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19/11/2009 - 12:17

Desafio digital

Desde que foi lançado comercialmente em 1983, o aparelho celular vem gradativamente perdendo sua função original, fazer ligações e se comunicar pela voz. Com avanço tecnológico e a criação de inúmeros aplicativos que possibilitam uma comunicação fácil, rápida e muda, a voz segue a passos largos para um segundo plano. Dois fatores se destacam nessa corrida, a evolução das tecnologias GSM (até 3G) que, com redes rápidas e eficientes, possibilitam uma transmissão de dados em tempo real, e a convergência entre aparelhos celulares e computadores, criando uma nova classe de handsets, na qual estão incluídos os smartphones – “celulares” complexos que aliam os dois mundos – voz e dados – como um computador de bolso.

Essa nova classe de aparelhos possibilita que o usuário possa, sem medo, utilizar, por meio de aplicativos de fácil acesso criados pelas operadoras ou empresas que oferecem serviços diversos, as facilidades dessa rede silenciosa, que oferece soluções imediatas ou comunicação rápida sem a necessidade de um diálogo “emissor/receptor” tradicional, pela voz.

A aceitação dessa nova prática de comportamento já pode ser notada em diversos países da América Latina – região de tradição oral, herança da cultura latina, dos colonizadores. Países como Argentina e Venezuela, por exemplo, já registram 29% da receita média por usuário com transmissão de dados, tendo o SMS como a principal das ferramentas utilizadas. Se falarmos em valor de ARPU, média de consumo per capta, que na América Latina é em torno de US$ 15,00, veremos que houve um incremento de 8,4%, gerado pela utilização de dados.

Todavia essa realidade não atinge todos os países. Aqui no Brasil, por exemplo, essa “ausência de voz” ainda não é perceptível. Apesar de ser mais barato enviar uma mensagem de texto ao invés de telefonar, o recurso é pouco explorado no país, talvez porque o SMS brasileiro é um dos mais caros do mundo, ocupando a 151ª posição, em um ranking de 186 países.

Isso tende a mudar. Com a tecnologia GSM-HSPA disponível para mais de 90% da população da América Latina, o objetivo das operadoras é fazer com que seus usuários explorem, cada vez mais, os recursos por elas oferecidos e, assim, conseguir mais receita. Hoje, dificilmente compramos um celular que não tenha funcionalidades como câmera, rádio/músicas e serviços de mensagens de texto. Bem diferente daqueles primeiros aparelhos que não eram tão portáteis, pesavam em média 1 kg e tinham aproximadamente 30 cm de altura.

A tecnologia de 3ª Geração (3G) permite acessos mais avançados, como navegação pela internet de alta velocidade, conexão ao MSN, Facebook e outras páginas de relacionamento, além da realização de operações bancárias e pagamento de táxi. Bem recebida pelos usuários brasileiros, a tecnologia móvel 3G já está sendo utilizada por 58% dos usuários (metade desses números faz uso dos modems USB para se conectar a internet por meio de notebooks).

E não para por aí. A expectativa das operadoras é que o número de brasileiros com acesso total à internet via celulares cresça 60% até 2014. Já utilizados por executivos, a tendência agora é que o uso comece a se expandir para o ambiente doméstico – políticas públicas também estão sendo desenvolvidas para a inclusão digital, como a Bolsa Celular e a internet a preços populares.

Sem limites para evolução, cada vez mais novos recursos aparecem e novas tecnologias são apresentadas. Até meados de setembro o país tinha 166,1 milhões de celulares. A densidade chega a 86,67 linhas por habitantes. Do total de linhas, 82,21% são pré-pagas e 17,79% pós-pagas (ao contrário do que acontece nos Estados Unidos, por exemplo). Apesar dos números altos, o Brasil ainda está atrás de vários países da América Latina, nos quais, a difusão das tecnologias é muito mais rápida e democrática. Países como Argentina, Uruguai, Venezuela e Chile já tem penetração superior a 100%.

A família GSM, com o 3G e suas evoluções, como o LTE, é a solução para a inclusão digital. Preços atrativos de produtos (celulares, smartphones, netbooks e notebooks), de planos (oferecidos pelas operadoras) e políticas públicas de incentivo (como os programas governamentais) são a chave para colocar o Brasil conectado e se igualar com seus vizinhos latino-americanos. A inclusão digital é o caminho para a diminuição da desigualdade social no país e para a expansão do conhecimento.

. Por: Erasmo Rojas, diretor da 3G Americas para América Latina e Caribe.

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