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04/05/2007 - 07:52

A ingerência do governo venezuelano em negócios brasileiros precisa ser repudiada com veemência

Reunindo cada vez mais poderes arbitrários em seu país, o coronel Hugo Chávez, presidente da Venezuela, não se contenta apenas em estatizar empresas em seu país. Há algum tempo tenta influenciar os negócios nos países vizinhos. No Brasil, segundo noticiaram recentemente os jornais, o governo venezuelano apóia ocupações de indústrias de plásticos que foram assumidas por operários. Já são três (Cipla, Interfibra e Flasko) as empresas que recebem apoio na forma de compra subsidiada de matéria-prima vinda da Venezuela. Além delas, há informações de que outras indústrias também estão sofrendo ingerências dessa natureza.

É absolutamente inaceitável esse tipo de intromissão de um governo estrangeiro em qualquer empresa brasileira. Cabe aos empresários e também ao governo brasileiro denunciarem, com todas as forças e em todas as instâncias, o quanto absurda e descabida é a interferência de um governo estrangeiro em negócios de empresários brasileiros.

Se isso não for feito, a tendência é o governo venezuelano se sentir à vontade para repetir, em outros segmentos, a intromissão demonstrada no caso das indústrias de plástico. Vale lembrar que, no início do ano, o presidente Chávez deu outra demonstração de intromissão com um discurso de duas horas proferido na Assembléia Legislativa do Rio de Janeiro. Nele, o presidente venezuelano fez um virulento ataque à imprensa brasileira, acusando-a de ser favorável ao “imperialismo norte-americano” e às “oligarquias sul-americanas”.

Bradando especialmente contra o jornal “O Globo”, Chávez repetia manchetes do periódico carioca que questionava a forma como era conduzida a política na Venezuela. Na ocasião, Chávez, que foi à Assembléia receber a medalha Tiradentes, proposta pelo deputado Paulo Ramos (PDT), foi intensamente aplaudido na sua crítica à mídia brasileira por um grupo de 500 pessoas, a maioria de partidários de tiranias de esquerda.

Em razão dessas atitudes, é imprescindível que os empresários e a sociedade civil de forma geral, organizem um manifesto de repúdio contundente a esse tipo de prática antes que isso se torne cotidiano e prejudique a democracia. A propósito desses episódios, cabe lembrar a reflexão feita pelo teólogo protestante alemão Martin Niemoller, perseguido pelos nazistas. Ele diz: “quando os nazistas levaram os comunistas, eu calei, porque, afinal, eu não sou comunista. Quando eles prenderam os sociais democratas, eu calei, porque, afinal, não sou social democrata. Quando levaram os judeus, eu não protestei, porque, afinal, eu não era judeu. Quando eles levaram a mim, não havia mais quem protestasse”.

Precisamos resgatar a indignação diante da interferência em nossos interesses, com o risco de sermos coniventes e passivos em demasia com esse nível de intromissão.

. Por: Merheg Cachum, presidente da Abiplast

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