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21/10/2009 - 05:25

Ricardo Denadai, economista sênior do Santander Asset Management, comenta IOF para investimentos estrangeiros

São Paulo- O ministro da fazenda, Guido Mantega, anunciou no dia 19 de outubro (segunda-feira), que o Brasil vai impor IOF de 2% nas entradas de investimentos estrangeiros para as ações locais e mercados de renda fixa (mas não para investimentos estrangeiros diretos). O principal motivo, segundo Mantega, é evitar a continuidade da apreciação do Real.

Não é a primeira vez que o Governo brasileiro usa essa medida com a finalidade de evitar a apreciação cambial. Em março de 2008, a Fazenda instituiu IOF de 1,5% sobre as entradas de investimentos estrangeiros para renda fixa, mas o mercado de ações ficou isento. Nessa época, a taxa de câmbio depreciou por algumas semanas (a partir de R$ 1,68 para R$ 1,74), mas voltou para a tendência de apreciação, caindo abaixo de R$ 1,60 no final de junho. O impacto sobre as taxas de juros de longo prazo foi mais significativo (embora o efeito não possa ser isolado, dado que o BC estava a ponto de aumentar os juros para combater alta de inflação).

Segundo Ricardo Denadai, economista sênior do Santander Asset Management, esta medida pode trazer insegurança aos investidores estrangeiros, especialmente no mercado de ações, em relação às regras do jogo. Vale a pena lembrar que o mercado de ações está sendo uma importante fonte de financiamento do investimento das empresas. A economia brasileira tem uma necessidade enorme de investimentos privados, especialmente agora com a Copa do Mundo em 2014 e os Jogos Olímpicos, em 2016.

Adicionalmente, a medida pode ser ineficaz, pelo fato de a apreciação do Real, na nossa avaliação, ser uma conseqüência da depreciação do dólar em todo o mundo e do sucesso do Brasil, pois é hoje uma das economias mais bem posicionadas, com perspectivas fortes de recuperação, sustentadas pela sua demanda interna (mercado de trabalho forte e expansão do crédito).

"Avaliamos que mesmo com essa medida, a tendência do Real é a de valorização e que o melhor seria focar nas relações de comércio externo e ganhos de produtividade dos nossos setores de exportação", diz Denadai.

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