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16/03/2011 - 15:36

Abrelpe propõe modernização na gestão integrada de resíduos sólidos

É necessária a adoção de novas tecnologias para cumprir o que determina a Política Nacional de Resíduos Sólidos

Um dos principais pontos da Política Nacional de Resíduos Sólidos, em vigor desde agosto de 2010, é que somente rejeitos poderão ser dispostos em aterros sanitários a partir de 2014. Para que se cumpra essa determinação, a ABRELPE – Associação Brasileira de Empresas de Limpeza Pública e Resíduos Especiais defende a modernização do setor com a adoção de novas tecnologias para a gestão de resíduos, integrando-as às soluções existentes no País.

Entre as tecnologias já empregadas com sucesso em outros países destacam-se a coleta mecanizada e as unidades de triagem e de recuperação energética de resíduos. Esses processos partem do princípio de que os resíduos, antes de serem disponibilizados para coleta pelo serviço público, devem ser separados pelos cidadãos em duas frações: orgânica e não orgânica, tal como já preceitua o decreto de regulamentação da PNRS.

O recolhimento dos resíduos sólidos por meio da coleta mecanizada consiste na distribuição estratégica de contêineres pelas ruas de uma cidade. Nesse modelo, cada munícipe leva seu lixo até o contêiner mais próximo de sua residência, evitando assim que os coletores tenham que recolher os sacos porta a porta. A coleta é feita por caminhões compactadores nos quais os contêineres são encaixados e basculados diretamente no veículo.

Ao chegar às estações de triagem, o lixo não orgânico é colocado em equipamentos automatizados que selecionam os materiais recicláveis, separando-os dos demais, por tipo de material, e possibilitando seu encaminhamento para as indústrias recicladoras, o que permite a reinserção dos mesmos, como matéria prima, em novos processos produtivos. O que não tem potencial para reciclagem é então direcionado às usinas de recuperação energética, que podem utilizar diferentes sistemas para processamento dos resíduos e geração de energia a partir dos mesmos. Atualmente, existem mais de mil empreendimentos dessa natureza no mundo, distribuídos na Europa, América do Norte e na Ásia.

“Atualmente o setor já dispõe de diversas opções para tratamento da parcela não reciclável dos resíduos sólidos com geração de energia. Nesse campo, a técnica mais difundida é a incineração, através da qual os resíduos são submetidos a altas temperaturas, que quebram as cadeias de carbono e geram vapor. Esse vapor é utilizado como combustível para diversos processos industriais e também para gerar energia elétrica”, explica Carlos Silva Filho, diretor executivo da ABRELPE, ao destacar tratar-se de um processo seguro e com controle das emissões, no qual mesmo as cinzas resultantes da queima dos resíduos, dependendo de sua composição, podem ser reaproveitadas.

Uma alternativa para tratar a parcela orgânica – cerca de 60% dos resíduos gerados no Brasil – são os biodigestores, tipo de equipamento pelo qual é possível acelerar a decomposição do lixo, resultando na geração de gás metano, que é captado e utilizado como combustível, por exemplo, em empresas, veículos e termoelétricas.

Deve-se destacar que, em qualquer caso, os aterros sanitários se farão sempre necessários, como solução para os rejeitos, parcela resultante dos processos de tratamento e recuperação energética ou para materiais que não apresentem viabilidade de serem submetidos a tais sistemas. “As afirmações de que os aterros sanitários estão em desuso e serão extintos são totalmente infundadas, uma vez que os mesmos são parte fundamental em todos os sistemas de gestão de resíduos, até mesmo nos mais avançados”, ressalta Silva Filho.

Segundo o diretor da Abrelpe, o que se constatou, nos últimos anos, como a política mais eficiente para a gestão de resíduos junto à comunidade internacional, foi uma integração de ações encadeadas entre si: redução significativa dos resíduos gerados; melhor utilização dos produtos – reutilizar e reciclar sempre que possível; escolha de práticas de gestão de resíduos que minimizam os riscos de poluição ambiental e danos à saúde pública; recuperar a energia contida nos resíduos e implementar a solução de tratamento e destinação que traga consigo a melhor tecnologia disponível com um custo que seja acessível para a população a ser servida.

“A gestão de resíduos é um processo, composto de sistemas conectados, no qual os mesmos só funcionam adequadamente de maneira integrada. Assim, para resolver os problemas relacionados aos resíduos sólidos, não há solução única, não há medidas isoladas e nem planejamento e solução através de apenas um ponto. Os desafios somente serão superados com ações integradas”, conclui o executivo.

Abrelpe (www.abrelpe.org.br) - Criada em 1976, a Abrelpe – Associação Brasileira de Empresas de Limpeza Pública e Resíduos Especiais é uma associação civil sem fins lucrativos, que congrega e representa as empresas que atuam nos serviços de limpeza urbana e manejo de resíduos sólidos, cujo objetivo fundamental é promover o desenvolvimento técnico-operacional do setor de limpeza pública e gestão de resíduos sólidos, dentro dos princípios da preservação ambiental e do desenvolvimento sustentável.

Com mais de 30 anos de atuação, a Abrelpe colabora efetivamente com os setores público e privado, promovendo a permanente troca de informações, estudos e experiências destinadas ao desenvolvimento do setor.

A Abrelpe, além de representar e defender seus associados junto às dinâmicas de mercado e órgãos do poder público, também é uma entidade engajada em incentivar a sociedade a buscar soluções para a correta gestão dos resíduos sólidos.

Além dessa atuação institucional e social, para o equacionamento das demandas decorrentes da gestão de resíduos de forma conjunta, a Abrelpe desenvolve e cultiva o relacionamento com diversas entidades, associações técnicas e empresariais, universidades e entidades de pesquisa do Brasil e do exterior, do setor de resíduos e de outros setores.

No contexto internacional, a Abrelpe é a representante no Brasil da ISWA - International Solid Waste Association.

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