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27/11/2009 - 12:12

Acessibilidade na Copa e na Olimpíada do Brasil

Preparar o Brasil para a Copa do Mundo de 2014 e para Olimpíada e Paraolimpíada de 2016 não será tarefa fácil. As cidades que receberão os jogos devem estar prontas para a chegada de pessoas com necessidades bastante diferentes, como os portadores de deficiência. De acordo com a Organização das Nações Unidas (ONU), existem 600 milhões de pessoas com algum tipo de deficiência no mundo, seja física, auditiva, visual ou intelectual.

Os organizadores dos dois maiores eventos esportivos do mundo - Federação Internacional de Futebol (Fifa) e Comitê Olímpico Internacional (COI) - exigem uma infraestrutura impecável. Além de estádios e ginásios, também os pólos de hospitalidade e os terminais aeroportuários, portuários, rodoviários e ferroviários devem ser pensados para atender a todas as pessoas, inclusive as com deficiência.

O ideal é quando as regras da acessibilidade já fazem parte do projeto arquitetônico de uma determinada construção, seja uma via ou uma arena esportiva. Mas muitos espaços utilizados durante os jogos, em especial os estádios, são edificações bastante antigas que exigirão adaptações. O primeiro passo para a adequação é fazer o diagnóstico do local, trabalho realizado por uma equipe de engenheiros e arquitetos. O grupo faz um levantamento de todos os obstáculos existentes na edificação e coloca essas informações em um banco de dados. Após análise parte-se para a elaboração do projeto que servirá de base para as obras.

Um planejamento cuidadoso é importante pois permite focar em acessibilidade total e segurança para as pessoas com deficiência. Não basta que haja rampas se os banheiros não são adaptados para pessoas com mobilidade reduzida ou se o chão não for sinalizado adequadamente para os deficientes visuais.

Por isso trabalhamos com o conceito de rotas acessíveis. É necessário que o deficiente tenha entrada privativa e saída de emergência adaptada, que seja acomodada em áreas reservadas acessíveis e que possa mover-se sem dificuldade até o banheiro ou os bebedouros, por exemplo. O caderno de encargos da Fifa exige ainda que o local destinado às pessoas com deficiência tenha visibilidade adequada para o campo, e que preveja se o cadeirante virá acompanhado ou se o deficiente visual trará seu cão guia, por exemplo.

A adaptação de um estádio para pessoas com deficiência pode representar um gasto extra para os estádios e arenas esportivas. Mas dinheiro algum é capaz de pagar a inclusão de um deficiente em um meio social. Com planejamento, podemos aproveitar a Copa e a Olimpíada para gerar um importante legado para os milhões de brasileiros que possuem algum tipo de deficiência.

. Por: Liana Becocci, engenheira e diretora da Ieme Brasil, empresa de engenharia consultiva especialista em acessibilidade

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