BNDES: desembolso recorde atinge R$ 107,5 bilhões em dez meses

Indústria lidera desembolsos e aprovações, liberações para energia crescem 60% no ano e atingem R$ 10,4 bi.

Os desembolsos do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) nos 10 primeiros meses de 2009 atingiram R$ 107,5 bilhões. A título de comparação, o valor é 50% superior ao do mesmo período do ano passado e 106% maior que o registrado em todo o ano de 2006, de R$ 52,3 bilhões.

As aprovações do Banco entre janeiro e outubro de 2009 também atingiram valor recorde, de R$ 129,9 bilhões, o que corresponde a um aumento de 40% ante os mesmos meses do ano anterior. Os enquadramentos, de R$ 150,2 bilhões, e as consultas, de R$ 183,5 bilhões representaram alta de 16% e 20%, respectivamente.

O bom desempenho da indústria foi o principal responsável pelo resultado dos desembolsos do Banco até outubro. O setor respondeu por 49% do total, com liberações de R$ 52,6 bilhões equivalentes a um crescimento de 82% em relação aos 10 primeiros meses de 2008. Entre os segmentos que mais se destacaram estão o de material de transporte, química e petroquímica e metalurgia.

A demanda do setor de infraestrutura também manteve o ritmo acelerado dos meses anteriores. O destaque foram os desembolsos para energia elétrica, que atingiram R$ 10,4 bilhões, alta de 60% em relação aos dez primeiros meses de 2008. As liberações para infraestrutura totalizaram R$ 36,0 bilhões, com expansão de 28% no período analisado.

Quanto às aprovações, a indústria continuou à frente da demanda por investimentos, com R$ 60,0 bilhões e alta de 24% ante igual período do ano passado. Em infraestrutura, os projetos aprovados somaram R$ 46,6 bilhões, resultando em crescimento de 62% na comparação com os mesmos meses de 2008. O resultado foi liderado pelos investimentos em energia elétrica. O setor atingiu R$ 13,4 bilhões em investimentos aprovados até outubro, equivalentes à expansão de 121% no período analisado.

O resultado acumulado nos últimos 12 meses revela aumento de 48% nos desembolsos, de R$ 128,3 bilhões, e de 29% nas aprovações, de R$ 158,2 bilhões. Os enquadramentos e as consultas somaram, pela ordem, R$ 175,5 bilhões (alta de 13%) e R$ 206,4 bilhões (alta de 17%).

Exportação – Os financiamentos às exportações nos primeiros dez meses do ano cresceram 60%, totalizando US$ 7,2 bilhões, ante os US$ 4,5 bilhões do mesmo período do ano passado.

Além da expansão, os números revelam pulverização das empresas e dos setores financiados, o que demonstra competitividade das exportações brasileiras e a atuação do BNDES no sentido de estimular as vendas externas.

Do total financiado nos 10 primeiros meses do ano, US$ 4 bilhões estão incluídos no Programa de Sustentação do Investimento (PSI), criado no momento mais agudo da crise financeira internacional com o objetivo de atenuar seus impactos na economia brasileira.

O Programa oferece financiamentos de até R$ 300 milhões por grupo econômico para as empresas dos setores de bens de capital. A medida foi tomada com o objetivo de evitar concentração por parte de grandes empresas, de forma a atender o maior número possível de exportadores. O PSI gerou grande demanda por parte de empresas que normalmente não utilizavam financiamentos do BNDES.