Compromisso com o futuro é a temática do primeiro painel da Semana do Meio Ambiente

Plano de Educação e compensação e monitoramento ambientais foram o foco dos palestrantes O primeiro painel da segunda Semana do Meio Ambiente de Suape, na manhã do dia 1º de junho (terça-feira), reuniu três palestrantes e inúmeras questões relativas ao futuro do Complexo.

O diretor de Engenharia e Meio Ambiente de Suape, Ricardo Padilha, o diretor corporativo da Refinaria Abreu e Lima, João Batista Aquino, e a representante da Agência Estadual de Recursos Hídricos e Meio Ambiente (CPRH), Lidiane do Espírito Santo, realizaram três palestras dentro da temática “Compromisso com o futuro”.

Ricardo Padilha falou dos principais projetos que a equipe de Suape desempenha dentro da política de sustentabilidade. “Nosso programa de educação ambiental está recebendo só em 2010 investimentos de R$ 600 mil. Serão cerca de 1.400 alunos beneficiados com cursos e oficinas”, conta.

A representante da CPRH apresentou detalhes do Projeto de Monitoramento Ambiental do Complexo, um convênio firmado entre a empresa Suape, o órgão e a Petrobras.

Em seguida, o diretor corporativo da Petrobras explicou como se dará a operação da Refinaria Abreu e Lima, considerada a mais sustentável da história da empresa. “Ela será ecologicamente correta e é um desafio para nós implantá-la em uma região como essa. Fomos buscar o que há de melhor em termos tecnológicos e ambientais”, afirma Aquino.

Segundo ele, dos 55 tanques que irão compor o parque de tancagem do empreendimento, 42 serão revestidos e irão reduzir a emissão de hidrocarbonetos na atmosfera. Além disso, o consumo de água se dará da seguinte forma: 1/3 se transformará em vapor em contato com os tanques de resfriamento, 1/3 será consumida e o 1/3 restante será descartada tratada por meio de um emissário distante 2 km da costa.

Segundo painel abordou relação do homem com a biosfera

Especialistas deram tom global às questões ambientais relativas ao tratamento do homem com o meio ambiente.

O segundo painel da Semana do Meio Ambiente de Suape tratou de uma temática mais global: a relação do homem com a biosfera. A primeira palestra foi ministrada pelo professor da Faculdade de Saúde Pública da Universidade de São Paulo, Arlindo Philipi Junior. O pesquisador detalhou a importância da sustentabilidade baseada em noções de cidadania. Segundo ele, com 82% da população brasileira vivendo em áreas urbanas, sendo 62% em regiões metropolitanas, a ligação entre ocupação desordenada e os desastres ambientais é muito grande.

“O desafio de um meio ambiente equilibrado e sustentável passa pelo gerenciamento dos riscos proporcionados pelos problemas das grandes cidades e pela aplicação de investimentos principalmente em educação”, explica Philipi.

Sobre a relação Suape/ Meio Ambiente, Philipi comentou:“Percebemos em Suape um planejamento de dezenas de anos que envolve uma gestão de desenvolvimento. É necessária essa visão de riscos com a aceitação e o debate junto com a sociedade”, explica. “Se quisermos pensar em desenvolvimento, temos que pensar em sustentabilidade baseada numa decisão do querer fazer. O Brasil vive um momento ímpar e é imprescindível que os grandes empreendimentos se instalem de maneira madura baseando-se em conhecimentos gerados pelas universidades brasileiras", conclui.

Em seguida, houve a apresentação do representante da Essencis Solucoes Ambientais, Luciano Oliveira. A palestra de tema “Sistema de Gestão Ambiental” teve como foco a atual necessidade de uma gestão integrada nas empresas, que envolva uma unidade de negócios e de desenvolvimento econômico.

Segundo ele, é essencial que se fomente uma cultura de previsibilidade. É necessário pensar e agir de acordo com uma visão sistêmica, o que ajuda a construir uma gestão ambiental de sucesso. “A sustentabilidade corporativa precisa envolver sustentabilidade ambiental, social e de acionistas e clientes numa mesma proporção, para que seja atingido o equilíbrio e, consequentemente, a excelência”, disse Oliveira.

O evento contou também com a participação do representante da Hidroclean, Gerlado Lyra, que ressaltou a importância do gerenciamento de riscos com ferramentas adequadas. Ele relembrou o desastre ambiental com a plataforma de petróleo no Golfo do México e defendeu que a força econômica do capital não pode ser maior que a segurança e o gerenciamento contra situações de risco.

“Não dá para ficar batendo cabeça durante uma emergência ambiental”, ressaltou Lyra. É imprescindível investir em ações preventivas, de intervenção e pós-emergenciais. Complementando o que havia sido explanado na apresentação anterior, da Esssencis/BR, ele reforçou a necessidade do envolvimento de várias esferas nas questões de riscos ambientais, sendo a comunidade personagem essencial desse processo.

Para encerrar a primeira parte do evento, Walmir Athayde, da Mossi & Ghisolfi Polímeros do Brasil (M&G), falou sobre ecoeficiência. A empresa, que trabalha com a produção de resina PET, está instalada em Suape há três anos e é modelo em gestão ambiental.

Athayde apresentou para o público as estratégicas desenvolvidas pela empresa italiana, que tem toda sua gestão pautada em ações ambientalmente corretas, como, por exemplo, o monitoramento constante da água e dos resíduos e o investimento em ações que não estão previstas na legislação ambiental brasileira.