Embarques de arroz pela Cesa já somam 137 mil toneladas

O Terminal da Companhia Estadual de Silos e Armazéns (Cesa) está realizando no Porto do Rio Grande, o carregamento de 8,5 mil toneladas de arroz para a África. De acordo com o presidente da companhia, Juvir Mattuella, que pela manhã esteve acompanhando o embarque, com essa carga, já somam 137 mil toneladas de produtos embarcados desde junho deste ano, quando a unidade foi reativada.

Para viabilizar as melhorias o Governo do Estado investiu R$ 500 mil na recuperação da esteira de carregamento do terminal. O equipamento estava desativado havia mais de 20 anos, além da torre e da balança de fluxo. Matuella observou ainda que a transformação da unidade da Cesa em terminal de exportação em Rio Grande era antiga reivindicação do setor. Com a medida, os produtores confiam que o Estado poderá exportar 10% da safra e se consolidar como grande mercado mundial do cereal nos próximos anos.

A remodelação foi feita em parceria com o Instituto Rio Grandense do Arroz (Irga) e é apoiada pela Superintendência do Porto de Rio Grande (Suprg). Até o momento, explicou o presidente da Cesa, já foram investidos quase R$ 1 milhão na recuperação do terminal da companhia no Porto do Rio Grande. Com capacidade de estocagem de 60 mil toneladas de grãos, o armazém reduz custos e dá mais agilidade no escoamento da produção gaúcha de arroz. O próximo projeto da Companhia, de acordo com o seu presidente, é o descarregamento de arroz pela hidrovia. Hoje o terminal apenas recebe carga pelo sistema rodoviário. O projeto, que já está em tratativa com o Governo Estadual, prevê aquisição de alguns equipamentos que são necessários para viabilizar o descarregamento do arroz. “Com a utilização de barcaças haverá uma redução de aproximadamente 30% no valor do frete, tornando a carga mais competitiva. Além disso, a utilização de barcaças para trazer a carga até Rio Grande vai ao encontro dos objetivos da governadora Yeda Crusius, que quer ampliar o transporte pela hidrovia e a utilização dos portos de Porto Alegre, Estrela e Cachoeira do Sul”, destacou.

No dia 15 de outubro deste ano, Mattuella anunciou à governadora Yeda Crusius que a Cesa estava novamente habilitada a participar de programas nacionais em benefício direto de milhares de pequenos e médios produtores do Rio Grande do Sul. Para isso, a companhia foi reestruturada e as dívidas foram regularizadas. A empresa era impedida de operar com a União por constar no Cadastro Informativo de Créditos Não-quitados do Setor Público Federal (Cadin). No atual governo, o órgão teve sua dívida repactuada e colocou em dia débitos atrasados com Receita Federal, INSS, FGTS e prefeituras, referentes a passivos de mais de 15 anos e no montante total de R$ 600 mil. Com isso, a Cesa voltou a ter acesso a programas como o de armazenagem, por meio da Companhia Nacional de Abastecimento, e de aquisição de alimentos.

Além da possibilidade de fazer o transporte por hidrovias está sendo feita a contratação emergencial de 75 pessoas e a adequação da empresa à nova lei de armazenagem, tornando-a mais competitiva e atuante. "Graças à visão da governadora e os investimentos, esse terminal pode, após 11 anos, voltar a embarcar cargas para exportação", afirmou Mattuella.| Alan Bastos