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20/10/2009 - 12:46

A força poética de Iole de Freitas na Casa França-Brasil

Leveza, luminosidade, movimento, aconchego. Numa só obra. Grandiosa, flutuante e translúcida, desafiando e interagindo com o espaço. Assim é o trabalho que está sendo desenvolvido por Iole de Freitas para a sua exposição na Casa França-Brasil, vinculada à Secretaria de Estado de Cultura, a partir de 24 de outubro.

A instalação - um sistema de linhas realizadas em tubos de aço que sustentam placas de policarbonato retorcidas – conduz o espectador a experimentar uma nova relação com o espaço, onde a obra da artista e a arquitetura do prédio fundem-se em um movimento próprio, refletido por nuances de luz e tensões que traduzem a poética de Iole.

“Os elementos vão atravessando o espaço, preenchendo-o com novas curvaturas e linhas. Com a incidência da luz, formam novos ambientes que oferecem múltiplas possibilidades estéticas e espaciais não só através do olhar, mas também pelo deslocamento do próprio corpo”, explica Iole. A participação do espectador, em uma estreita relação entre corpo e espaço, vem se desenvolvendo no trabalho da artista desde o final da década de 90. Entre os exemplos mais recentes, estão as obras exibidas na Fundação Iberê Camargo (2008) e na Documenta de Kassel (2007), onde as intervenções da artista possibilitaram uma nova visão estética da arquitetura dos prédios.

Na Casa França-Brasil, entretanto, além do desafio de fazer uma interferência na estética do espaço interno do prédio, Iole enfrenta a questão do prazo de elaboração e realização: “A Casa França-Brasil, projetada por Grandjean de Montigny, data de 1820. É um prédio histórico, que em si mesmo constitui um grande desafio para o desenvolvimento de intervenções visuais. Na Fundação Iberê Camargo, acompanhei a construção do prédio e iniciei os estudos para a realização do trabalho um ano antes da inauguração. Aqui, todo o processo – estudos, cálculos, amadurecimento e desenvolvimento – será realizado em três meses” revela Iole.

Iole de Freitas marca o início de um novo momento da Casa França-Brasil, que permaneceu fechada para a realização de obras estruturais e de restauração em todo o prédio, reaberto em abril com novas instalações, mais modernas e funcionais. Dirigida por Evangelina Seiler, a Casa reafirma-se como importante ponto de difusão cultural no centro da cidade. “Este prédio foi a Primeira Praça de Comércio do Rio de Janeiro, local de intensas trocas de mercadorias. Quero transformá-lo em um local de troca de idéias, um lugar para todos, com todas as portas abertas para todos. Um local de grandes e importantes exposições”, diz Evangelina, ao anunciar que o espaço terá também restaurante, área de convivência e uma sala de leitura aberta ao público.

O prédio que abriga a Casa França-Brasil é um dos maiores símbolos das transformações provocadas pela chegada da Família Real e percorreu um longo caminho até tornar-se um centro cultural. Projetado por Grandjean de Montigny, arquiteto oficial da Missão Francesa, foi inaugurado em 1820 como a Primeira Praça de Comércio do Rio de Janeiro; em 1824, passou a abrigar a Alfândega. Tombado pelo Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (IPHAN), em 1938, transformou-se em centro cultural em 1990. Em 2008, com recursos do Governo do Estado do Rio de Janeiro, foram realizadas obras estruturais e de restauração em todo o prédio. Durante quase sete meses o centro cultural permaneceu fechado à visitação pública, reabrindo em 2009 para as comemorações do Ano da França no Brasil já com um novo perfil de programação: urbano e contemporâneo.

. [Casa França-Brasil, de 24 de outubro de 2009 a 28 de fevereiro de 2010,de terça a domingo, das 10h às 20h, Rua Visconde de Itaboraí, 78 – Centro, Rio de Janeiro. Entrada franca | Email: [email protected] | Telefone: (21) 2332-5120.

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