Indústria ferroviária está otimista para 2010

São Paulo – As empresas fabricantes de vagões, carros de passageiros, locomotivas, peças e componentes para o setor ferroviário devem terminar o exercício de 2009 com um faturamento da ordem de R$ 2,1 bilhões. O valor ficará abaixo do obtido em 2008, quando a indústria faturou R$ 2,6 bilhões, cifra que havia representado um crescimento de 30% sobre 2007.

Com capacidade instalada anual para fabricar 12 mil vagões, 600 carros de passageiros e 100 locomotivas, o setor ferroviário fechou os dez primeiros meses de 2009 com uma produção de 816 vagões, 376 unidades de carros de passageiros e 10 locomotivas.

No ano passado, no mesmo período, a indústria fabricou 4.127 vagões, 366 unidades de carros de passageiros e 30 locomotivas. Segundo a diretoria do Departamento Ferroviário do SIMEFRE (Sindicato Interestadual da Indústria de Materiais e Equipamentos Ferroviários e Rodoviários), ao se comparar o desempenho do mercado de cargas de 2009 com 2008, nota-se uma queda no volume de fornecimento de vagões. O principal motivo do baixo desempenho do segmento foi a crise econômico-financeira mundial, que afetou os setores de mineração, siderurgia e agrícola, intensivos no transporte ferroviário, gerando menor demanda de vagões, o mesmo ocorrendo com locomotivas.

Quanto ao segmento de passageiros, registrou-se pequena melhora. O setor fabricou, de janeiro a outubro do ano em curso, 376 unidades (sendo 334 caixas que foram exportadas para Nova York e 42 carros completos entregues para o Metrô de São Paulo). No mesmo período de 2008 foram fabricadas 366 unidades, das quais 44 carros completos e 322 caixas. Segundo a Diretoria do SIMEFRE, a indústria ferroviária deverá encerrar 2009 com uma produção de cerca de 1.075 vagões, 459 unidades de carros de passageiros e 20 locomotivas. No ano passado, as empresas fabricaram 5.118 vagões, 447 unidades de carros de passageiros e 30 locomotivas.

Fatores impactantes - No entender dos diretores do SIMEFRE, os fatores que influíram positiva e negativamente no desempenho dos setores de carga e passageiros em 2009, e que deverão influenciar 2010, são: Segmento de Cargas - Devido ao baixo volume de vagões novos previstos para 2009, foi desenvolvido o mercado de serviços de reparação e modernização de vagões, inclusive para aproveitar a mão-de-obra especializada. Em 2010, embora haja previsão de crescer o volume de vagões novos, prevê-se uma continuidade do segmento de reformas.

Segmento de Passageiros - Na área de passageiros, o setor continua aquecido, tanto para carros novos quanto para reformas e o mesmo deverá acontecer em 2010, pelo fato de haver contratos em andamento.

Exportações – Os diretores do Departamento Ferroviário do SIMEFRE estimam que as vendas externas totais em 2009 deverão ficar em torno de 32 vagões para o mercado chileno e 381 caixas de carros de passageiros para NYCT. Em 2008 foram exportados 125 vagões para Gabão, Arábia Saudita, Argentina e Colômbia e 397 caixas para NYCT. As vendas externas de vagões e caixas de passageiros caíram em função da crise internacional. Perspectivas 2010 – O setor ferroviário de cargas está otimista quanto ao comportamento do mercado em 2010. A diretoria do Simefre acredita que deverá haver aumento no volume de encomendas de vagões novos, sendo prevista produção entre 2.000 e 2.500 vagões. O mesmo crescimento é previsto para locomotivas, com previsão de 40 unidades. Em 2009 foram feitas reparações em cerca de 2.200 vagões. Para 2010, prevê-se um volume similar.

Perspectivas 2010 – Quanto ao mercado ferroviário de passageiros, deverá ser registrado um ligeiro aumento no volume de unidades de carros novos. Deverão ser fabricadas mais ou menos 500 unidades e espera-se um sensível aumento nas reformas de carros de passageiros.

Perspectivas 2010 – O volume de vendas do mercado de via permanente em 2009 foi cerca de 40% menor que em 2008. Para 2010 espera-se uma recuperação voltando aos níveis de 2008.