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13/05/2010 - 10:42

Drenagem urbana no centro dos desafios da Copa e Olimpíadas

Seminário vai discutir soluções para prevenir novas enchentes e prejuízos nos centros urbanos e não ter de rezar para São Pedro durante os dois torneios internacionais no Brasil.

Ruas inundadas, lixo boiando nas ruas, bueiros e ralos entupidos, encostas tomadas por resíduos de todo o tipo e deslizamentos de encostas com vítimas fatais foram as cenas mais comuns no último verão em cidades como o Rio de Janeiro, São Paulo, Salvador e Belo Horizonte, todas cidades sedes da Copa do Mundo de 2014 e, no caso específico do Rio, também das Olimpíadas de 2016. Imagens que não poderão, no curto prazo, se repetir em cidades que se propõem a ser sede de eventos de tal envergadura e que, por isso, precisam adotar medidas urgentes para prevenir esse tipo de catástrofe. Independente das exigências do Comitê Olímpico Internacional (COI), que impôs como condição, até 2016, as sucessivas inundações que vêm ocorrendo nas principais cidades brasileiras comprovam a necessidade urgente dessas medidas para evitar prejuízos econômicos e sociais crescentes.

Com as evidentes mudanças climáticas no planeta, que vem alterando o fluxo e a intensidade das chuvas, é visível a ineficiência da infraestrutura de drenagem das grandes metrópoles, agravada pelo acúmulo de resíduos de toda a espécie nesses sistemas e do crescimento desordenado da maioria das cidades. O Seminário “2014 Saneamento na Rede - A chance de um gol de placa na universalização dos serviços de água e esgoto, organizado pelo Instituto Trata Brasil, em parceria com a Planeja & Informa Comunicação e Marketing, de 18 a 20 de maio, no Clube de Engenharia, no Rio de Janeiro, vai colocar a questão da drenagem urbana na pauta, visando a discutir e estudar soluções para o problema antes da Copa de 2014 e das Olimpíadas.

O painel prevê a participação do Superintendente Nacional de Infraestrutura e Saneamento da Caixa Econômica, Rogério de Paula Tavares, e tem ainda como convidados o secretário nacional de Saneamento do Ministério das Cidades, Leodegar Tiskosky; o secretário Municipal do Verde e do Meio Ambiente de São Paulo, Eduardo Jorge Martins Alves Sobrinho; e do presidente da empresa Águas de Barcelona (Agbar), Luis Angel Gutierrez.

Além dos prejuízos incalculáveis gerados pela suspensão das atividades industriais, comerciais e de serviços, e também sociais, por falta de planejamento, a cada chuva mais pesada o Poder Público é obrigado a investir grandes somas de recursos a título de emergência. Somente a cidade do Rio de Janeiro, em decorrência do último temporal, terá de investir cerca de R$ 370 milhões para se recuperar dos estragos provocados pelas chuvas que atingiram o estado no início de abril, matando mais de 200 pessoas e deixando ainda milhares de desabrigados.

PAC drenagem - O PAC 2, lançado recentemente e conhecido por PAC dos Morros, pretende destinar, segundo o governo federal, R$ 11 bilhões para drenagem e contenção de encostas através dos municípios. No ano passado, o ministério das Cidades já havia lançado o PAC Drenagem, com orçamento de R$ 4 bilhões para cidades que sofrem constantemente com enchentes e inundações em períodos de chuva, através do PAC Drenagem, mas os desembolsos ainda não aconteceram. A previsão era atender, com o PAC drenagem, 101 municípios em 16 estados brasileiros. Os projetos, selecionados em edital, prevêem construção de redes e galerias de águas pluviais, dragagem e canalização de cursos de água, implantação de parques lineares e construção de reservatórios de amortecimento de cheias, entre outras iniciativas.

Segundo o Secretário Nacional de Saneamento Ambiental, Leodegar Tiscoski, os impactos decorrentes do processo de urbanização em uma bacia não são apenas de origem hidrológica e de ocupação do solo urbano. Parte dos resíduos gerados pela população (contabilizando-se a quantidade coletada das casas e a limpeza urbana) fica depositada nas ruas e terrenos e acaba sendo levada pela água da chuva para o sistema de drenagem, entupindo os condutos e canais e acarretando em poluição dos rios urbanos. Nesse aspecto, o poder público municipal tem um protagonismo especial. A limpeza urbana antes da chegada da chuva pode reduzir significativamente o total de resíduos que chega ao sistema de drenagem.

Nesse contexto, o impacto dos resíduos sólidos, inclusive os decorrentes da construção e demolição urbanas, responsável por mais de 50% do lixo depositado nas ruas e calçadas, é indiscutível e se mostra como um desafio inadiável para reduzir os custos de investimento e manutenção nos sistemas de drenagem, especialmente dos grandes centros urbanos.

O volume de entulho gerado nas atividades de construção e demolição na maioria das grandes cidades é duas vezes maior que o volume de lixo sólido urbano. Somente na cidade de São Paulo, este volume chega a 2.500 caminhões por dia, de um total de 15 mil toneladas de lixo geradas diariamente (lixo residencial, de saúde, restos de feiras, podas de árvores, entulho etc.), na capital paulista. São diversos materiais que podem ser reciclados e reaproveitados durante o processo construtivo como plástico, papel e ferro, mas acabam dispostos de forma inadequada em ruas e calçadas, obstruindo córregos e sistemas de drenagens, colaborando com enchentes, favorecendo a proliferação de mosquitos e outros vetores.

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