Baixa renda deve alavancar as vendas nesse Natal

Consumo popular, que auxiliou o País a sair da crise, sinaliza tendência positiva para as vendas de final de ano.

OHoje, graças ao consumo popular, o Brasil é considerado um dos sobreviventes da crise e reconhecido pelo mundo como uma economia sólida, de fundamentos econômicos consistentes e com perspectivas de crescimento a curto e médio prazo. Para se ter uma ideia da força desse público, mesmo durante a crise, período em que essa classe enfrentou aumento de juros, redução de prazos para pagamentos e créditos escassos em função da desconfiança generalizada, continuou comprando e demonstrou, ao longo do ano, ser um dos alvos com menor índice de queda de demanda.

Essa pujança de consumo deve se prolongar e se intensificar, ainda mais, com as compras de Natal. Segundo um recorte especial da sondagem industrial da Fundação Getúlio Vargas (FGV) mostra que a demanda prevista entre agosto e outubro pelas indústrias de eletrônicos, eletrodomésticos e calçados já supera a do mesmo período de 2008. O grande destaque é para os eletrônicos, que incluem as TVs, coincidência ou não, a linha mais preferida do consumidor de baixa renda.

Esse aumento do número de pedidos na indústria entre os meses de agosto e outubro é justificado pelo planejamento antecipado do varejo nacional, que já trabalha com a perspectiva de superar as vendas de Natal do ano de 2008.

Para que isso aconteça, a retomada das linhas de crédito, os incentivos governamentais sobre os mais diversos rótulos, a volta da confiança do consumidor e alongar o parcelamento, são ferramentas que o varejo pode utilizar para estimular o espírito consumista das classes menos favorecidas.

Em oposição às outras camadas da sociedade como a classe média alta e a classe alta, o consumo popular não estará suscetível a competição dos produtos importados que, neste ano, deverão exercer atração especial a essa parcela de consumidores, em virtude do câmbio do dólar estar em um dos menores patamares nos últimos anos.

Enfim, respeito, bom atendimento, estoque e facilidade de pagamento são as premissas básicas do consumo popular e uma via rápida e definitiva do varejo sepultar a crise e celebrar o início de uma retomada virtuosa de muitas etapas e eventos que estão por vir como a Copa e as Olimpíadas.

. Por: Sérgio Nardi, escritor, especialista em gestão empresarial e autor dos livros “A Nova Era do Consumo de Baixa Renda”, “Marketing para o Varejo de Baixa Renda” e “Viva Melhor”.