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03/12/2009 - 10:04

Copa do Mundo, Olimpíadas 2016 e exploração de petróleo na camada pré-sal vão reaquecer indústria siderúrgica, prevê IABr


Flávio Azevedo, presidente do Instituto Aço Brasil

Os investimentos previstos para o país devido os eventos esportivos que se realizarão no país em 2014 (Copa do Mundo) e em 2016 (Olimpíadas) mais a exploração de petróleo na camada pré-sal deve representar uma demanda adicional de produtos siderúrgicos da ordem de 8 milhões de toneladas de 2009 a 2016.

Os investimentos serão feitos na área de infraestrutura e totalizam, somente para as Olimpíadas e a Copa do Mundo, um orçamento previsto de US$ 72 bilhões. Informação dada no dia 2 de dezembro (quarta-feira), em entrevista coletiva no Rio de Janeiro, pelo presidente do Instituto Aço Brasil (IABr), Flávio Azevedo.

“Programas colocarão no consumo aparente de produtos siderúrgicos, projetado para 2010, um adicional de 1,5 milhão de toneladas”, frisou o presidente.

Segundo Azevedo a perspectiva é de fechar 2009 com produção de 26,6 milhões de toneladas, uma redução de 20,8% em relação aos 33,7 milhões de toneladas registradas no ano passado.

A previsão do consumo aparente para 2009 é de 18,7 milhões de toneladas, um decréscimo de 21,9% em relação ao ano passado. O consumo aparente projetado para o Brasil em 2010 é de 22,9 milhões de toneladas. A produção de aço bruto deverá crescer 24,2% no próximo ano, alcançando 33,1 milhões de toneladas.

Na avaliação do Instituto Aço Brasil, essa expressiva melhora no desempenho do setor reflete não só o bom momento da economia nacional e o desempenho dos setores consumidores, como também os primeiros efeitos do início das atividades relacionadas aos diversos programas especiais, com destaque para o de Petróleo e Gás, Copa do Mundo e Olimpíadas.

O presidente do IABr estima que a demanda adicional de aço gerada por esses programas atinja até 8 milhões de toneladas no período de 2009 a 2016, o que significará importante contribuição para sustentar o crescimento da indústria de aço no País.

“Essa indústria dispõe presentemente de capacidade de produção mais de 100% superior à demanda interna e encontra-se plenamente capacitada para atender aquele crescimento. Deve, além disso, retomar investimentos em projetos de expansão, adiados por causa da crise, que permitirá o abastecimento pleno do mercado interno e a manutenção de níveis elevados de exportação, preservando desse modo sua posição dentre os segmentos que são grandes geradores de saldo comercial do País”, avaliou Flávio.

“Referindo-se ao mercado mundial, registra-se também retomada de crescimento, porém, em níveis inferiores ao que se observa no Brasil. O destaque é a China, cujo consumo deve crescer 18,7% em 2009”, continuou Azevedo.

“Persistem ainda incertezas quanto à retomada de alguns grandes mercados, mas a principal preocupação desta indústria refere-se ao grande excedente de capacidade mundial em relação à demanda e que pode impactar negativamente a sua recuperação”, comentou o presidente diante da realidade gráfica.

“O setor siderúrgico é um segmento vital para o desenvolvimento de um país, mas não é inflacionário”, afirmou o presidente com veemência, e com base em estudo realizado pelo Instituto de Pesquisas Tecnológicas (IPT) do estado de São Paulo, demonstrou que os componentes siderúrgicos têm peso na fabricação de produtos, como veículos, “mas não são um elemento de custo”.

“A participação dos componentes feitos em aço no peso de automóveis com imposto é de 55,7% em um carro popular e de 50,3% em um veículo de luxo. Já a participação do aço no valor do automóvel é de 9,01% e de 6,89%, para os dois tipos de carro, respectivamente. “Se o aço aumentar 10%, o custo no veículo aumenta 1%”, por exemplo, frisou Azevedo.

Em relação a concorrência desleal, o presidente do IABr adiantou que o setor está estudando uma série de medidas antidumping e valoração aduaneira, e emenda: “em decorrência da crise, há um excedente de produção em vários países. A China, por exemplo, tem um excedente de 150 milhões de toneladas de aço”.

“ Como país temos que nos defender de importações predatórias com preços aviltados”, advertiu.

Para finalizar o presidente ressaltou que 20% do consumo de aço estão ligados a investimentos em bens de capital. Esse setor, entretanto, tem um retardo no tempo, o que significa que a redução da taxa de juros, por exemplo, só deverá dar retorno em termos de retomada de investimentos no segundo trimestre ou no segundo semestre de 2010.

“ É importante conseguirmos manter um crescimento sustentado do PIB maior do que 4%, a gente vai manter um consumo de aço acima de 120 a 130 quilos por habitante”, calculou Azevedo, dentro de uma visão estratégica do setor.

Hoje, o Brasil apresenta um consumo per capita inferior a 100 quilos de aço por habitante, contra 300 quilos na China e entre 400 a 500 quilos na Espanha e Alemanha. “ Em 1980, a China mostrava um consumo per capita de aço de 34 quilos, contra 100 quilos no Brasil”, exemplificou o vice-presidente executivo do IABr, Marco Pólo de Mello Lopes.

Na lista dos grandes consumidores da indústria siderúrgica brasileira, os setores de construção civil e automobilístico deverão continuar, em 2010, como os principais. A previsão é que eles representem 35% e 23%, respectivamente, das vendas do setor siderúrgico no mercado doméstico, seguidos do setor de bens de consumo, com 20% de participação.

E, apostando na infraestrutura para os eventos como a Copa do Mundo 2014, Olimpíadas 2016 e, a exploração de petróleo na camada pré-sal, que deve desencadear um verdadeiro crescimento sustentado no Brasil: “ é torcida do setor e resoluções governamentais acertadas, como a taxação no ingresso do capital estrangeiro e redução do IPI”, concluiu Flávio Azevedo.

Graficos demonstrativos:

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