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25/11/2009 - 10:31

Cenário do mercado de construção civil para os próximos meses

As expectativas tanto para o final deste ano quanto para o começo de 2010 para o mercado de construção civil são ótimas para o Brasil. Segundo pesquisa do SindusCon-SP (Sindicato da Indústria da Construção Civil do Estado de São Paulo), esse mercado voltou a contratar desde janeiro de 2009. Posso afirmar que já voltamos para o mesmo patamar, ou ainda maior, de quando se iniciou a crise mundial.

Para ter uma idéia, só no mês de setembro, o setor de varejo de material de construção cresceu 4% em comparação ao mesmo período de 2008. Setores de cerâmica e acabamentos em geral, incluindo tintas, tiveram um crescimento de 6,5%. Outro dado curioso é o nível de emprego da construção civil, que bateu novo recorde, com 2,260 milhões de trabalhadores, conforme pesquisa mensal realizada pelo SindusCon-SP.

Para 2010, a tendência é que o mercado se aqueça ainda mais devido as liberações de verbas antes das eleições, o início de projetos já visando a Copa do Mundo de 2014 e as Olimpíadas de 2016. Além disso, multinacionais de várias partes do globo estão direcionando seus investimentos para o nosso país. O Brasil retoma o crescimento muito mais sólido do que antes da crise. Nesse ritmo de crescimento, uma pergunta recorrente das construtoras é: os fornecedores terão capacidade de atender à crescente demanda por materiais de construção?

Hoje já vejo que o mercado não consegue suprir a demanda de lâmpadas, por exemplo. Elas estão sempre em falta nas prateleiras. Este cenário pode estender-se para os outros materiais da construção civil. A crise no final do ano passado fez com que a indústria diminuísse o seu ritmo de produção, diminuísse os turnos de produção, baixasse o seu estoque e cancelasse novos investimentos. Existe uma grande chance de ocorrer um descompasso entre o aquecimento imediato da comercialização de materiais de construção e a capacidade da indústria de prover os seus produtos na mesma velocidade nos próximos meses. De acordo com a Abramat (Associação Brasileira da Indústria de Materiais de Construção), no primeiro quadrimestre deste ano, as vendas de materiais de construção cresceram 28% em relação ao mesmo período do ano passado, e a projeção é de que, até o final do ano, a demanda por materiais cresça entre 10% e 15%.

Além da preocupação pela disponibilidade de material de construção no mercado, a falta de mão-de-obra nas obras causa também uma grande preocupação. Está difícil encontrar desde funções mais qualificadas como engenheiros civis até como pedreiros e ajudantes de obra. Cada vez mais os candidatos disponíveis apresentam menos qualificações e comprometimento. Para minimizar este problema, a loja de varejo de materiais de construção Conibase na cidade de São Paulo, por exemplo, proporciona aulas grátis de pintura, elétrica e hidráulica semanalmente. O intuito é formar novos profissionais e qualificar aqueles que já se encontram no mercado.

Não há duvida que a situação atual exija mais planejamento tanto do lado da oferta, que precisa investir no aumento da sua produção, quanto da demanda, que deve realizar os pedidos com maior antecedência e mensurar suas futuras demandas para a indústria. A crise econômica no final do ano passado foi uma grande oportunidade para o Brasil ajustar sua infra-estrutura ao crescimento futuro. O Brasil não tinha condições estruturais de continuar crescendo naquele ritmo. Já estava faltando mão-de-obra e material. Preços estavam subindo a valores muito altos. Agora é o momento para nos organizarmos e fazermos as coisas de forma mais planejada e certa neste novo ciclo de crescimento.

. Por: Ricardo Adachi, diretor-executivo da Conibase - Engenheiro Mecânico com MBA pela Duke University. Diretor da Conibase, empresa de varejo no ramo de materiais de construção. Vice-presidente da Acomac SP (Associação dos comerciantes de Material de Construção). Acumula 15 anos de experiência profissional em empresas multinacionais de bens de consumo e consultorias de planejamento estratégico.

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