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24/04/2010 - 06:55

Brasil pode sair ganhando se fortalecer imagem como economia verde, diz Furlan

Para o ex-ministro, que participou do 9º Fórum Empresarial de Comandatuba, sustentabilidade pode ser um diferencial lucrativo, assim como a qualidade dos produto.s

Comandatuba– O Brasil poderia investir no reposicionamento de sua imagem, com foco na economia verde, para vender seus serviços ao mundo. Foi o que sugeriu hoje o ex-ministro da Indústria e Comércio, Luiz Fernando Furlan, que também é presidente do Conselho de Administração da BR Foods. “Quando se compra um produto japonês, aceita-se pagar mais pela qualidade em comparação aos produtos chineses, por exemplo. O mesmo pode acontecer com o Brasil. Qualidade é diferencial, sustentabilidade também”, disse o ex-ministro aos empresários que participam do 9º Fórum Empresarial promovido pelo LIDE – Grupo de Líderes Empresariais em Comandatuba, na Bahia.

A idéia de Furlan foi uma forma de mostrar aos empresários que o investimento em ideias e em tecnologia que reduzam ou zerem o impacto da produção ao meio ambiente, embora representem aumento de custo em um primeiro momento, poderão gerar bons resultados no futuro. “O consumidor aceita pagar mais por um produto ambientalmente correto? Geralmente não. Mas as empresas precisam fazer o que é certo e acreditar que este é o caminho daqui pra frente. A Europa hoje já vive o consumo sustentável no dia a dia”, afirmou o executivo.

“Quanto mais avançar a necessidade de uma economia sustentável, mais restrições teremos em todos os setores que tenham impacto ambiental. Por isso já precisamos pensar em uma evolução tecnológica ligada ao meio ambiente”, acrescentou Furlan.

Para dar início a este reposicionamento de imagem, Furlan sugeriu que o Brasil seja o primeiro país a realizar a Copa do Mundo e as Olimpíadas com as emissões de carbono neutralizadas. E mais: apostou na criação de commodities ambientais que poderiam ser comercializadas, como são atualmente os créditos de carbono na Bolsa de Chicago. “Podemos pensar em coisas semelhantes para a água e o ar. É uma maneira de remunerar os países que possuem reservas florestais”, explicou.

O ex-ministro dividiu o painel com o presidente do SOS Mata Atlântica, Roberto Klabin, que também preside o LIDE Sustentabilidade. Em sua exposição, Klabin afirmou que as políticas públicas são frágeis no que se refere à preservação do meio ambiente e criticou vários projetos do Plano de Aceleração do Crescimento (PAC) que seriam considerados ameaças ao meio ambiente, como o Complexo Intermodal Porto Sul na região de Ilhéus, na Bahia, que prevê a construção de porto, ferrovia, rodovia, aeroporto, dentro de uma Área de Proteção Ambiental, a Lagoa Encantada, e o escoamento de minério de ferro para exportação.

“Alguns políticos vendem a ideia de que o meio ambiente é um entrave ao desenvolvimento. O que impede nosso crescimento sustentável é a falta de vontade política”, disse Klabin. “Costumamos atribuir a terceiros a vontade de tomar nossas riquezas, dizemos que isso é uma ameaça à nossa soberania, quando na verdade eles estão apenas falando com base na experiência que tiveram”, continuou.

Aprovação acelerada - Durante o painel, o presidente da TetraPak, Paulo Nigro, aproveitou a presença de alguns senadores na mesa debatedora para pedir atenção especial à Lei dos Resíduos Sólidos, aprovada recentemente na Câmara, após 19 anos de espera. “Ajudem-nos a tirar o Brasil da era medieval”, pediu o empresário. O senador Romero Jucá, um dos participantes, garantiu que a lei será votada em até três meses e, que se for necessário algum ajuste, pode ser feito através de Medida Provisória posterior. “Melhor do que uma lei perfeita é uma que avance”, afirmou Jucá, aplaudido pela platéia.

Segundo Paulo Nigro, as redes de reciclagem que atuam hoje no País empregam cerca de 450 mil pessoas na informalidade. Do total de 150 mil toneladas diárias de resíduos sólidos produzidas em todo o território nacional, apenas 6% são reciclados. “Trata-se de um grande projeto de inclusão social. Se conseguíssemos, por exemplo, aumentar este índice de reciclagem para 18%, dentro desta nova Lei de Resíduos Sólidos, já teríamos 1,5 milhão de pessoas trabalhando na formalidade”, disse.

LIDE - Fundado em junho de 2003, o LIDE - Grupo de Líderes Empresariais completou em 2010 sete anos de atuação, registrando crescimento de 600%. Atualmente são 650 empresas associadas (com os braços regionais), que representam 44% do PIB privado nacional. O objetivo do Grupo é difundir e fortalecer os princípios éticos de governança corporativa no Brasil, promover e incentivar as relações empresariais e sensibilizar o apoio privado para programas comunitários. Para isso, são realizados inúmeros eventos ao longo do ano, promovendo a integração entre empresas, organizações, entidades privadas e representantes do poder público, por meio de debates, seminários e fóruns de negócios.

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