas atrás. Com mais de 500 casos clínicos documentados – dentre estes, Kaká, Robinho, Adriano, Dida, Cafu, Roberto Carlos e Ronaldo Fenômeno –, ele reúne informações que são uma radiografia do modo como os dirigentes do futebol tratam a saúde bucal. Nos clubes, a justificativa para não se contratar um profissional de Odontologia é que o atleta teria o seu dentista particular. Mas essa não é a regra. A raiz dos problemas dentários dos jogadores está na desinformação e na falta de investimento dos clubes. Carlos Sérgio coleciona histórias que comprovam isso.

A exemplo de Mário Trigo, Carlos Sérgio só conseguiu viabilizar uma estrutura de atendimento para a CBF graças ao apoio de uma universidade: dessa vez, da Unigranrio (Duque de Caxias), onde dá aula no curso de pós-graduação de Ortopedia Funcional dos Maxilares. Pelo menos um passo adiante foi dado em relação a seu antecessor: agora, um consultório odontológico completo foi montado na própria Granja Comary, onde é feita a concentração para os torneios internacionais e olimpíadas.

História de hoje - Um dos casos mais famosos dos nossos dias que comprova a importância do acompanhamento odontológico aos atletas é o episódio que envolve o jogador Ronaldo Luiz Nazário de Lima, conhecido como “Fenômeno”. Melhor jogador do mundo por duas vezes artilheiro da Copa do Mundo de 2002, aos 15 anos, Ronaldo esteve para ser cortado da equipe do São Cristóvão, clube que o revelou, por conta de sua falta de fôlego. “Mas para a sorte de quem gosta de futebol, o time do subúrbio carioca possuía na comissão técnica um cirurgião-dentista. O futuro craque da seleção tinha dois canais infecciosos e uma enorme falha ortodôntica, além de respirar pela boca. Ao tratar o problema, o jogador passou a ter o mesmo desempenho físico dos demais, pois um atleta que respira pela boca apresenta rendimento físico 21% menor, se comparado ao que respira pelo nariz. Já um canal aberto pode representar uma queda de até 17% no condicionamento”, diz o cirurgião-dentista Hilton Tiba, coordenador do CODEC, - Centro de Odontologia do Esporte do CETAO.

Hora de discutir o assunto - A presença de um cirurgião-dentista nas equipes médicas de clubes e eventos esportivos pode ser a garantia de uma carreira de sucesso para o atleta? Esta é uma das questões que será discutida durante O 1° Fórum de Odontologia do Esporte para Atletas de Alto-Rendimento, que acontece em São Paulo, no próximo dia 27 de outubro. Organizado pelo CETAO, com apoio do Ministério dos Esportes, o evento reunirá atletas, especialistas em Medicina e Odontologia do Esporte. “Hoje, existem equipes de saúde que acompanham os eventos esportivos. Mas, sem a presença de um cirurgião-dentista, não podemos dizer que a equipe efetivamente é uma equipe de saúde, pois do ponto de vista da saúde bucal, os atletas estão desprotegidos”, destaca o coordenador do Centro de Odontologia do Esporte do CETAO.

Hilton Tiba destaca também que além da ação sobre os traumatismos, a Odontologia do Esporte também é essencial do ponto de vista da prevenção. “É preciso esclarecer os atletas a respeito da necessidade da prevenção de acidentes e de uma ação preventiva em saúde bucal. Por exemplo, existe um mito entre os atletas que diz que o protetor bucal traz dificuldades de respiração e fala. As 22 atletas da seleção feminina de futebol, por exemplo, usaram protetor bucal, em Atenas 2004, e não tiveram problemas... No mundial Sub 17, quatro atletas brasileiros também usaram... É comprovado cientificamente que o protetor não altera o desempenho do atleta, desde que seja um protetor adequado, personalizado”, explica o dentista.

Venha debater conosco - No Brasil, há a necessidade de uma conscientização das instituições de saúde, educação e esportivas para que sejam feitas campanhas públicas visando estimular os praticantes de esportes e, a comunidade em geral, a uma prática esportiva segura. Precisamos também avançar na questão do atendimento odontológico obrigatório durante as atividades esportivas para assegurar que os procedimentos imediatos frente a um traumatismo dentário sejam adotados. Novas pesquisas mais abrangentes devem ser realizadas neste campo, enfatizando as condições de saúde bucal de atletas amadores e profissionais.

Durante o 1° Fórum de Odontologia do Esporte para Atletas de Alto-Rendimento, o Dr. Hiroshi Suzuki, professor da Universidade de Nihon do Japão, falará, pela primeira vez, ao público brasileiro sobre as contribuições que a Odontologia vem trazendo à prática esportiva no Japão. Além de Suzuki, os participantes do evento terão a oportunidade de ouvir o médico Dr.Wagner Castropil, ortopedista, especializado em Medicina do Esporte, que divide com o público sua experiência pessoal-profissional com o esporte. Entre 1985 e 1992, Castropil foi atleta da seleção Brasileira de Judô. Foi também integrante da Equipe Olímpica Brasileira em três olimpíadas: Barcelona (1992), como atleta, Atenas (2004) e Pequim (2008), como médico.

“Para enriquecer o debate, convidamos também atletas que darão o seu testemunho sobre a importância da Odontologia do Esporte em suas trajetórias profissionais. Contaremos com a presença de Fábio Vanini, atleta de handebol do Esporte Clube Pinheiros e da Seleção Brasileira de Handebol; Cassius Duran, atleta olímpico brasileiro de saltos ornamentais; e por fim, Joon Sok Seo, nadador paraolímpico, especialista nas provas 50m, 100m e 4×50m livre, 50m costas e 50m borboleta, que além de atleta, também é cirurgião-dentista”, informa o cirurgião-dentista Alexandre Jun Ueda.

Informações e inscrições: 1° Fórum de Odontologia do Esporte para Atletas de Alto-Rendimento, em 27/10/2009, das 14h às 19h, no Esporte Clube Sírio, Avenida Indianópolis, 1192. Moema - São Paulo | Inscrições: Para participar do 1° Fórum de Odontologia do Esporte para Atletas de Alto-Rendimento acesse o link: http://carreiraodontologica.wordpress.com/2009/10/15/participe-do-nosso-forum-de-odontologia-do-esporte

. [O CETAO - Centro de Estudos Treinamento e Aperfeiçoamento em Odontologia. é uma Instituição de Ensino Superior, reconhecida pelo Ministério da Educação, que promove cursos de extensão e especialização em Odontologia. Fundada há 11 anos, está presente em 07 países, ministrando cursos para dentistas no Brasil e no exterior. Avenida Indianópolis, 153, Moema. São Paulo, telefone (11) 5051 2370/ 5051 6209. | Site: www.cetao.com.br | E-mail: [email protected] | Blog: http://carreiraodontologica.wordpress.com \ Orkut: http://carreiraodontologica.wordpress.com | Twitter: http://twitter.com/cetao]

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