Página Inicial
PORTAL MÍDIA KIT BOLETIM TV FATOR BRASIL PageRank
Busca: OK
CANAIS

06/07/2007 - 09:16

Petrobras propõe criar fórum empresarial para debater mudanças climáticas


Companhia sugere ampliar debate no Pacto Global da ONU sobre formas de reduzir emissões de CO2.

A Petrobras propôs ao Conselho Internacional do Pacto Global das Nações Unidas a criação de um fórum de debates para aprofundar a discussão sobre as formas de reduzir as emissões de carbono nas atividades das empresas signatárias. A proposta foi formalizada em carta enviada ao diretor-executivo do Pacto Global, Georg Kell, e apresentada pelo presidente da Petrobras, José Sérgio Gabrielli de Azevedo, aos participantes da Conferência de Líderes do pacto Global que acontece até esta semana em Genebra, na Suíça.

Cento e cinqüenta e três das mais de 3.800 empresas que aderiram ao Pacto Global desde a sua criação, em 2000, assinaram um documento comprometendo-se a cumprir metas voluntárias de redução nas emissões de carbono em seus processos e produtos. A exemplo da maioria das empresas petrolíferas, a Petrobras não assinou o documento, pois acredita que ele pode ser aperfeiçoado como instrumento de controle efetivo das ações das signatárias.

“A Declaração é importante porque avança em vários temas ligados à mudança climática, mas devemos considerar que existem diferentes realidades empresariais e sociais. A Petrobras é uma empresa de energia cujo principal produto é o petróleo, um hidrocarboneto. Na Declaração fala-se em reduzir as emissões de carbono também nos produtos, e este é o único problema do texto para nós. Podemos reduzir as emissões no mix de produtos da Petrobras, melhorando a eficiência energética de nossos processos, desenvolvendo biocombustíveis e outras fontes renováveis de energia, mas não podemos reduzir o teor de carbono do petróleo. Esta é uma limitação física”, afirmou Gabrielli durante apresentação na Conferência de Líderes.

Gabrielli defende que as metas de responsabilidade ambiental sejam perseguidas ao mesmo tempo em que a Companhia cumpre seu papel empresarial, proporcionando a energia necessária ao desenvolvimento da sociedade em que atua. “Por isso estamos propondo a criação de um fórum de debates sobre o tema, para que se possa tratar das diferenças entre as empresas, os setores e seus produtos. Uma coisa é um banco reduzir emissões de carbono, outra é uma empresa de petróleo. A realidade é muito diferente”, exemplificou Gabrielli.

O presidente lembrou que a Petrobras está alinhada aos princípios do Pacto Global desde 2003, e antes disso já tem dedicado recursos à implementação de metas de responsabilidade ambiental e social. “Temos compromisso com a redução da intensidade das emissões de carbono explícito em nosso Plano Estratégico. Entre 2006 e 2011, os programas adotados pela Petrobras com esta finalidade evitarão a emissão de 18,5 milhões de toneladas de CO2 equivalente”, esclareceu.

A Petrobras vem investindo pesadamente na expansão de sua participação no mercado de biocombustíveis e outras energias renováveis. Desde a década de 70, a Companhia atua em diversos estágios da produção industrial do etanol, por meio do Programa Nacional do Álcool (Proálcool), que possibilitou ao Brasil evitar a emissão de 650 milhões de toneladas de CO2.

Até 2011, a Petrobras vai investir US$ 700 milhões em plantas de biodiesel, produção de HBIO, alcooldutos, energia eólica e solar, entre outras fontes de energias renováveis. Um exemplo é a Usina Eólica de Macau, no Rio Grande do Norte, primeiro empreendimento da companhia a obter o registro de Mecanismo de Desenvolvimento Limpo (MDL) segundo as regras do Protocolo de Quioto, importante passo para o mercado de créditos de carbono.

Na área de eficiência energética, entre outras ações, a Petrobras investe US$ 200 milhões no Programa de Otimização do Aproveitamento do Gás, que busca a redução da queima e liberação para a atmosfera de gás natural em 24 plataformas. Com 91 ações já realizadas, incluindo instalação e adaptação de compressores, novos gasodutos e otimização das unidades de processamento, a empresa aumentou a utilização de gás associado em 22% entre 1999 e 2006.

Entre 2006 a 2008, US$ 15 milhões estão sendo investidos em 30 projetos de pesquisa e desenvolvimento nas áreas de seqüestro de carbono e mudanças climáticas, envolvendo dez universidades e institutos de pesquisa brasileiros. E 3,6 milhões de árvores serão plantadas, em cinco anos, no Corredor Ecológico do Complexo Petroquímico do Estado do Rio de Janeiro (Comperj).

O Sistema de Gerenciamento de Emissões Atmosféricas (Sigea) da Petrobras permite o monitoramento integrado de todas as atividades da Companhia, permitindo o gerenciamento de mais de 20 mil fontes de emissões.

As práticas de responsabilidade ambiental e social da Petrobras estão alinhadas com os princípios expressos no Pacto Global da ONU, que, na avaliação do presidente Gabrielli, impõem novos desafios às empresas signatárias: difundir o aprendizado dos princípios, aplicá-los às estratégias empresariais, incorporá-los à cultura das empresas e integrar as ações de empresas, governos e sociedade civil. “Os desafios criam novas oportunidades”, enfatizou Gabrielli.

Enviar Imprimir


© Copyright 2006 - 2024 Fator Brasil. Todos os direitos reservados.
Desenvolvido por Tribeira