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07/11/2009 - 08:48

Prêmio Jabuti homenageia literatura francesa

Tradicional festa de premiação cria categoria especial para o Ano da França no Brasil.

A 51.ª edição do Prêmio Jabuti, celebração mais tradicional da literatura brasileira, foi realizada na noite de 4 de novembro (quarta-feira), na Sala São Paulo, centro da capital paulista, e teve a França como homenageada especial. Em razão das celebrações oficiais do Ano da França no Brasil, o evento criou uma categoria especial, só para esta edição, que premiou a "Melhor Tradução de Obra Literária Francês - Português".

O vencedor da categoria foi a tradução de "O Conde de Monte Cristo", obra de Alexandre Dumas e traduzida por André Telles e Rodrigo Lacerda, pela Jorge Zahar Editora. O segundo prêmio ficou com "Topografia Ideal para uma Agressão Caracterizada", de Rachid Boudjedra, editora Estação Liberdade, com tradução de Flávia Nascimento. Em terceiro, "A Elegância do Ouriço", de Muriel Barbery, editora Schwarcz, convertido em português por Rosa Freire d'Aguiar.

Os vencedores já eram conhecidos por todos desde setembro, e apenas dois prêmios (melhores Ficção e Não-Ficção) foram mantidos sob sigilo. A melhor tradução francês-português foi a única a premiar os vencedores com o prêmio de R$ 6 mil, enquanto as demais receberam a metade. Ao total, foram escolhidos 21 vencedores nas mais diversas categorias. Apresentado pelo crítico de cinema Rubens Ewald Filho e com intervenções literárias do ator Mauro Mendonça, a organização do evento também comemorou um recorde de inscrições em um ano de crise econômica: foram 2574, um aumento de cerca de 20% em relação a 2008.

O prêmio "Melhor Tradução de Obra Literária Francês-Português" foi entregue pelo presidente do Comissariado Brasileiro do Ano da França no Brasil, Danilo Santos de Miranda. "O fato de se homenagear uma obra francesa por ocasião da entrega desse tradicional prêmio é sem dúvida uma ocasião muito especial. O Ano da França no Brasil se sente muito bem homenageado e representado por integrar esta que é a grande celebração do livro e na literatura no Brasil", afirmou.

Rosely Boschini, presidente da Câmara Brasileira do Livro (CBL) comentou o sucesso da criação dessa categoria especial. "Quando anunciamos sua criação, tivemos a agradável surpresa de ver a quantidade de inscrições. Foram cerca de 30 livros, um número muito significativo em um espaço de tempo muito curto. Percebeu-se também uma adesão muito rápida dos editores, que pretendem agora publicar mais livros franceses, pois houve uma aceitação muito grande do público", afirmou. Segundo Rosely, o francês é a segunda língua mais traduzida no mercado editorial brasileiro, que conta com uma fatia de 30% de obras estrangeiras.

O adido de Cooperação e Ação Cultural do Consulado da França em São Paulo, Jean-Martin Tidori, que presenteou o segundo colocado, ressaltou que a participação francesa no Jabuti contribui para o interesse do público brasileiro por livros franceses, que voltou a aumentar nos últimos anos. "Havia duas possibilidades: criar um novo prêmio ou participar de um já existente. Percebeu-se que haveria mais divulgação em integrar-se no Prêmio Jabuti, o que foi sem dúvida a melhor opção. É muito importante participarmos da tradição desse evento, já que o francês faz parte das raízes da literatura e cultura brasileiras", explicou.

Por sua vez, o adido para a promoção do livro do Consulado-Geral da França no Rio de Janeiro e diretor da Mediateca da Maison de France, Jérémie Desjardins, que entregou o prêmio de terceiro colocado, afirmou que a tradução francês-português tem longa tradição. "Ajudamos a CBL a financiar o prêmio, e assim é a primeira vez que o Jabuti abre uma exceção para um ano comemorativo ou para um país estrangeiro", afirmou. Segundo Desjardins, uma média de 400 a 500 títulos franceses são comprados por ano pelo mercado nacional - o que não significa que são publicados. O projeto do Ano da França contribuiu com a compra de mais 100 deles, aumentando significativamente a fatia das obras francesas no circuito.

Outros prêmios - Nas demais categorias, o grande vencedor da noite foi o escritor gaúcho Moacyr Scliar, que venceu nas categorias "Ficção" e "Romance" pela obra Manual da Paixão Solitária (Companhia das Letras). O prêmio "Não Ficção" foi para "Monteiro Lobato: Livro a Livro", da editora Unesp, organizado pela professora e crítica literária Marisa Lajolo e pelo professor José Luís Ceccantini - vencedores também na categoria "Teoria/Crítica Literária".

O curador do Prêmio Jabuti José Luiz Goldfard admitiu que havia uma preocupação inicial com a crise econômica, que foi amplamente superada. "Além do o recorde de inscritos, mantivemos a qualidade, pois as disputas foram bem acirradas, os jurados tiveram dificuldades para definir os ganhadores. Em relação ao Ano da França no Brasil, a influência francesa faz parte de nossa cultura. O Jabuti se mostrou antenado ao criar uma categoria só para este ano. Tanto as obras que ganharam quanto as que perderam, houve uma variedade de clássicos traduzidos por nomes de altíssimo nível. Mostra a presença atual dos autores franceses, sem ficar só nas grandes referências do passado", afirmou.

O Prêmio Jabuti foi organizado pela Câmara Brasileira do Livro (CBL) e contou com o patrocínio de Reed Exhibitions, Alcântara Machado e apoio da Prol, Orquestra Sinfônica do Estado de São Paulo, Fundação Osesp, Sala São Paulo, Governo do Estado de São Paulo, Governo Federal do Brasil e República Francesa.

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