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31/10/2009 - 13:40

Demanda assegurada

A recente decisão do governo em manter alíquota incentivada de IPI (Imposto sobre Produtos Industrializados) para a chamada linha branca traz importantes reflexos positivos na economia. É necessário notar que essa medida não deverá ser traduzida somente no tocante à estimativa de renúncia fiscal, mas, também, no primeiro momento, no incremento à indústria e à infraestrutura.

No momento em que o governo fomenta mais investimentos na indústria de base, com ênfase para a siderurgia, essa medida acena coerentemente para agregação de valor no nosso minério de ferro. Evidentemente que haverá maior industrialização e consumo de chapas para fabricação de geladeiras, fogões, máquinas de lavar etc. Para os demais componentes da linha de montagem, há também expectativa grande de ocupação na indústria.

Importante notar que essa melhor ocupação, de certa maneira, melhorará a capitalização do setor para ajudar – ainda que de forma incipiente – no enfrentamento maior que é a capacidade para produção da cadeia produtiva do petróleo na camada Pré-Sal.

Até mesmo outros setores já se mobilizam, com previsões otimistas no aumento das vendas dos produtos que serão comprados pelas donas de casa na chegada desses eletrodomésticos. Desde sabão em pó às máquinas de lavar e tanquinhos, passando até mesmo no consumo de alimentos perecíveis, como frutas, verduras e legumes.

Na parte do consumo de alimentos, o impacto é muito importante, já que se traduz em melhores condições de saúde alimentar, além de que grande parte da produção desses gêneros ser originada de agricultura familiar, gerando mais emprego e renda no campo e evitando o deslocamento de trabalhadores para as grandes cidades.

Na infraestrutura, essas medidas impulsionam programas de abastecimento de energia elétrica, gás, saneamento e água potável. Os reflexos são claros na qualidade de vida e melhoria da saúde pública. De uma maneira indireta, poderá diminuir enormes despesas de hospitalização e diagnósticos de doenças, viroses, intoxicações etc.

Dessa forma, nota-se que a política pública deve intervir na economia gerando possibilidades para que a iniciativa privada atue com mais previsibilidade e programação, projetando para sua linha de produção a percepção de que a oferta de produtos terá uma demanda “assegurada”.

Enfim, importante ainda notar que a discriminação da norma tributária privilegia a busca pela inovação tecnológica, já que os critérios de diminuição da intensidade energética cuidam da visão antecipatória dos efeitos do aquecimento global e da melhoria ambiental. E essa busca pela inovação passa obrigatoriamente pela melhor formação e educação dos trabalhadores, da indústria e dos governos.

. Por: Antonio Carlos Porto Araujo é consultor da área de sustentabilidade e de energia renovável da Trevisan | E-mail: [email protected].

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