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03/12/2009 - 10:45

Cesta básica sobe em 14 capitais

Catorze das 17 capitais onde o DIEESE - Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos – realiza a Pesquisa Nacional da Cesta Básica apresentaram alta no preço do conjunto de produtos alimentícios essenciais, em novembro. As maiores elevações foram apuradas em Fortaleza (6,97%), Goiânia (4,04%) e Natal (3,71%). Variações negativas foram registradas em Brasília (-2,63%), Recife (-0,31%) e Aracaju (-0,17%).

O conjunto de produtos alimentícios essenciais mais caro foi encontrado em Porto Alegre (R$ 254,62), com custo quase R$ 20,00 a mais que o valor registrado em São Paulo (R$ 234,99). Em Vitória a cesta custou R$ 227,81. Aracaju (R$ 167,87), João Pessoa (R$ 175,62) e Recife (R$ 175,91) apresentaram os menores custos.

Com base no maior valor apurado para a cesta e levando em consideração a determinação constitucional que estabelece que o salário mínimo deveria suprir as despesas de um trabalhador e sua família com alimentação, moradia, saúde, educação, vestuário, higiene, transporte, lazer e previdência, o DIEESE estima mensalmente o salário mínimo necessário. O menor salário pago no país, em novembro, deveria ser de R$ 2.139,06, o que equivale a 4,60 vezes o mínimo vigente (R$ 465,00). Este valor é levemente superior ao de outubro (R$ 2.085,89, que correspondia a 4,49 vezes o mínimo em vigor). Em novembro de 2008, o salário mínimo necessário era estimado em R$ 2.007,84, ou seja, 4,83 vezes o mínimo então em vigor (R$ 415,00).

Variações acumuladas - Apesar da alta no custo dos gêneros essenciais verificada em novembro, 14 cidades continuam a apresentar variação acumulada negativa para o custo dos produtos básicos, entre janeiro e novembro de 2009. As retrações mais expressivas foram apuradas em

Aracaju (-13,15%), João Pessoa (-12,43%) e Natal (-10,84%). Três capitais apresentaram aumento nos preços: Salvador (3,83%), Belém (2,27%) e Vitória (0,12%).

Nos últimos 12 meses – de dezembro de 2008 a novembro último – os preços da cesta básica aumentaram em oito localidades, com destaque para Salvador (7,56%) e Porto Alegre (6,54%). Dentre as nove cidades onde houve queda, as maiores variações foram apuradas em Aracaju (-6,42%), Natal (-4,20%) e Brasília (-4,16%).

Cesta x salário mínimo - A aquisição da cesta básica comprometeu, na média das 17 capitais, em novembro, 98 horas e 58 minutos da jornada mensal do trabalhador que ganha salário para aquisição de uma cesta básica. Em outubro, a mesma compra requisitava o cumprimento de uma jornada de 97 horas e 27 minutos, enquanto em novembro do ano passado eram necessárias 111 horas e 04 minutos para a mesma aquisição.

Quando se considera o percentual do salário mínimo líquido – após a dedução da parcela referente à Previdência Social – comprometido com a compra dos bens de primeira necessidade, verifica-se que, em novembro, 48,89% do piso líquido eram exigidos para a mesma compra em outubro requisitava 48,15% desse rendimento. Em novembro de 2008 o comprometimento ficava em 54,88%.

Comportamento dos preços - Apesar da predominância de alta no custo da cesta básica, os preços dos alimentos básicos não apresentaram variações muito generalizadas. O único item com aumento em todas as 17 capitais, em novembro, foi o óleo de soja, devido à maior demanda da soja no mercado internacional. Os maiores aumentos foram apurados em Porto Alegre (8,48%), João Pessoa (8,46%), Goiânia (7,59%) e Manaus (7,14%) e a menor elevação ocorreu em Aracaju (0,40%). Em comparação com novembro de 2008, porém, 15 localidades registraram variação negativa, com destaque para Vitória (-12,67%), São Paulo (-12,00%) e Belo Horizonte (-10,14%). Houve elevação em Recife (9,47%) e Belém (2,83%).

O preço do tomate subiu em 12 cidades, com aumentos expressivos em Fortaleza (58,18%), Natal (31,16%) e Recife (19,26%). Dentre as cinco localidades onde o preço caiu, destacaram-se Brasília (-7,60%) e Rio de Janeiro (-3,39%). Em um ano, porém, todas as 17 capitais apontaram alta no custo do produto, apenas três – Aracaju (9,63%), Goiânia (9,55%) e Natal (3,43%) – com variação inferior a 10%. Entre as demais, as elevações mais significativas ocorreram em Salvador (80,50%) Belo Horizonte (80,00%), Porto Alegre (72,24%), São Paulo (59,52%) e Rio de Janeiro (55,74%). O tomate é muito sensível ao clima e às chuvas intensas que têm ocorrido em várias regiões do país e o forte calor também tem prejudicado o cultivo.

Em novembro, o preço do açúcar aumentou em 11 capitais, com as altas mais acentuadas verificadas nas três localizadas na Região Sul: Curitiba (8,57%), Porto Alegre (6,45%) e Florianópolis (4,83%). Seis cidades apresentaram recuo no preço, caso de Aracaju (-6,45%), Salvador (-5,75%) e Brasília (-4,52%). No período anual, todas as localidades registraram aumento e apenas em Belo Horizonte (8,90%) a variação foi abaixo de 20%. Entre as demais, os destaques foram Goiânia (96,10%), Salvador (77,50%),

Manaus (66,34%) e Belém (62,69%). A quebra de produção na Índia devido às condições climáticas elevou o preço do produto no mercado internacional. Também houve forte chuva na Região Sudeste, a maior produtora da cana-de-açúcar, o que reduziu o nível de sacarose.

Mesmo assim, as usinas implementaram a produção do açúcar em detrimento do álcool, uma vez que o preço está mais competitivo. Com isso, também o álcool vem subindo no mercado interno.

O pão teve alta em 10 capitais, com as maiores taxas apuradas em Manaus (3,98%) e Curitiba (1,99%). Houve estabilidade em Aracaju e Vitória e queda em cinco localidades, em especial, Brasília (2,38%) e Goiânia (-1,24%). Em 12 meses, oito cidades apresentaram alta – principalmente Vitória (7,92%) e Recife (7,12%) – oito queda – com destaque para Fortaleza (-12,82%) e Natal (-11,94%) - e houve estabilidade no Rio de Janeiro. A farinha de trigo, matéria-prima para fabricação do pão, manteve certa estabilidade no mês e redução em 12 meses, devido à normalização da importação do trigo.

O leite ficou mais barato em 14 capitais, em novembro, em particular em Florianópolis (-8,68%), Curitiba (-6,82%) e Rio de Janeiro (-6,45%). Não houve alteração em Natal e Recife e apenas Brasília apresentou pequena alta (0,66%). Em relação a novembro de 2008, a situação é bem diferente. Quinze capitais tiveram aumentos expressivos, os mais elevados apurados em João Pessoa (27,39%), Natal (26,70%), Vitória (25,39%) e Recife (24,40%). As reduções ocorreram em Brasília (-3,55%) e Belo Horizonte (-6,56%).

A batata – pesquisada apenas nas nove capitais do Centro-Sul – teve expressivo aumento em oito delas, em novembro, como ocorreu em Goiânia (47,29%), Belo Horizonte (40,32%) e Rio de Janeiro (32,09%) enquanto em Brasília a taxa foi de 0,51%. Também nos últimos 12 meses, as elevações foram extremamente altas, variando de 48,44%, em Goiânia, até 122,52%, no Rio de Janeiro. A intensidade das chuvas, com níveis acima da média na época do plantio prejudicou a produção.

A carne e o feijão tiveram mais capitais com queda nos preços do que com alta. Nos dois casos, os preços caíram em 10 cidades e subiram em sete.

Para a carne, produto com maior peso na cesta básica, as retrações mais significativas foram verificadas em Recife (-4,00%) e Florianópolis (-2,47%), enquanto os maiores aumentos ocorreram em Goiânia (3,37%), São Paulo (1,78%) e Natal (1,61%). Em relação a novembro do ano passado, 16 localidades apresentaram redução, caso em que se destacaram Vitória (-12,29%), Florianópolis (-10,62%), Curitiba (-10,63%) e Brasília (-10,15%). A única alta foi observada em João Pessoa (9,30%). Apesar do aumento da demanda pelo produto no mercado internacional, o período é de safra, com boa oferta de animais prontos para abate, o que poderá permitir redução do preço.

O feijão teve as maiores retrações em Recife (-9,63%), João Pessoa (-9,09%) e Fortaleza (-8,27%) e os principais aumentos ocorreram em Aracaju (6,96%), Goiânia (5,50%) e Salvador (4,94%). Na comparação com novembro de 2008, houve forte redução em todas as cidades, com variações entre -37,95%, em Natal e -58,09%, em Recife. O período da principal safra de feijão ocorre de dezembro a fevereiro, o que poderá reduzir o preço ainda mais.

São Paulo - A capital paulista continuou a registrar o segundo maior valor para o conjunto de produtos que compõem a Cesta Básica, entre as 17 capitais pesquisadas. O custo dos gêneros essenciais correspondeu, em novembro, a R$ 234,99, ou seja, 2,16% a mais do que o apurado em outubro, mas 1,54% a menos há 12 meses.

A elevação no custo da cesta, em São Paulo, foi influenciada pelo aumento verificado em sete dos 13 itens pesquisados: batata (20,48%), tomate (7,03%), óleo de soja (4,31%), açúcar refinado (2,73%), carne bovina de primeira (1,78%), banana nanica (0,94%) e pão francês (0,16%). Outros seis produtos apresentaram queda em seus preços: leite in natura integral (-3,77%), feijão carioquinha (-3,17%), arroz agulhinha tipo 1 (-2,05%), manteiga (-1,91%), farinha de trigo (-1,09%) e café em pó (-0,47%).

Nove itens da cesta básica registraram queda em seus preços quando comparados com novembro do ano passado: feijão (-54,31%), farinha (-15,79%), café (-14,57%), óleo de soja (-12,00%), manteiga (-10,44%), banana (-9,32%), arroz (-9,05%), carne (-5,05%) e pão (-2,87%). Quatro itens tiveram aumento, três deles muito expressivo: batata (62,18%), tomate (59,52%), açúcar (46,88%) e leite (8,51%).

A jornada de trabalho necessária para que o trabalhador que ganha salário mínimo pudesse comprar uma cesta básica ficou em 111 horas e 11 minutos em novembro, ligeiramente maior que a exigida em outubro (108 horas e 50 minutos), mas bem menor que a necessária em novembro de 2008, de 126 horas e 31 minutos.

A mesma situação pode ser vista quando se considera a relação entre o salário mínimo líquido – após o desconto da Previdência Social - e o custo da cesta: em novembro, a compra da cesta comprometia 54,93% do salário mínimo líquido, em outubro os mesmos produtos exigiam 53,77% do rendimento líquido e em novembro de 2008 o comprometimento correspondia a 62,51%. | www.dieese.org.br

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