Programa Ilhas Verdes vira modelo de política pública para a América Latina

Representantes da Argentina, Chile, Costa Rica e Peru visitam Guarulhos para conhecer projeto que combate ilhas de calor

Guarulhos (Grande São Paulo) recebe no dia 29 de março (terça-feira), representantes da Argentina, Chile, Costa Rica e Peru. As delegações vão conhecer o programa Ilhas Verdes, que no ano passado foi reconhecido como exemplo de política pública pela UNESCO. A partir das 14h, 200 mudas de árvores das espécies manacá-da-serra, quaresmeira e ipê roxo, amarelo e branco serão plantadas na avenida Monteiro Lobato, no Parque Cecap, com a ajuda de 120 voluntários da Secretaria Municipal de Meio Ambiente e da empresa Cummins Brasil.

O programa Ilhas Verdes tem o objetivo de equilibrar as condições climáticas, com foco em locais de grande incidência de calor. As chamadas ilhas de calor urbanas – que têm prioridade para receber o plantio das mudas - estão registradas no mapa termal elaborado pela Universidade Guarulhos e pela Secretaria por meio de imagens de satélite com o uso de infravermelho. De acordo com a pesquisa, a elevação da temperatura na segunda cidade mais populosa do Estado se deve ao avanço da urbanização e ao aumento do número de indústrias. A área central da cidade, por exemplo, tem temperatura média de 35º C, quando o ideal seria 22º C.

O programa foi regulamentado por legislação municipal em agosto de 2009. Desde então, mais de 30 mil árvores já foram plantadas em toda a cidade por meio do programa. Além de regular o clima, elas também ajudam a prevenir enchentes, por tornarem o solo mais permeável.

De acordo com o coordenador do projeto, Fábio Vieira, o resultado é de longo prazo. “Nossa expectativa é que o mapa termal registre alterações nos próximos dez anos”, afirma. Em 2010, o programa foi reconhecido como exemplo de política pública de combate ao aquecimento global na revista internacional da UNESCO, que circulou na América Latina, Espanha e Chile.