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01/12/2009 - 10:48

Mobilidade urbana na Copa do Mundo mostra desafios à África do Sul e lições a serem aprendidas pelo Brasil para 2014

A menos de um ano para a Copa do Mundo, a África do Sul caminha para finalizar as obras em nove cidades sedes que irão receber o evento esportivo. Enquanto a maioria dos estádios está pronta ou em fase de finalização, os transportes continuam sendo uma das preocupações dos organizadores, já que terão de atender o deslocamento de mais de 450 mil turistas. Para a NTU (Associação Nacional das Empresas de Transportes Urbanos), os desafios que o país enfrenta com relação ao transporte coletivo urbano podem ser lições para ajudar o Brasil a ser organizar para o mundial de 2014.

“A África do Sul tinha um sistema de transporte coletivo baseado em vans autônomas e construiu uma rede, baseada em BRT, partindo do zero. Só em Joanesburgo serão 82 quilômetros com 140 ônibus para atender à demanda dos jogos”, diz Marcos Bicalho dos Santos, diretor-superintendente da NTU. Em um curto espaço de tempo, o país está criando uma nova estrutura de transportes coletivos urbanos, que será deixada como legado à população no pós-evento.

O BRT (Bus Rapid Transit) é um sistema de transporte defendido pela NTU por proporcionar uma mobilidade urbana rápida e confortável aos usuários, onde as frotas de ônibus podem ser alocadas de acordo com a demanda por serviços de transporte coletivo em um determinado local. Em eventos como jogos de futebol, o esvaziamento dos estádios é rápido e intenso, por isso, o entorno deve comportar o grande volume de pessoas transitando, direcionando-as aos locais desejados e da melhor forma possível.

“Para o Brasil, a implantação de sistemas BRT é a melhor alternativa para a Copa do Mundo de 2014, tanto por ser mais barato quanto pela rápida implantação, que pode levar de 24 à 36 meses para ser concluído, dependendo do tipo do projeto”, explica Bicalho. Além da África do Sul, os sistemas de BRT já foram implementados em diversos países como Colômbia (Bogotá), México (Guadalajara), China (Guangzhou) e, no Brasil, está presente na cidade de Curitiba, Paraná.

“Estamos em vantagem com relação à África do Sul, especialmente porque as principais cidades brasileiras já possuem uma estrutura de circulação de ônibus definida. Na realidade, precisamos de um projeto de modernização e transformação por meio da construção de vias exclusivas e estações modernas com frota renovada de ônibus articulados e sistemas inteligentes”, explica Bicalho.

Apesar do Brasil estar em condições mais favoráveis se comparado ao país africano, a NTU alerta sobre a necessidade dos gestores públicos, nos níveis federal, estadual e municipal, se articularem para colocar em prática as obras de reestruturação dos transportes coletivos urbanos. ”Estamos a menos de cinco anos para o mundial, assim a implantação dos projetos deve começar de imediato para que não haja descaminhos nas obras ou surpresas futuras”, finaliza Bicalho.

Vantagens do sistema de BRT - O tempo de implantação do BRT é de 2,5 anos, cerca de 6,5 anos a menos que o metrô e, aproximadamente, metade do tempo para construção de um sistema de VLT (Veículo Leve sobre Trilhos) ou “bonde moderno”. Com relação aos custos de implantação, um corredor de 10 quilômetros de BRT, que comporta a circulação diária de até 150 mil passageiros, custa R$ 111 milhões, enquanto o Metrô e o VLT custam R$ 2,01 bilhões e R$ 404 milhões, respectivamente.


Tipo de Veículos.............Tempo de implantação.....Custos para corredor de 10 km
BRT.................................2,5 anos............................R$ 111 milhões
VLT …............................5 anos...............................R$ 404 milhões
Metrô..............................9 anos................................R$ 2,01 bilhões
*Fonte: Jaime Lener Arquitetos Associados.

A NTU (Associação Nacional das Empresas de Transportes Urbanos) representa as empresas de transporte coletivo urbano e metropolitano perante os poderes Executivo, Legislativo e Judiciário federais e as entidades nacionais do setor; promove a integração e a troca de experiência entre as empresas, sindicatos, associações e federações, buscando a unidade e o fortalecimento do setor; desenvolve estudos técnicos e propõe medidas para a melhoria dos serviços de transporte coletivo urbano e metropolitano de passageiros; e preserva e divulga a história do setor. | www.ntu.org.br.

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