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04/11/2009 - 09:45

Indústria de alimentos contribuirá para fomento de produtos da biodiversidade

Grupo de trabalho reunindo representantes do Governo Federal, da Associação Brasileira das Indústrias da Alimentação (ABIA) e empresas associadas à entidade elaborará propostas para agregar valor e promover a exploração sustentável dos produtos da biodiversidade. Objetivo principal é apontar para o Governo Federal os gargalos que possam dificultar o desenvolvimento da cadeia como um todo

São Paulo - A criação do grupo de trabalho, inserida no Plano Nacional de Promoção das Cadeias de Produtos da Sociobiodiversidade, lançado em 2009 pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva, ocorreu na última quinta-feira, dia 29/10, na sede da ABIA, em São Paulo (SP). A ideia é estimular investimentos no processamento de alimentos a partir de produtos primários advindos do extrativismo, em especial castanha do Brasil, babaçu, açaí, andiroba, buriti, carnaúba, copaíba e pequi. Para a indústria, tal possibilidade significa atender melhor à crescente demanda dos consumidores por alimentos que contenham ingredientes naturais; para as comunidades de pequenos produtores, os benefícios serão a elevação de sua renda, melhoria da qualidade de vida e know how para a preservação do meio ambiente e manejo sustentado das áreas.

Na visão da ABIA, a criação do grupo de trabalho, tem como objetivo apontar para o Governo Federal os “gargalos” que possam dificultar o desenvolvimento da cadeia como um todo. “Somos o elo de compra desses insumos. Se não existir qualidade e preço a indústria não compra e o investimento do governo junto às famílias extrativistas e cooperativas fica sem sentido”, afirma Mário Martins, diretor executivo da entidade.

O Plano Nacional das Cadeias de Produtos da Sociobiodiversidade é uma oportunidade para elevar numerosas famílias de extrativistas a uma condição econômica melhor. O potencial é imenso, considerando que os valores registrados para a produção extrativista não-madeireira são muito baixos no Brasil. Segundo dados do governo, representam apenas 0,48% da produção primária nacional. Isto evidencia a pouca visibilidade e o pequeno espaço ocupado pelos produtos da sociobiodiversidade na economia formal.

O Plano é coordenado conjuntamente pelos ministérios do Desenvolvimento Agrário (MDA), do Meio Ambiente (MMA) e do Desenvolvimento Social e Combate à Fome (MDS) e a Companhia Nacional de Abastecimento (Conab). Segundo Claudia Calórico, diretora de Extrativismo do MMA, será importante estreitar a relação com a iniciativa privada. “Queremos construir uma estratégia de aproximação com a indústria de alimentos e garantir para o plano vantagens para ambas as partes”. Arnoldo de Campos, diretor de Geração de Renda e Agregação de Valor do MDA, reiterou a importância da aproximação com as indústrias de alimentos. “Estamos abertos ao diálogo. Queremos acessar mercados diferenciados, e um dos que mais têm potencial é o setor de alimentos”.

Denis Ribeiro, diretor do Departamento de Economia, Planejamento e Estatística da Abia, observou: “O governo deve incentivar a estruturação das comunidades extrativistas, através do cooperativismo, para facilitar a sua aproximação com o setor da indústria alimentícia”. Cassino Braccialli, gerente de Marketing e Vendas da Beraca, criada em 1956 e que atua há mais de 10 anos na Amazônia, mencionou que essa empresa é um link entre as comunidades extrativistas e o mercado. “As pessoas têm dificuldade de enxergar o valor e o benefício que produtos com ingredientes da biodiversidade brasileira trazem para as comunidades envolvidas. Este é o desafio da indústria: mudar a visão dos consumidores”.

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