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17/11/2009 - 13:38

Espiritualidade nas telas


Em comemoração ao mês da consciência negra, o Núcleo de Cultura e Natureza Okada (Pelourinho) acontece a exposição do artista plástico Francisco Santos, Um certo Francisco e seus Santos. A mostra é composta por onze pinturas sobre tela e 18 adereços de Orixás, desenvolvidos por Francisco ao longo da sua carreira artística. Aberta à visitação até o dia 12 de dezembro, a exposição valoriza a arte de um artista negro em homenagem ao mês da consciência negra, que tem o auge das suas comemorações no dia 20 de novembro.

Dono de uma aguçada sensibilidade espiritual, Francisco apresenta um trabalho que não vem da abstração; é fruto de vasta pesquisa. Ainda assim, consegue transcender o seu conhecimento traduzindo a espiritualidade em suas telas. Entende-se, logo no primeiro olhar, a dimensão do que está ali representado: o figurativo (característica do valor estético tradicional no ocidente) e o simbólico (característica da arte tradicional oriental) mesclados em harmonia.

O artista - Francisco Santos, filho de Santo Amaro da Purificação (BA), revelou seus dons artísticos por volta dos sete anos de idade. A partir dos doze anos veio para Salvador onde prosseguiu com as etapas necessárias e especializações, aprimorando e desenvolvendo seus trabalhos artísticos: Artes livres na Escola de Belas Artes da UFBA, curso de artes no 2º grau no Colégio Estadual Severino Vieira, estágio no curso de educação artística do CERBA, técnico em restauração (desenvolveu trabalhos através do Instituto de Restauração IPAC), aderecista, foi professor de Educação Artística em diversas escolas (públicas e particulares), autor dos livros África Bahia e Os deuses do Panteon Africano e ilustrador do livro Os Orixás na vida dos que neles acreditam (de Maria de Lourdes Siqueira).

Foi restaurador de várias igrejas da capital e do interior da Bahia, inclusive da igreja do Rosário dos Pretos no Pelourinho, onde passou a maior parte de seu tempo como restaurador. Professor de educação artística em diversos colégios de Salvador, com trabalhos apreciados por vários críticos e artistas (nacionais e internacionais) como Rescala, Ivo Velame, Carlos Enardo da Rocha, Carlos Bastos, Juarez Paraíso, Yêda Pessoa de Castro, Matilde Matos, Haidil Linhares, Reinyvaldo Brito, Mestre Didi, Ericivaldo Vieira, Prof. Lamidy (da Universidade de Ifé - Nigéria).

Na seqüência, trechos dos escritos de Jorge Amado, Caribé e Wilson Kariri: "Os orixás de Francisco Santos nasceram e renasceram no Pelourinho levantando-se sobre o sangue dos escravos um dia derramado. Na figura do jovem pintor há uma condição de realidade e de mistério, seus orixás são reinventados com a sedução e o carisma da verdade sonhada, imaginada e finalmente conseguida." (Jorge Amado).

"Seus olhos viram muito, o bem e o mal, entidades que encontramos a todo o momento, mas também viram o mistério das linhas e das cores. Sua pintura é como se fosse um reflexo de sua vida no fundo de um espelho. No misterioso fundo dos espelhos onde moram os sonhos e o outro eu que nos olhos o interroga, de lá surgem os ancestrais e as forças que regem Francisco e sua pintura". (Caribé)

"Com a evolução do homem, as complexidades sociais causadas por transformações de toda ordem empurraram a arte para outras dimensões. Exigiram o abandono de formas rígidas, de estruturas sujeitas os modelos primitivos, para não encerrar a criação em camisa-de-força. (...) Está nesta linha o traço de Francisco dos Santos. Seus orixás parecem desfilar pelo sendeiro do mítico, místico e mágico, fundindo-se com o moderno (...). Eles acariciam os nossos olhos e nos remetem a avivar a fé." (Kariri). [1]

. [Um certo Francisco e seus Santos, com visitação de segunda a sexta, das 9h às 18h, sábado e domingo, das 9h às 11h30, no Núcleo de Cultura e Natureza Okada – R. Portas do Carmo (atual Alfredo de Brito), nº 08, 1º andar, Pelourinho. Entrada franca].

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