Apagão X Eficiência Energética

Blecaute reforça a importância da eficiência energética no País. Caixa e BNDES anunciam novas linhas de crédito específicas para a indústria e para o setor de saneamento ambiental.

O Chefe do Departamento de Meio Ambiente / Proesco do BNDES, Marcio Costa, a Gerente de Produto de Meio Ambiente da Caixa Econômica Federal, Denise Maria Lara Sebara, o Gerente da Divisão de Eficiência Energética na Indústria e no Comércio e Responsável pela gestão do Procel Sanear/ Eletrobrás, Marco Aurélio R. G. Moreira, e Especialista em Regulação da Superintendência de Pesquisa e Desenvolvimento e Eficiência Energética – SPE – da Agência Nacional de Energia Elétrica (ANEEL), Sheyla Maria das Neves Damasceno, participam, no próximo dia 2 de dezembro, às 9 horas, no Clube de Engenharia, no Rio, de um painel para discutir novos critérios e mecanismos de financiamento para melhorar a eficiência energética no Brasil.

O painel é parte do “Seminário Nacional de Eficiência Energética em Saneamento Ambiental – Um Choque de Qualidade na Gestão dos Sistemas”, que será promovido pela Associação Brasileira de Engenheiros Eletricistas (ABEE) em parceria com a Planeja & Informa Comunicação e Marketing, nos dias 01 e 02 de dezembro. O evento vai reunir empresários, executivos, operadores públicos e privados do setor de saneamento, técnicos, fabricantes de materiais e equipamentos, órgãos públicos, universidades e laboratórios de pesquisa, representantes do Procel Sanear Eletrobras e do Proesco / BNDES.

Potencial de eficiência - O blecaute do último dia 10 de novembro, que deixou às escuras 18 estados brasileiros, comprovou que a energia elétrica no Brasil é insegura. E além disso, é cara. Em uma década, a energia no Brasil subiu 247,39% contra uma inflação acumulada de 93,74% (IPCA), segundo dados divulgados pela imprensa. Enquanto isso, o potencial de eficiência energética, ou seja, a energia que se poderia poupar, anualmente, com eletricidade na indústria brasileira, chega a 9,2 bilhões de kWh/ano ou R$ 1,193 bilhão, segundo estimativas da ABESCO que constam do PNE 2030, elaborado pela Empresa de Pesquisa Energética (EPE).

Para estimular a implantação de projetos de eficiência energética na indústria e no saneamento, a Caixa Econômica Federal, deverá criar, em cooperação técnica com o Programa de Eficiência Energética no Saneamento Ambiental (ProceL Sanear), uma linha de crédito visando a dar mais agilidade e suporte financeiro às ações do programa para melhorar o desempenho do setor de Saneamento ambiental e da indústria na conservação de energia. Através do intercambio de informações com a Eletrobrás, a Caixa pretende financiar projetos de economia de energia, preservação ambiental e mecanismo de desenvolvimento limpo (MDL). Por sua vez, o BNDES quer dinamizar o Proesco – programa do Banco para financiar projetos de eficiência energética, que já movimentou até agora mais de R$ 54 bilhões.

De acordo com os dados da Petrobras, o potencial de eficiência energética na indústria nacional na área de óleo e gás é um pouco menor do que na área de energia elétrica, mas chega hoje a 862 milhões de toneladas de óleo equivalente, equivalentes a R$ 816 milhões de reais. O potencial total de eficiência energética no Brasil com eletricidade chega a 29,7 bilhões de kWh/ano, equivalentes a R$ 3,9 bilhões, enquanto na área de óleo e gás atinge a 5,5 milhões de toneladas de óleo equivalente, o que representa, em moeda nacional, R$ 5,2 bilhões, segundo estimativas da Petrobras, considerando o barril de óleo a US$ 65 (R$ 2,10 por dólar).

O consumo de energia de um país é considerado indicador de desenvolvimento e um dos principais fatores de custos das indústrias. No setor de saneamento ambiental vem a ser o segundo maior item de despesa na maioria das empresas de saneamento e o primeiro em algumas delas. Em todo o mundo, a demanda energética vem pressionando mais e mais a diversidade de fontes em todo o Globo e a necessidade de se aumentar a eficiência energética, conforme orienta o próprio IPCC – sigla em inglês do Painel Intergovernamental de Mudanças Climáticas da ONU.

Esses dados reforçam a necessidade de melhorar a eficiência energética não só na indústria de saneamento – produção de água e tratamento de esgotos – mas na indústria como um todo. É com esse objetivo que a Associação Brasileira de Engenheiros Eletricistas e a Planeja & Informa Comunicação e Marketing promovem o Seminário Nacional de Eficiência Energética em Saneamento, no Clube de Engenharia, no Rio de Janeiro.

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