Vale tem lucro de US$ 5 bilhões 1º trimestre de 2007

A Companhia Vale do Rio Doce divulgou no dia 3 de maio (quinta-feira), que obteve lucro líquido recorde de 5,09 bilhões de reais no primeiro trimestre do ano, 113,3 por cento maior que em igual período de 2006, quando teve ganho de 2,18 bilhões de reais.

O lucro antes de juros, impostos, amortização e depreciação (Ebitda, na sigla em inglês) também foi recorde, em 8,93 bilhões de reais no trimestre, contra 3,75 bilhões de reais um ano antes.

Os números do ano passado não contabilizaram resultados da CVRD Inco, formada após aquisição da mineradora canadense Inco, no fim de 2006, ressaltou a companhia num comunicado enviado à CVM (Comissão de Valores Mobiliários). A Inco contribuiu com 1,58 bilhão de reais no lucro, e com 3,9 bilhões de reais no Ebitda.

Investimentos sociais e ambientaiS - A Companhia Vale do Rio Doce investiu US$ 56 milhões em ações sociais e ambientais no primeiro trimestre de 2007. Desse total, US$ 20,4 milhões foram destinados a ações sociais nas áreas de educação, cultura, infra-estrutura (hospitais e escolas), obras de pavimentação e saneamento nas regiões onde a empresa está presente. Os investimentos ambientais somaram US$ 35,6 milhões no período, com destaque para revitalização de áreas verdes em Tubarão (ES), programa de educação ambiental e reabilitação de áreas degradadas em Córrego do Meio (MG), obras de construção do Parque Botânico em São Luís (MA), e a gestão de resíduos e efluentes na Estrada de Ferro Carajás (EFC).

Lucro líquido recorde - A Vale contabilizou no primeiro trimestre de 2007 lucro líquido de US$ 2,217 bilhões, correspondente ao lucro por ação de US$ 0,92, o que significa crescimento de 86,9% em relação ao registrado entre janeiro e março do ano anterior, de US$ 1,186 bilhão. Pela primeira vez, o lucro líquido trimestral superou a marca dos dois bilhões de dólares.

O resultado representou novo recorde para o período do primeiro trimestre da história da Companhia. O recorde anterior tinha sido registrado no mesmo período de 2006.

Receita bruta - No primeiro trimestre deste ano, a receita bruta da Vale somou US$ 7,680 bilhões, com crescimento de 63,4% em relação à registrada em igual período do ano passado, quando a receita totalizou US$ 4,701 bilhões.

O aumento de preços foi responsável por 77% do crescimento da receita de US$ 2,979 bilhões entre o 1T06 e o 1T07.

O resultado representou novo recorde para o período do primeiro trimestre da história da Companhia. O recorde anterior tinha sido registrado no mesmo período de 2006.

Geração de caixa - A geração de caixa, medida pelo EBITDA (lucro antes de despesas financeiras, impostos e depreciações), atingiu US$ 3,184 bilhões no primeiro trimestre, contra os US$ 2,010 bilhões registrados no mesmo período de 2006, representando crescimento de 58,4%.

O resultado representou novo recorde para o período do primeiro trimestre da história da Companhia. O recorde anterior tinha sido registrado no mesmo período de 2006.

Exportações - Outro destaque ficou por conta das exportações realizadas pela Vale. De janeiro a março de 2007, as exportações somaram US$ 2,441 bilhões, com acréscimo de 6,97% frente ao mesmo período do ano passado. O resultado líquido (exportações menos importações) foi de US$ 2,264 bilhões, crescimento de 10,22% no primeiro trimestre deste ano, em comparação com o mesmo período de 2006. Em conseqüência, a companhia contribuiu com 26% para o saldo da balança comercial do Brasil no período, que atingiu a marca de US$ 8,695 bilhões.

Investimentos - Mantendo o ritmo de seu planejamento estratégico, a Vale investiu US$ 1,36 bilhão de janeiro a março deste ano. Esse valor representa desembolso 20,3% superior ao verificado em igual período do ano passado e 18,5% do total previsto para 2007, que é de US$ 7,351 bilhões.

No primeiro trimestre do ano foram investidos US$ 923 milhões em crescimento orgânico – US$ 837 milhões em projetos e US$ 86 milhões em pesquisa e desenvolvimento (P&D) – e US$ 437 milhões na sustentação dos negócios existentes.

No 1T07 três importantes projetos foram concluídos: Carajás 100 Mtpa, Paragominas I e Capim Branco II. Carajás 100 Mtpa foi comissionado em janeiro, enquanto que o comissionamento de Paragominas I, com capacidade nominal de produção de 5,4 milhões de toneladas anuais de bauxita, só o foi no final de março devido a atrasos na obtenção de licenças. A Companhia está investindo na fase II de Paragominas (Paragominas II), que adicionará 4,5 milhões à capacidade de produção de bauxita e deverá entrar em operação no fim do 1S08.

Ajuste de Estoque - De acordo com os FAS 141 e 142, pronunciamentos do Financial Accounting Standards Board (FASB) dos EUA emitidos em janeiro de 2003, na realização de uma aquisição todos os ativos da empresa incorporada devem ter seus valores atualizados a preço de mercado, inclusive os estoques. Na ocorrência de venda destes estoques, o valor do estoque a custo de produção é reconhecido em suas devidas contas contábeis e a diferença entre o valor do estoque a preço de mercado e a custo de produção é lançado numa conta contábil específica, componente do custo de produtos vendidos (CPV).

O valor a preços de mercado dos estoques da CVRD Inco em 31 de dezembro de 2006 foi contabilizado em US$ 3,1 bilhões, enquanto que o valor a custo de produção era de US$ 1,4 bilhão, sendo a diferença de US$ 1,7 bilhão. Desse total, US$ 946 milhões foram reconhecidos no 4T06 considerando a participação de 87,73% em dezembro de 2006 e no 1T07 estamos reconhecendo o valor de US$ 984 milhões.

Como em janeiro de 2007, a Vale concluiu a aquisição das ações da Inco Ltd., aumentando sua participação na CVRD Inco de 87,73% para 100%, e os preços do níquel se elevaram significativamente desde o início da aquisição da Inco Ltd.em outubro de 2006 será realizado um derradeiro ajuste de estoques de US$ 78 milhões no 2T07.

Todavia, é importante ressaltar mais uma vez que os lançamentos determinados pelos FAS 141 e 142 são de natureza contábil e não-caixa.

Para tornar claro o impacto da contabilização dos ajustes de estoques apresentamos a seguir dados relativos aos principais indicadores do desempenho financeiro da Companhia no 1T07 e 4T06, com e sem a influência do efeito do ajuste praticado.

Desempenho operacional: Ferrosos - O 1T07 foi o melhor primeiro trimestre da Companhia em termos do desempenho dos embarques de minério de ferro e pelotas: 66,565 milhões de toneladas contra 63,886 milhões no 1T06, com expansão de 4,2%. Isto ocorreu apesar das fortes chuvas no período que, além de prejudicar a produção nas minas, em particular em Itabira, no Sistema Sudeste, provocou interrupções no tráfego em nossas ferrovias, prejudicando os fluxos de produtos das minas para os portos.

Os embarques de minério de ferro para a China alcançaram 21,664 milhões de toneladas no 1T07 e 80,167 milhões de toneladas nos últimos doze meses encerrados em março de 2007. A China tem aumentado consecutivamente sua participação nas vendas de minério de ferro da Vale, passando de 26,9% no 1T06 para 32,5% no 1T07.

Os preços para o minério de ferro e pelotas para 2007, com aumentos de, respectivamente, 9,5% e 5,28%, relativamente aos vigentes em 2006, não se refletiram sobre a receita do 1T07. Como boa parte dos clientes europeus negociou mudança de período de vigência dos preços de referência, do ano calendário para o ano fiscal japonês, que vai de 1 de abril a 31 de março do ano seguinte, somente no 2T07 a receita da Vale incorporará de forma significativa o efeito dos novos preços.

Não-ferrosos - Os embarques de minerais não-ferrosos representaram 44,6% da receita bruta, ultrapassando pela primeira vez a contribuição dos minerais ferrosos, que foi de 41,8%. Isto se deu face à elevação dos preços do níquel e, por outro lado, devido ao fato de os novos preços de minério de ferro e pelotas para 2007 não terem sido incorporados na receita no 1T07.

Os produtos da cadeia do alumínio – bauxita, alumina e alumínio primário - colaboraram com 8,5% e os serviços de logística com 4,3%.

O 1T07 foi o melhor primeiro trimestre da Companhia em termos de vendas de níquel, cobre, cobalto e potássio.

Serviços de logística - O volume de carga geral transportada nas ferrovias durante o primeiro trimestre de 2007 somou 6,035 bilhões de tku, superando em 4,4% o do 1T06 (5,779 bilhões de tku). As principais cargas transportadas foram insumos e produtos da indústria do aço, 52,5%, produtos agrícolas, principalmente soja, açúcar e fertilizantes, 33,5%, combustível, 6,4%, e insumos para construção civil e produtos florestais, 5,4%.

Os portos e terminais marítimos da Companhia movimentaram 7,078 milhões de toneladas de carga geral, comparado com 6,252 milhões de toneladas no mesmo período de 2006.

Os serviços de logística produziram receita de US$ 331 milhões, aumentando 14,5% frente ao 1T06. O transporte ferroviário de carga geral gerou US$ 242 milhões, os serviços portuários, US$ 60 milhões, e a navegação marítima de cabotagem e os serviços de apoio portuário, US$ 29 milhões.