United Steelworkers condena morte de trabalhador florestal chileno

Toronto- O diretor nacional da United Steelworkers (USW) do Canadá, Ken Neumann, disse dia 10 de maio ( quinta-feira), que um acordo celebrado entre 8.000 trabalhadores florestais em greve no Chile e o maior empregador do setor no país, a Arauco y Constitución SA, é uma "vitória de sabor amargura" para os trabalhadores chilenos que enfrentam dificuldades.

Em 3 de maio, a polícia chilena atirou e matou Rodrigo Cisternas, de 26 anos, do lado de fora da fábrica de polpa de celulose da Celulosa Arauco, em Los Horcones, província de Arauco. Vários outros trabalhadores foram hospitalizados com ferimentos causados por disparos, e um grevista perdeu um olho.

"Parabenizamos nossos irmãos e irmãs no Chile por se manterem juntos e firmes para forçar a Arauco a chegar a um acordo", disse Neumann. "Ao mesmo tempo, aqui no Canadá, estamos de luto pela morte de Rodrigo Cisternas e nos unimos aos trabalhadores chilenos para cobrar do governo do Chile que descubra os culpados e os encaminhe para a justiça".

A Confederação Nacional de Trabalhadores Florestais do Chile (CTF), que tem vínculos antigos e estreitos com o Conselho Florestal da USW, desempenhou um papel de destaque na união dos trabalhadores de serrarias, madereiros, motoristas de caminhão e trabalhadores da silvicultura na luta por melhorias salariais e trabalhistas. Os trabalhadores tentaram inicialmente negociar com a empresa mobilizando-se durante três dias, em março. Depois que as negociações fracassarm, tentaram uma segunda vez, a partir de 30 de abril.

A empresa, seus 87 empreiteiros e sindicalistas chegaram a um acordo que prevê aumentos de 65.000 pesos por mês (cerca de US$ 125) para os trabalhadores com base em uma semana regular de trabalho, de 45 horas. Os baixos salários forçam muitas pessoas a trabalhar mais de 60 a 70 horas por semana. Os trabalhadores que recebem menos terão aumentos de mais de 40%, e o salário médio terá um aumento de cerca de 20%.

Na semana passada, Neumann enviou cartas de protesto para a presidente do Chile, Michelle Bachelet, condenando as ações da polícia chilena e pedindo uma investigação independente. Pediu também à presidente Bachelet para "examinar e reformar o conservador e arcaico código trabalhista do Chile para fornecer proteções para os trabalhadores durante disputas trabalhistas".

Neumann enviou uma carta também para o presidente da empresa, Alberto Etchegary, pedindo-lhe que chegasse "a um acordo tranqüilo e pacífico para esta disputa...".

O presidente da USW International, Leo W. Gerard, enviou cartas de protesto à presidente do Chile, classificando os ataques que causaram ferimentos e morte como "totalmente injustificados" e emblemáticos de um sistema de leis trabalhistas no qual os funcionários têm pouco incentivo para negociar uma resolução justa para uma disputa. Gerard enviou também uma carta de protesto ao presidente da empresa.

A USW representa mais de 280.000 homens e mulheres canadenses que trabalham em todos os setores da economia, incluindo mais de 45.000 trabalhadores do setor florestal.| Por: PR Newswire