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26/11/2009 - 11:34

56 anos da Casa das Beiras


Era bem jovem, morador da Tijuca, quando foi inaugurada, na rua Barão de Ubá, a Casa das Beiras. Fiquei impressionado com a agitação em torno da sede, pois a cerimônia foi presidida pelo então presidente de Portugal, Craveiro Lopes, Eu nunca tinha visto um presidente assim de perto. Foi uma festa e tanto.

Passaram-se 56 anos e sou convidado pelo presidente Amadeu da Silva Coelho para ser o orador oficial da solenidade de aniversário. Cheguei antes da hora, para lembrar tanta coisa que precisava ser recordada, como a banda de música, as festas com muitas danças e cantorias, o mesmo que ocorria também na vizinha Casa dos Poveiros, situada na rua do Bispo. Sempre foi uma forma, culturalmente impecável, de repetir os feitos do que ocorria na região das três Beiras: Alta, Baixa e Litoral. A migração portuguesa foi muito intensa, sobretudo para o Rio de Janeiro, mas as saudades da santa terrinha motivam esses feitos.

Tudo isso pode ser entendido pelas palavras proferidas pelo presidente da Casa das Beiras: “São 56 anos de trabalho e dedicação de muitas gerações de portugueses e luso-descendentes, para manter vivos os ideais dos nossos fundadores, que vislumbraram reunir sob o mesmo teto, a inspiração as tradições, a cultura e os valores que caracterizam nossa gente – um povo generoso, heroico, amigo, sem temor à luta, trabalhador e amante de tudo de bom que a vida pode nos dar, com a vontade de Deus.”

Prosseguiu: “Foi pensando na luta do nosso povo e seus descendentes que decidi dedicar a primeira parte dessa saudação a uma figura histórica, que tão bem representa a raça portuguesa, o legendário Viriato, cantado e decantado como o primeiro herói nacional de Portugal, por seus feitos no processo de resistência à dominação romana na Península Ibérica... As conquistas de Viriato são contadas por historiadores romanos, que são os únicos a registrar os seus feitos. Uma batalha consagrou Viriato, que não só venceu os romanos, mas salvou os lusitanos e, a partir daí, foi reconhecido e amado como chefe máximo de todas as tribos da região. O herói acabou assassinado em 139 A.C., enquanto dormia, por três companheiros subornados pelos romanos.”

O dirigente da Casa das Beiras realçou outro aspecto não devidamente salientado quando se fala dos migrantes portugueses do Brasil: “Quando aqui chegamos, a maioria vinda de pequenas aldeias e sem muitas chances de estudo, tivemos duas preocupações iniciais: emprego e família. Quando nos chegam os filhos, tudo muda; tenho certeza de que ninguém haverá de duvidar que a maior preocupação dos pais portugueses é proporcionar aos filhos uma educação a que eles, em sua maioria, não tiveram oportunidade em Portugal. Muitas vezes sacrificamos até mesmo necessidades pessoais imediatas, mas nossos filhos, com certeza, tiveram e terão mais tempo de escola, mais oportunidades de aprender do que cada um de nós.”

No final, prestou homenagem à Universidade Carioca, cujo campus principal é aqui na Avenida Paulo de Frontin e tem-se destacado pela inserção social através da Educação, abrindo espaços em seu quadro discente principalmente para alunos bolsistas e mantendo um bom nível de desempenho na avaliação do MEC.

. Por: Arnaldo Niskier, da Academia Brasileira de Letras e presidente do CIEE/Rio | Contato: [email protected]

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