Página Inicial
PORTAL MÍDIA KIT BOLETIM TV FATOR BRASIL PageRank
Busca: OK
CANAIS

28/10/2009 - 12:19

Apicultores de Itapiranga erguem modernas salas de extração para atender ao mercado externo

Relatório do SIS orienta e incentiva melhorias.

Pelo menos vinte apicultores integrantes da Associação dos Apicultores de Itapiranga (Apita) substituíram suas antigas casas de extração de mel por novas instalações. Eles se revezam nas oito novas salas de extração construídas na zona rural da cidade, no Oeste catarinense. De alvenaria e mais amplas que as anteriores, as salas foram planejadas para atender a normas sanitárias exigidas pelo Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA) para a participação no Sistema de Rastreabilidade do Mel Brasileiro. A iniciativa partiu da presidente da Apita, Andréa Finger, 29, que solicitou ao SIS um relatório sobre o assunto e decidiu, depois de analisar as informações, comandar as mudanças em Itapiranga.

Nova casa de extração da família Finger depois do SIS, e a antiga: avanço coletivo em Itapiranga

Uma das novas salas de extração fica na propriedade do pai de Andréa, o apicultor Hugo Finger, 51, que há três décadas se dedica à produção de mel. A antiga casa de extração da família era, segundo a própria Andréa, inadequada para o serviço. “Era uma casinha de 9m² junto à casa do meu pai, sem pia nem armário. Tinha só uma mesa operculadora, uma centrígufa, um decantador e alguns baldes”, lembra ela, que pediu o relatório devido a uma demanda do APL local.

Hoje, a sala de extração dos Finger é bem diferente. “Nossa sala mudou 100%. Tem a recepção para melgueiras, a sala de extração, o depósito e a sala de embalagens”, conta Andréa, que temia um bloqueio das compras por parte dos entrepostos: “A demanda interna no município não é alta e os entrepostos advertiram que não comprariam mais de quem não tivesse a casa adequada”.

Outros 12 apicultores da cidade utilizam a nova casa de extração dos Finger para a manipulação, a transformação e o beneficiamento dos favos de mel. A nova infraestrutura garante a segurança do processo pós-colheita, que engloba o transporte do mel à sala de extração, a recepção das melgueiras, a desoperculação e a centrifugação, a filtragem, a decantação e o envase, o armazenamento, a expedição e o transporte até o entreposto. “Esse novo espaço facilitou muito meu trabalho e a limpeza do ambiente”, diz Hugo Finger. Planta das novas salas de extração, elaborada pelo engenheiro Aleksander Brand e apresentada aos apicultores no relatório de inteligência do SIS: quatro cômodos para organizar a produção.

De acordo com o analista do SIS para o setor, James Arruda Salomé, os cuidados com higiene e limpeza aumentaram com a pressão dos países importadores por garantias de qualidade em todo o processo produtivo do mel, fato que impulsionou a criação do Sistema de Rastreabilidade, já colocado em prática em algumas regiões de Santa Catarina pelo Sebrae/SC. “A preocupação era menor porque o mel é um produto autoconservante devido ao alto teor açúcares que possui. Ele é pouco perecível sob condições adversas”, explica Salomé.

Mais salas - Segundo Andréa, outros apicultores de Itapiranga preparam a construção de mais salas de extração adequadas à nova realidade do mercado. “Só duas pessoas já estavam decididas a investir nisso antes do SIS, mas o padrão e as regras para construção das casinhas vieram com o relatório. Esse projeto nos influenciou muito”, afirma Andréa, que acessa o portal do SIS na internet pelo menos três vezes por semana. “O que mais utilizo no SIS são os relatórios, que são muito bons, mas entro também para verificar a previsão do tempo”.

Os recursos para construção das casas viram, em parte, dos próprios apicultores. Alguns deles, como Hugo Finger, buscaram ainda outras formas de financiamento disponíveis para o setor. “Essa é mais ação para garantir mercado aos apicultores da região. As novas casas de extração já são um passo para que eles consigam a certificação federal e tenham o produto fracionado para venda”, diz o consultor do Sebrae/SC Lazie De Col, que acompanhou a construção das novas salas.

Rastreamento- O Sistema de Rastreabilidade do Mel visa garantir a qualidade do produto e passou a fazer parte da pauta dos apiários brasileiros a partir de março de 2008, quando os países compradores – especialmente os europeus - passaram a exigir do Brasil mecanismos eficazes de controle do produto exportado pelo país. Em Santa Catarina, o Sebrae/SC já realiza o trabalho com um grupo de apicultores da Associação da Encosta da Serra.

O Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA) determinou no Brasil a implantação de um Sistema de Análise de Perigos e Pontos Críticos de Controle (APPCC) nas indústrias de produtos de origem animal, como os apiários, sob fiscalização do Serviço de Inspeção Federal (SIF) do Departamento de Inspeção de Produtos de Origem Animal (Dipoa). De acordo com os dados do APPCC, uma sala de extração de mel poderá obter, ou não, o registro no SIF para funcionamento.

Esse procedimento já havia sido regulamentado pela Portaria nº46 de 10/02/1998, que começa ser colocada em prática. De acordo com Salomé, em um processo gradativo, as medidas devem ser ampliadas também para o mercado interno.| Sebrae/SC

Enviar Imprimir


© Copyright 2006 - 2024 Fator Brasil. Todos os direitos reservados.
Desenvolvido por Tribeira